Este é o título de um livro de Margarida Rebelo Pinto que sempre me provocou. E continua a provocar. Porque não acreditando em bruxas, dou comigo muitas vezes a pensar que "pero que las hay, las hay...".Julgava eu que terminado este cansativo e pouco esclarecedor - no entanto, muitas pessoas, pelo menos 60% dos votantes, pensam o contrário, convém referi-lo -, estavamos todos preparados para o silêncio do Presidente da República até aos dia 12 de Outubro. E a preparar, uns as autárquicas, e outros, o novo governo, o seu programa e, quem sabe, também o orçamento.
Pois não senhor. Não acertei. As polémicas voltaram à ordem do dia. E da noite.
Os jornais agradecem. As bombas foram lançadas. Umas, antigas, voltam à baila, a enegrecer eventuais ambições. Outras, mais recentes, a fracturar pontes cujos equilíbrios eram já frágeis.
Alguém duvida que, de facto, Margarida acertou no título? É que em Portugal as coincidências são sempre muitas e atempadas.
Eu, que até sou bastante pragmática, tenho dificuldade em aceitar que não tenhamos livre arbítrio. Mas quanto a bruxas, parece não haver dúvidas que existem...
H.S.C


É difícil entender a política em Portugal. A avaliar pelos discursos que ouvi ontém ter-se-á dado, de novo, um fenómeno tipicamente português: todos os candidatos a estas eleições ganharam... 
Estou em mood confessional. Quando, em meados de Fevereiro último, comecei este blogue, nada sabia de blogosfera. Tinha terminado a minha colaboração no extinto Meia Hora, onde o Sérgio Coimbra me havia, um ano antes, recebido de braços abertos.
A notícia hoje publicada num jornal diário do valor dos prémios recebidos por alguns gestores públicos, a ser verdadeira, é ofensiva. De facto, referem-se vários exemplos cujos montantes, no actual cenário de dificuldades financeiras, são inadmíssiveis.
Confesso: os Gato Fedorento voltaram ao seu melhor. Àquele de que eu gostava. Sibilino e tocando, com elegância - não gosto da palavra, mas é a que me ocorre - os aspectos mais oportunos da actual época eleitoral.
Face a uma assembleia de 736 deputados, Durão Barroso acaba de ser eleito por 382 deles. Maioria absoluta. Chegou. Mas convém clarificar. É que 219 votaram contra e 117 abstiveram-se. Como ele próprio poderia dizer, não "foi porreiro, pá"?
Os Gato Fedorento conversaram, ontem, com Manuela Ferreira Leite. Bastante diferente do entrevistado anterior que, embora bom, lá foi tentando passar a sua mensagem panfletária.
Acabou a minha tranquilidade. Volto amanhã ao trabalho televisivo. Logo, a ter de ligar os aparelhos e a ler os jornais.







