O meu sentido do humor tem vindo a sofrer grandes alterações. Antes, ria-me do que tinha naturalmente graça. Porém, quando o dito passou a profissão remunerada, e a ser desempenhado pelas mais distintas figuras, comecei a afina-lo, a ser mais exigente. O que me permite, agora, olhar e não ver, ouvir e não entender e quase só rir comigo e com aquilo que alguns outros levam a sério, se é que isso ainda existe .
Depois de ouvir a Vila Morena acompanhar o falar de Passos Coelho, calar Relvas e tolher o Ministro da Saúde, perguntei a mim própria quando chegaria a vez do meu familiar. É que é sempre bom estar preparada para estas situações não vá o Diabo tece-las e o mesmo fiscal que me pede a factura, à saída da bica, me perguntar, em reportagem acidental, o que penso do uso da canção do Zeca Afonso.
Costumo ter a resposta lépida nestas coisas e, como já pensei imenso neste magno e filosófico problema, creio que lhe responderia "olhe nem sei o que lhe diga. Gosto muito da Grândola, mas tem que ser bem ensaiada. Talvez optasse pelo hino nacional. Sempre era mais patriótico e abrangente".
HSC
Na minha humilde opinião, só teve impacto no lugar certo (Assembleia da Républica) com a pessoa certa PM.
ResponderEliminarDepois o que veio por arrasto, FUI...
Helena,
ResponderEliminarPara o caso do seu familiar se ir habituando, vamos lá ensaiar em coro:
Grândola vila morena, terra da fraternidade, o povo é quem mais ordena,dentro de ti, ó cidade.
Pelo que conheço de si, se isto serviu para uma boa gargalhada cumpriu a função.
Quem melhor que a Helena sabe que os ministros passam e as Grândolas ficam?
Um grande abraço
José Manuel Correia
É tudo uma questão de imitação e moda,tal como nas roupas (acho que este ano calhou a vez às bolinhas)qualquer dia muda!
ResponderEliminarMas considero que é desagradável ouvir Grândola Vila Morena de uma forma tão desafinada!
É bem provavel que ambas as situações possam ocorrer, faz muito bem prevenir-se, então relativamente ao seu familiar, não deve faltar muito, é só ele aparecer num evento público!
ResponderEliminarUm abraço é uma delicia lê-la!
FL
Estimada Helena,
ResponderEliminarDe facto, o hino sería mais abrangente e patriótico , mas a "Grândola" restringe-se apenas ao povo,que é quem precísa cantar, para expantar seus males, para além disso,consegue transmitir com maior ênfase a mensagem pretendida pelo "coro" improvisado.
Com "A Portuguesa" poderiam arriscar-se a ser acompanhados pelos partidos mais conservadores e a Assembleia perdía ainda mais credibilidade, que já é minima.
Acho que a melhor conclusão que se pode tirar é que qualquer música é melhor que aquela que o governo nos dá.
HC
HC
De facto, quanto aos manifestantes: Já podiam mudar de repertório e arranjar um professor de canto também que só de os ouvir os nosso ouvidos fica mais desafinados do que quando ouço falar em novo aumento de impostos! ;)
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ResponderEliminarBem, quanto ao familiar.... já não deve faltar muito, a julgar pela chamada de capa do correio da manhã de hoje.
Desculpe a ousadia, querida Drª Helena e, se preferir, não publique este comentário que não é dos mais simpáticos que já lhe fiz. Repare que não é, também, uma crítica. É, antes, o alerta para uma notícia que me saltou aos olhos num relance rápido pelas capas dos jornais.
Um abraço apertadinho,
Vânia
Alguém tem que se mostrar descontente com o estado de coma da Nação porque calar era fruto do tempo da outra senhora.
ResponderEliminarGosto muito do hino nacional... mas nunca foi um símbolo de revolta e na conjuntura actual é tudo...menos abrangente!
Enquanto for assim estamos bem...mas são sinais para algo ainda pior o que temo e muito!
Quando chegar a vez do seu familiar logo verá.
Um abraço
Pelos vistos, as sessões de vaias estão agendadas
ResponderEliminar"Vítor Gaspar também vai levar com o «Grândola» na quinta-feira!
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=616829
:/
Este tipo de contestações é pura palhaçada, basta olhar para o ar de contentamento dos que estão na foto... e com um pouco de sorte, ainda, são beneficiários do RSI.
ResponderEliminarJá deixei de ver os noticiários para não levar com a "miséria fransciscana" em que o país está.
Para animar, vou comer um chocolate! :))
Isabel BP
Eu por mim, já não posso com a bendita Grândola!...
ResponderEliminarA questão de fundo é porque é que se canta Grândola Vila Morena de cada vez que um ministro deste governo se apresenta em público. E tudo indica que nenhum deverá escapar - por mais que o tente.
ResponderEliminarA contestação a este lamentável governo começou pelas inúmeras manifestações (para além das greves), sobretudo aquelas sem cariz partidário, como a de 15 de Setembro passado e entrou agora numa outra nova forma de expressão crítica, como esta que aqui refere.
A verdade é que, quer se queira ou não, este governo é, hoje, imensamente impopular. Existe uma cada vez maior repugnância pelo mesmo, uma enorme oposição, uma visceral distância entre o povo contribuinte, trabalhador e empresário, por quem nos governa.
A incompetência de alguns ministros chaves, a economia em retracção acentuada, o PIB em queda, o consumo privado a diminuir, o investimento interno a recuar , até as exportações apresentam uma baixa, o desemprego a aumentar, a receita fiscal a cair, as falências de empresas umas atrás das outras, a desigualdade social e económica a aumentar, a protecção do capital financeiro a continuar, a miséria a alastrar, etc, etc, tudo isto faz, ou explica (e justifica), a cada vez maior contestação a esta gente que nos governa.
Em boa verdade, nunca houve um governo tão impopular, tão mau e tão incompetente como este, desde o 25 de Abril.
Assim sendo, por mim, que se cante a Grândola, ou se manifestem nas ruas, tanto me faz. O importante é que tudo isso ajude a desgastar este inqualificável governo (que o é do ponto de vista da justiça social, económica e política).
P.Rufino
ResponderEliminarEstão a matar o "símbolo" do 25 de Abril original , quando ainda não se sabia que ía ser o final .
Fica-me assim a dúvida se têem consciência que vão obter como resultado precisamente o oposto do que afirmam querer .
Mas quererão mesmo ?
RMG
Gostava de ser mais ingénua e pensar que é uma canção carregada de significado a ser usada como hino de revolta. Mas penso que deve haver manipulação e agitadores-só-porque -sim no meio disto. O seu familiar tem andado discreto, mal se vê...não será o alvo mais óbvio...
ResponderEliminar~inês
A sua situação de mãe do ministro, de estado e dos negócios estrangeiros, não é agradável!
ResponderEliminarTerem cantado na AR Grândola é uma coisa, achei a propósito, mas usarem-na como forma de impedir de falar penso que vai contra a democracia...
Abraço,
lb/Zia
O hino nacional?
ResponderEliminarBoa ideia. Assim saberemos se o nosso ministro sabe de cór a letra de Henrique Lopes de Mendonça ;)
Jorge Sousa
foi patetico ver relvas a cantar o grandola vila morena, encarnado, contraido, suado, olhos entre o assustado e o não sei quê, com um riso que era quase um esgar, desafinado, com uma voz deformada, etc, como alguem que não sabe a letra num coro e de vez em quando repete uns segundos atrasados uma palavra que percebeu aos outros, etc.
ResponderEliminarsim, há que saber reagir nestas situações e assumir que serão cada vez mais frequentes, a não ser que os actos passem a ser à porta fechada. talvez ficar calado e esperar com ar digno e normal, sem rir nem chorar, nem fazer comentários engraçados depois, e se não o deixarem mesmo falar, que desista, dê a palavra ao seguinte e sente-se...
Há largos anos atrás o Fernando Alves na sua crónica na TSF, com um domínio que a voz falada - a dele acima de todas - permite, discorria sobre aqueles momentos íntimos que todos nós no silêncio de uma das divisões da nossa casa (ou fora dela) passamos sentados com a nossa pele em contacto com a cerâmica. Discorria ele sobre como seriam esses momentos na figura do então Primeiro-Ministro Prof. Cavaco Silva, ajudando a desmistificar, para mim para sempre, a figura de todas as figuras públicas ou de autoridade .... Tudo para dizer que o exercício imaginativo de colocar cada um dos ministros a ouvir Grândola não deixa se ser um mesmo tipo de exercício mental, cá fica o meu….
ResponderEliminarO que já sabemos:
Primeiro Ministro - Em silêncio, com ar e gozo enquanto pensava numa resposta (e foi feliz) para desanuviar a situação.
Paulo Macedo - Em silêncio, com ar de estupefacção, aparentemente sem tempo para uma resposta à altura (comparar a mulher gorda para mim não me convém ou qualquer musica "tuneira" com Grândola foi pouco feliz), sereno o suficiente para cumprir com brio o seu trabalho.
A.Relvas - Infeliz nas duas situações, provou que as equivalências que teve como presidente de um grupo de folclore foram sobreavaliadas e que não fez como operacional o reconhecimento prévio ao caminho de fuga. Não teve também a coragem de se manter no seu lugar... (é só fumaça diria alguém com valor e coragem física). Continua a provar que é o paradigma que qualquer Lei de Murphy.
Exercício imaginativo:
Vitor Gaspar - Primeiro em silêncio, porque se começa a cantar vai fazê-lo com as rotações erradas, depois ao telefone com os inspectores de finanças para fazerem um “raid” de pedido de facturas … pelo espectáculo de ouvir Grândola pela voz de uns miúdos mal-educados.
Aguiar-Branco - Antes de chamar a tropa para por cobro à insurreição musical tentará, com a ajuda dos policiais ao seu serviço, multar todos os carros estacionados ao redor.
Miguel Macedo – Qual esfinge não saberá se deverá chamar a PSP, ou a GNR, ou a nova força policial que alguém idealiza e que ele desconhece.
Paula Teixeira da Cruz – Após procurar no meio dos manifestantes a figura do Marinho Pinto irá no seu tom autoritário dizer, sem qualquer tipo de filtro, tudo o que pensa.
Santos Pereira – Providenciará um pastel de nata aos “cantadeiros” e procurará criar uma nova tradição que substitua as “janeiras” que possa ser exportada.
Assunção Cristas – Convencida da sua infabilidade, procurará alterar a letra da música para algo do género “Terra da minha fecundidade, em cada rosto um despejado”.
Nuno Crato – Procurará alargar o horário dos professores de canto no Ministério da Educação, enquanto o Mário Nogueira ira organizar uma manifestação nacional pelo direito dos professores de canto não terem de ser julgados pela inaptidão dos seus alunos.
Pedro Mota Soares – Procurará passar uma norma em que a indeminização por assistir a tal espectáculo seja inferior à média comunitária.
Por fim... Drª HSC a probabilidade do seu familiar ser confrontado com a música é muito diminuta. Ou estará no estrangeiro (no cumprimento das suas funções – por vezes esquecem-se de o dizer-) ou chegará atrasado e perderá o espectáculo :) .
N371111
Tenho para mim que este suscitar as manifestações por parte do governo não passa de gato escondido com rabo de fora.
ResponderEliminarO Relvas, depois de ter sido desmascarado na equivalência folclórica da Licenciatura, remeteu-se um pouco ao silêncio, quase desapareceu do palco.
Era ainda o tempo dos «amanhãs que cantariam» de Gaspar.
Agora, com os indicadores económicos quase todos de pantanas: queda do PIB (recessão continuada); aumento da dívida pública para 198 mil milhões; défice (qual Alfa & Ómega) aliviado pela Troika mas mesmo assim incumprido; desemprego galopante; iminência de desagregação do tecido empresarial das PME; iminência de desagregação social; emigração galopante, eis que o Relvas regressa em força à ribalta.
E ainda não chegou à economia o efeito da bomba atómica do tão desejado e salvítico corte dos 4 mil milhões.
É que assim, com todo este folclore dos boicotes, das cantorias da Grândola, se marca a agenda política e mediática.
Desaparecem ou são reduzidas ao mínimo as más notícias sobre a economia e as pessoas.
Não se fala dos antigos gestores (especialistas na vigarice) do BPN / SLN, que foram quase todos colocados na gestão das actuais sociedades-veículo dos activos tóxicos do BPN / SLN (a Parvalorem, a Parups e a Parparticipadas). Quem melhor conhece do assunto para dar «eficácia» à coisa?
Fala-se menos do senhor Salgado, que regularizou o seu esquecimento de 8,5 milhões de euros junto do DIAP e do Fisco… a seu pedido.
Fala-se menos dos 2/3 da pensão do senhor Jardim Gonçalves (de 175.000€ / por mês) que estão isentos da contribuição solidária.
Fala-se menos dos «preguiçosos» que começam a perder apoios (desempregados, RSI)… puxa, já não era sem tempo.
Fala-se menos do desemprego que cresce de forma galopante apesar da igualmente crescente emigração.
O regresso do parolo do Relvas não é inocente.
Há sempre um bobo da corte disposto a divertir o pessoal.
Acho estranho que os manifestantes, que têm legitimidade e razões para se manifestarem, não se apercebam de que com o folclore relvítico se está, ou pode estar, a voltar contra eles.
Só falta um murro no Relvas para se criar um novo caso Mário Soares na Marinha Grande.
Se calhar sou eu a delirar… sou muito dado a delírios.
de acordo com a análise de p. rufino, subscrevo
ResponderEliminarOlá Helena, penso que é a primeira vez que comento no seu blog, de que gosto tanto, em relação a este assunto se a primeira vez achei que foi original, agora perdeu toda a "piada", quando chegar a vez do seu familiar sei que ele vai estar à altura uma vez que "ele" sabe sair deste tipo de situação.
ResponderEliminarresumindo...
ResponderEliminarO Marcelo diz, e bem, que o Governo não sabe explicar as coisas...
Outros, quea "cantar" desafinão, e muito...
conclusão a troica e os alemães sabem de musica, deveria financiar lições de canto, e o resto se verá ....
alain