Análise séria e acutilante, humorada ou entristecida, do Portugal dos nossos dias, da cidadania nacional e do modo como somos governados e conduzidos. Mas também, um local onde se faz o retrato do mundo em que vivemos e que muitos bem gostariam que fosse melhor!
domingo, 30 de outubro de 2011
Quando Sampaio fala
Desde que afirmou, há poucos anos, que havia vida para além do deficit, o Dr Jorge Sampaio quando fala leva-nos sempre a meditar seriamente nas suas palavras.
Foi o que aconteceu ontem quando o ex-presidente da República alertou todos nós para o facto de que Portugal não se pode dar ao "luxo" de ter uma "depressão" e realçou a importância de "olhar para a criação de emprego" e de "encontrar renovados consensos políticos e sociais".
Trata-se, como se vê, de um discurso inovador por parte do Presidente do Conselho Geral da Fundação Cidade de Guimarães. Aliás, esta entidade que, como se sabe, se encarrega da programação da Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012, tem o seu destino, a partir de agora, entregue João Serra, o antigo assessor e ex-chefe da Casa Civil de Sampaio, que acaba de ser nomeado seu presidente.
HSC
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Amor obsessivo
Costuma dizer-se que amor e dinheiro, nunca são demais. Não sei se é verdade.
Hoje um dos meus queridos comentadores referia o meu excessivo - o termo é meu - amor a Portugal. E põe depois algumas questões, perguntando-se mesmo se o patriotismo não era, afinal, também, uma forma de religião.
É muito capaz de ter razão. Mas eu não sinto esse problema. Para já, porque tenho uma religião e a "escolhi" aos 19 anos, quando me baptizei. Ninguém a escolheu por mim. E, ainda, porque tendo nascido aqui, nunca desejei ter nascido noutro lado.
Posso zangar-me com o país de vez em quando. Como os meus ascendentes fizeram comigo e eu fiz e faço com os descendentes. Mas isso não belisca minimamente o meu amor por eles, nem o deles por mim.
De facto, gosto muito desta terra. Tanto, que lhe aceito os defeitos e quando estou longe, eles até me parecem qualidades.
Há um vídeo excelente que fala deste tipo de "obsessões". Foi considerado como merecendo o Oscar para o melhor anúncio do ano. Se quiserem espreitem o link abaixo e riam-se.
http://www.youtube.com/watch_popup?v=fER-WhFUzoA
Ou pensem. Às vezes significa o mesmo...
HSC
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Longe é um bom lugar
Mário Zambujal é um amigo querido com quem faço parceria todas as semanas na SIC. Conheço-o de toda a vida embora não me lembre nem quando, nem como nos encontrámos, porque foram muitas as ocasiões em que nos cruzámos pelos mais variados motivos. Acresce que ele é amigo de grande parte dos meus amigos, o que cobre um espectro que vai da direita à esquerda sem deixar de pingolejar pelo centro.
Os Mários da minha vida são dois. Este e o Castrim, que foi certamente aquele que melhor conheceu o que até agora ainda não tive a coragem de publicar. A ele devo a prosa e a ameaça de poesia...
O Zambujal acaba de lançar um livro cujo título e conteúdo são deliciosos. Nestes contos do "Longe é um bom lugar" está o português de gema, aquele que, por mais gerações que passem, continua imutável, vagamente machista, mas adorando a Mulher. Não só a sua, que ama sempre, mas também as outras, que deseja eternamente.
O Mário esquissa com o mesmo amor as nossas qualidades e os nossos defeitos. No fundo, retrata, amorosamente, Portugal. De que gosta tanto como eu!
HSC
A Marquesa de Alorna
Eu gosto muito da Maria João Lopo de Carvalho. Gosto dela como pessoa, da sua alegria, da sua fidelidade aos amigos, da sua ternura e da sua capacidade de trabalho. Está feita a declaração de interesses.
A Maria João acaba de publicar um romance histórico que gira em torno da figura da Marquesa de Alorna, uma mulher rebelde, culta, apaixonada e sonhadora. São 656 páginas que podem fazer esmorecer incautos. Os que o fizerem, perdem uma excelente oportunidade de ficarem a conhecer uma das mais curiosas personagens femininas da nossa História.
A autora levou muito tempo a preparar este romance. Em boa hora o fez. Porque gostei muito de o ler e porque aprendi uma série de coisas que não sabia. É um excelente livro para aquecer a nossa alma neste Inverno que se aproxima!
HSC
sábado, 22 de outubro de 2011
Mais um!
Para os que gostam de cozinha, para os que gostam de comer, para os que gostam de preparar refeições e não têm nem muito tempo nem muito dinheiro, aviso que saiu o meu quarto livro dedicado à gastronomia.
Vai estar nas livrarias no fim da próxima semana e é um tributo à personagem feminina mais importante da minha vida depois da minha Mãe, que é a minha avó Joana, a quem devo o meu lado mais doce e quase tudo o que me tornou feliz em criança.
Para além disso, contem uma série de receitas que estão devidamente assinaladas e que são para o quotidiano de quem se quer manter na linha. O que não é manifestamente o meu caso, mas é o de outros membros da minha família que gostam de comer bem, mas têm preocupações de regime e por isso são muito mais elegantes do que eu...
Espero que gostem. E que ao prepararem as suas receitas se lembrem de mim!
HSC
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Não é que falaram todos?!
Eu já não consigo entender os políticos quando fala um de cada vez. Tudo porque cada um que abre a boca, desdiz o que o último a falar havia dito.
Mas, se por um azar inesperado, falam todos no mesmo dia, acredito que haja quem duvide da sua própria sanidade mental.
Ontem foi um desastre. Não sei se falaram todos ao mesmo tempo. Nem me interessa. A televisão transmitiu tudo no mesmo dia. E já não bastava a maioria de nós não ter conseguido compreender a intenção do discurso do Presidente da República na abertura do Congresso da Ordem dos Economistas - já nem falo do conteúdo - mas ainda ouvimos Manuela Ferreira Leite - que costuma ter razão antes de tempo - Pires de Lima empresário, Francisco Van-Zeller, Presidente do Conselho pela Promoção da Internacionalização, Durão Barroso e...milagre dos milagres, também arcámos com Teixeira dos Santos. Este último, que eu julgava ter fugido para um continente distante onde, com o seu antigo colega Manuel Pinho, andasse a ensinar aos nativos o milagre económico português...
Foi demais. Fiquei com as minhas defesas tão afectadas que hoje acordei com uma fortíssima gripe, apesar de já ter levado a vacina. A qual, quem sabe, com a crise, é capaz até de já ter os efeitos reduzidos.
Será possível que um desgraçada portuga como eu, que não faz mal a uma mosca e se farta de trabalhar, seja ao fim do do dia, submetida a uma tal tortura, no único tempo que tem para descansar? Não fora a entrevista dada por Silva Lopes, na véspera, e eu estaria certamente incapaz de escrever este post.
Mas o que me preocupa é "o depois", quando tudo se clarificar na minha cabeça, porque duvido muito do que me possa ter acontecido...
HSC
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Para quem goste...
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Os indignados
"...Os "indignados" emergem, inorganicamente, à margem dos partidos e das organizações sindicais, pela simples razão de que não se sentem representados nem defendidos. Este tipo de iniciativas, sem fórmulas nem linhas regulamentadas, pode fazer despertar os nossos adormecimentos e as nossas fatigadas indiferenças. E repor em causa as origens dos poderes que dominam os valores morais, e nos causam desgraça, infelicidade e medo.".
Era com este período que Baptista Bastos terminava hoje a sua crónica sobre o movimento dos indignados. A meu ver nada mais verdadeiro. E a simpatia que eles podem merecer vem, justamente, de não estarem espartilhados a partidos ou sindicatos. Também muitos de nós não se sentem representados por nenhuma das forças mencionadas. Daí o desinteresse crescente pelo exercício da política e em especial pelas funções desta natureza.
Seria bom que os nossos partidos, que vivem na estratosfera e não sabem o que é o país real a não ser pelas estatísticas, pensassem seriamente no que representam estes movimentos. Porque podem ser eles que, no futuro lhes dêem um forte pontapé...
HSC
Os meus
Adoro a minha família. Até acredito que seja porque nunca conheci outra. Não costumamos andar aos abraços e beijos - só às vezes - mas estamos aqui para as curvas quando há alegrias ou tristezas.
Hoje, porque o OE 2012 já preencheu as últimas, vou apenas falar das primeiras. Com efeito, na semana passada a minha gente teve dois momentos de felicidade. Um deles o nascimento da minha sobrinha Mariana, a primeira neta do meu irmão mais novo. O outro foi a graduação do meu sobrinho, em Engenharia numa das mais prestigiadas escolas da Suíça, em Lausanne. Tudo com diferença de 24 horas.
Assim estive fora do país três dias, que desta vez me souberam a pouco. A festa de entrega do diploma é, naquele país, algo que se celebra com pompa e circunstância. E eu senti-me muito feliz de partilhar aquele momento com o meu irmão caçula e a minha cunhada que, para mim, é mais do que irmã.
Foram três dias num ambiente organizado, limpo e sem notícias trágicas que não fossem as dos PIGS.
Ou seja esqueci a crise, gozei os meus, limpei os pulmões e relembrei que ainda há uma Europa que não está moribunda.
Cheguei cá e só tenho tido aborrecimentos...
HSC
A minha mais curta ousadia...
Fiz há dias um post sobre a minha ousadia de participar no programa Moeda de Troika, juntamente com Rita Ferro e Herman José.
HSC
A ousadia foi de pouca duração visto que a partir do próximo Domingo já não farei parte da equipa. À qual, é evidente, continuo a desejar muito sucesso e longa vida.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Será possível?
Estive uns dias no estrangeiro. Mas, ao contrário do que é habitual, desta vez cheguei a Lisboa de noite.
Viajei na Tap e não posso calar aquilo a que assisti e que passo a contar. Em turística foi-me servida uma refeição composta de um pão embalado, uma pequena caixa com manteiga, outra um pouco maior de massa com queijo e rodelas de salsicha, e uma embalagem fechada a vácuo de uma mistura de maçã e pêra em puré.
Não tinha fome e, por isso, devolvi tudo sem haver aberto nada. Qual não é o meu espanto quando vejo a hospedeira deitar a minha refeição fora para o mesmo recipiente onde deitara as embalagens usadas.
Surpreendida perguntei-lhe se não aproveitavam para dar a comida intocada. A rapariga, muito educada, disse-me que a ASAE, com grande pena delas, não consentia.
Nessa altura não me controlei e falei alto para ser ouvida: "Como é que é possível que se deite para o lixo comida que alimentaria gente que tem fome?Como é que as autoridades permitem que vá para uma trituradora, fruta, manteiga, pão, tudo hermeticamente fechado, quando há gente a morrer por um naco de comida?".
A mesma hospedeira contou-me que já tinham feito imensas tentativas de poder entregar ao Banco Alimentar as embalagens seladas não usadas, mas que a ASAE se mantinha irredutível na sua proibição.
Fiquei incomodada o resto da noite. Que país é este que consente uma tal ofensa à pobreza? Que nos exige sacrifícios e depois nem nos deixa ser solidários? Que diz preocupar-se com os que menos têm e desperdiça o alimento de alguns?
Haverá alguém que consiga levar este caso às autoridades competentes?
HSC
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
A importância de um não...
Segundo noticiam as agências internacionais o Parlamento eslovaco rejeitou ontem o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. Esta posição constitui uma ameaça ao agravamento da crise da dívida na Zona Euro.
O resultado da votação implicou a queda do governo de centro-direita, que associara a aprovação do reforço do fundo a uma moção de confiança ao seu Executivo.
A Eslováquia é o único país da Zona Euro que ainda não aprovou o reforço do fundo de resgate europeu, que exige a unanimidade dos seus 17 Estados membros até meados de Outubro.
Passos Coelho terá já manifestado à sua homóloga, Iveta Radicova, a apreensão que tal recusa provoca, visto que o reforço em causa se reveste da maior importância para a consolidação das finanças portuguesas.
Todavia parece haver a promessa da primeira-ministra cessante e do líder do principal partido da oposição, o social democrata Roberto Fico, de iniciarem negociações com vista à aprovação do reforço do fundo de resgate europeu.
Veremos se as promessas se cumprem e produzem resultados, porque esta negativa,. nesta altura, é tudo menos conveniente.
Veremos se as promessas se cumprem e produzem resultados, porque esta negativa,. nesta altura, é tudo menos conveniente.
HSC
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Nobel da Economia
São dois americanos a ganhá-lo. Ambos professores universitários e com idade que ronda os 68 anos. Chamam-se Christopher Sims e Thomas Sargent.
A Academia Real das Ciências da Suécia, que criou o prémio, anunciou nesta segunda-feira que os 10 milhões de coroas suecas (1,5 milhão de dólares) seriam entregues em reconhecimento à "pesquisa empírica sobre a causa e o efeito na macroeconomia" e disse que o trabalho realizado pelos dois economistas criava uma base para a análise macro-económica moderna.De uma forma muito grosseira, o trabalho destes investigadores permite afirmar que se a política influencia a economia, também esta influencia a primeira.
Face à crise que enfrentamos, gostaria muito de perceber, como cada um deles encara a chance de sairmos dela.
HSC
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
É difícil de compreender
Leio hoje no Correio da Manhã uma pequena entrevista feita ao bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva que, confesso, me deixou um pouco surpreendida.
Diz ele que em Portugal, no futuro, vai haver desemprego na área da medicina. A confirmar esta tese, um estudo da Universidade de Coimbra conclui que, no final desta década, haverá seis mil médicos a mais no país.
Confesso que a minha perplexidade proveio de não ter compreendido bem a explicação dada. É que em 2012, sairão para o mercado de trabalho 1800 licenciados que não terão vaga para iniciar a formação na especialidade. E isto porque, face à falta de recursos financeiros, haverá uma concentração de serviços no SNS, o que levará à redução e fecho de unidades e, portanto, a que nem todos os licenciados tenham vagas. O que significará que alguns ficarão desempregados.
Entre nós, doze anos, é o tempo de formação de um médico. Portanto, nas decisões que se tomem quanto a números clausus de medicina, terão que ter em consideração este importante factor.
A minha dúvida reside numa equação difícil. É que por um lado "importamos" médicos, mas por outro, "exportamos" alunos de medicina. Qual é a lógica do processo?!
HSC
domingo, 9 de outubro de 2011
O boato
Há anos escrevi um artigo sobre este tema. Procurei-o, hoje, nos meus arquivos - que de arquivos já começam a ter pouco - mas não o encontrei. Não faz mal, porque continuo a pensar sobre o assunto, exactamente o que pensava antes.
O boato nasce do desejo de fazer mal a alguém e, por norma, visa, também, lucros pessoais. Assim, de uma só vez, o autor atinge dois fins. Depois fica à espera.
Não precisa de fazer mais nada, porque o rastilho, aceso, segue o seu caminho estrelar, em várias direcções como os braços de uma estrela.
Quem escreve, jornalista ou não, se entende que é importante dar uma notícia ou abordar determinada questão, deve sempre ser cauteloso na "forma" e no "conteúdo", sobretudo se não tiver a oportunidade ou até a possibilidade de ouvir as fontes envolvidas.
E é um facto que nem sempre isso é possível. Ou porque o autor não tem acesso a elas, ou porque elas se recusam a dar esclarecimentos.
E aquí entra um outro vector de análise: o que é público e o que é privado. Acrescento, e o que é "pessoal".
Há pessoas que pela posição que ocupam, vêem o seu lado privado extremamente reduzido. A saúde de um PR, por exemplo, não pode ser um assunto privado. Mas os tratamentos que faça, são-no, com certeza.
O lado pessoal, a família e os seus, esse é inviolável. O que nem sempre acontece.
Ora os boatos tentam, justamente, para se acobertarem, fazer coincidir numa só base, este tripé. A legislação, tanto como a demora da Justiça, dão inteira cobertura a este tipo de atitudes. É pena, mas é a mais pura das verdades.
E constitui uma das razões porque as pessoas sérias não aceitem certo tipo de lugares que, à partida, sabem, as expõem à maledicência e ao boato!
HSC
Três Mulheres
Por norma não me vêem aqui tomar partido pelo género. Adoro ser mulher , nunca ambicionei ser homem e apesar de sentir nos ombros de algumas de nós um peso excessivo, o meu olhar é de ternura e de orgulho quando vejo o caminho percorrido.
Fiz-me mulher no tempo dos feminismos, sem que isso se me tivesse colado à pele. Trabalhei quase sempre com homens e não tenho qualquer razão de queixa. Nunca precisei de me masculinizar e sempre dei muita importância ao meu lado feminino de ser.
Todavia não sou indiferente àqueles que fazem da luta de sexos, a sua luta. É um direito que lhes assiste e que, no passado, permitiu que este seja, hoje, o meu presente.
Por isso não me quis ir deitar, sem uma palavra de regozijo pelo Nobel da Paz - sobretudo este - ter sido atribuído a três mulheres. Duas delas são do Quénia e a terceira é do Yemen. Não são arianas e só esse pequeno pormenor nos diz o quanto terá valido o seu trabalho em prol da Paz.
HSC
sábado, 8 de outubro de 2011
A minha ousadia...
Amanhã, Domingo, pelas 23 horas irá para o ar na RTPi, o programa "Moeda de Troika" que tem a tripla autoria de Herman José, Rita Ferro e eu própria.
Por norma fa-lo-emos sempre em directo, sem guião prévio e será uma espécie de conversa numa tertúlia de amigos. Falaremos do país e do mundo. Cada um escolherá os temas que vai tratar e será sobre eles que todos nos debruçaremos. Sem drama ou partidarite, com o humor mais ou menos ácido de que sejamos capazes e a vontade de colorir um pouco o cinzentismo nacional.
Como nos conhecemos muito bem, acredito que sejamos capazes de rir de nós, do mundo, do país e dos governantes, tendo como princípio não pisar, nunca, o risco da boa educação, mesmo que outros pudessem desejar um humor de tipo contrário.
É uma aposta de três pessoas muito diferentes e que, por isso mesmo, vão tentar conseguir algo que dê prazer aos próprios e a quem os vê.
Os meus companheiros não carecem apresentação e a sua qualidade pessoal e profissional é conhecida.
Do meu lado, como não sou nem pretendo ser - que calafrio - intelectual, não tenho que provar nada a ninguém. Essa circunstância permite-me uma grande liberdade!
HSC
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
A dança dos ratings e da Banca
O que mudou nos ratings da dívida dos bancos portugueses
Com a decisão hoje anunciada, a Moody’s coloca os “ratings” da dívida de todos os nove bancos portugueses (a excepção é do Santander Totta) que acompanha com uma classificação de “lixo”, onde já estava a notação da república portuguesa, desde 15 de Julho. Nessa data a agência de notação financeira reduziu a notação de Portugal para Ba2. Na escala da Moody’s, a notação de Baa3 é a última antes de lixo.
- O Rating da CGD foi reduzido num nível, de Ba1 para Ba2
- O Rating do BCP foi cortado em dois níveis de Ba1 para Ba3
- O Rating do BES foi reduzido num nível, de Ba1 para Ba2
- O Rating do BPI foi reduzido em dois níveis, de Baa3 (acima de categoria de lixo), para Ba2
- O Rating do Santander Totta foi cortado num nível, de Baa3 para Baa2 (único banco português que permanece acima de lixo)
- O Rating do Montepio Geral foi cortado num nível, de Ba2 para Ba3
- O Rating do Banif foi cortado num nível, de Ba2 para Ba3
- O rating do Espírito Santo Financial Group foi cortado em dois níveis, de Ba2 para B1
- o Rating do BPN foi cortado em dois níveis, de B1 para B3
O que mudou nos ratings individual dos bancos portugueses
- O Rating individual da CGD desceu um nível, de D+ (equivalente a Ba1) para D (equivalente a Ba2)
- O Rating individual do BCP desceu dois níveis, de D (equivalente a Ba2) para E+ (equivalente a B1)
- O Rating individual do BES desceu dois níveis, de D+ (equivalente a Ba1) para D- (equivalente a Ba3)
- O Rating individual do BPI desceu dois níveis, de D+ (equivalente a Baa3) para D (equivalente a Ba2)
- O Rating individual do Santander Totta foi confirmado em D+
- O Rating individual do Montepio um nível, de D (equivalente a Ba2) para D- (equivalente a Ba3)
- O Rating individual do Banif foi confirmado em D- (equivalente a Ba3)
- O Rating individual do BPN foi confirmado em E (equivalente a Caa1)
(excertos retirados do Jornal de Negócios on Line)
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Luis Amado na TSF
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de José Sócrates, Luís Amado, acusa os Executivos da última década de terem «preguiça política» para implementar as reformas estruturais que o país exigia.
Estamos a respirar porque temos um financiamento garantido até 2013, diz.
E depois disso?
«Se não houver mais estabilidade no sistema europeu e no sistema internacional é óbvio que países com as fragilidades com que nos confrontamos terão muitas dificuldades em continuar a ser financiados normalmente pelos mercados a partir do segundo semestre de 2013, o que pressupõe que temos que ter em consideração a necessidade de manter um financiamento extraordinário à nossa economia», afirma.
Para que não seja necessário pedir um segundo empréstimo, é preciso actuar agora.
«O país não tem mais nenhuma oportunidade e a responsabilidade é do Governo e da oposição. O Governo tem uma responsabilidade absoluta de criar as condições para que esse compromisso nacional seja possível e a oposição tem de estar em condições de reagir positivamente à responsabilidade que o Governo assuma nesse domínio», defende.
«Se não houver mais estabilidade no sistema europeu e no sistema internacional é óbvio que países com as fragilidades com que nos confrontamos terão muitas dificuldades em continuar a ser financiados normalmente pelos mercados a partir do segundo semestre de 2013, o que pressupõe que temos que ter em consideração a necessidade de manter um financiamento extraordinário à nossa economia», afirma.
Para que não seja necessário pedir um segundo empréstimo, é preciso actuar agora.
«O país não tem mais nenhuma oportunidade e a responsabilidade é do Governo e da oposição. O Governo tem uma responsabilidade absoluta de criar as condições para que esse compromisso nacional seja possível e a oposição tem de estar em condições de reagir positivamente à responsabilidade que o Governo assuma nesse domínio», defende.
Por isso, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros propõe um compromisso nacional para a estabilidade, o crescimento e o emprego.
«O faz e o desfaz da acção governativa é absolutamente devastador para a realidade de um país», adianta.
«O faz e o desfaz da acção governativa é absolutamente devastador para a realidade de um país», adianta.
Olhando para trás, Luís Amado analisa os erros:
«Por preguiça política e institucional ao longo desta década, mesmo percebendo que estava aí o nó do problema. Os Governos com capacidade reformista e com autoridade política para fazer as reformas que era absolutamente necessário fazer para garantir essa competitividade foram protelando essas reformas até ao momento em que caimos no buraco em que caimos».
E enquanto estavamos a cair no buraco, uns estavam mais atentos que outros:
"Vivi talvez com mais angústia do que outros colegas de Governo a situação em que paulatinamente o país foi caindo».
Agora, sugere, é preciso restaurar a confiança para ter uma política de credibilidade que leve à internacionalização da economia.
Estes são excertos de uma entrevista concedida pelo ex Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado, à TSF. Não é diferente daquilo que se percebeu serem então as suas divergências do Executivo. Mas agora vai mais longe e é mais claro.
HSC
Três notícias
Aos 85 anos, Cayetana Fitz-James Stuart, duquesa de Alba e a mulher com mais títulos nobiliárquicos do mundo, casou pela terceira vez.
O marido é Afonso Díez Carabantes, um funcionário da Segurança Social, de 61 anos que, por não ter ascendência nobre e pela diferença de idades, criou polémica em torno das suas motivações.
Quando se casou pela primeira vez, a noiva tinha 21 anos e, apesar dos títulos e fortuna, a sua vida esteve longe de ser um mar de rosas.
Caetana Fitz-James Stuart vivia há três anos com o plebeu Alfonso Diez e conseguiu vencer, finalmente, o antagonismo familiar, depois de se ter desfeito de uma boa parte da sua imensa fortuna a favor dos filhos.
Apesar da oposição dos seus e de outros membros da realeza espanhola, fez as delícias de uma certa imprensa ao levar por diante o casamento.
A duquesa de Alba, numa cerimónia íntima transformou, assim, o marido plebeu, num novo duque, repetindo, o que já antes acontecera com Jesus Aguirre, seu segundo consorte.
No mesmo dia, morreu Steve Jobs o homem cujo nome se confunde com a Apple. O seu império começou na década de setenta quando ele e Steve Wozniak, numa garagem de Sillicon Valley, fundaram uma empresa - cujo símbolo é uma maçã trincada - destinada a desenvolver software informático.
Em 1984, a Apple lançou o Macintosh e no ano seguinte, Steve Jobs deixou-a para fundar a Next, cujo objectivo era o desenvolvimento de plataformas direccionadas aos mercados de educação e administração.
Todavia a compra da Next pela Apple, em 1996, traria Steve Jobs de volta à empresa que ajudou a fundar. De 1997 a 2011 será o seu presidente executivo.
Neste ano, já a sofrer de cancro, renuncia ao cargo e aponta Tim Cook - o número dois - como seu sucessor.
Sob a orientação de Jobs, a Apple lançou o iMac que se destacava pelo seu design inovador e pelo material utilizado. Mas não se limitou ao mercado informático. Nas telecomunicações lançou o iPhone, na música o iPod e, finalmente nos novos meios, o iPad.
Steve Jobs ficaria também ligado à criação de uma nova linguagem de 3D para desenhos animados.
Filho de estudantes universitários que o deram para adopção, Jobs casou com Laurene Powell em 1991 e teve quatro filhos. Um cancro no pâncreas e um posterior transplante de fígado levaria Jobs a abandonar este ano os comandos da Apple. Morreu ontem aos 56 anos.
Por fim, uma notícia publicada no Correio da Manhã, dá conhecimento de duas tentativas frustradas de José Socrates entrar em Sciences Politiques na Sorbonne, por o seu currículo não se adequar ao grau de exigência da instituição. Terá entrado finalmente para Filosofia, numa terceira tentativa.
A ser verdadeira, a situação não surpreenderá ninguém, se tivermos em linha de conta que o número de concorrentes àquela universidade é cerca de dez vezes superior ao número de vagas e nela só entrarem, mesmo, os melhores!
Nem foi preciso falar da República ou das manifestações que cada vez menos a ilustram. É que parece que os responsáveis ainda não se deram conta que não basta juntar numa praça, ao sol, uns ilustres de meia idade, para se honrar a opção política que Portugal fez em 5 de Outubro de 1910. É preciso muito mais!
HSC
terça-feira, 4 de outubro de 2011
A crise grega
As dificuldades de Atenas dominaram a reunião dos ministros das finanças da zona euro, que no Luxemburgo, tentavam encontrar respostas para a crise da dívida grega e evitar os riscos de contágio a outros países.
Atenas confirmou há dias que o défice orçamental irá atingir este ano 8,5% do PIB, um valor bem distinto dos 7,6% fixados no programa de assistência externa.
Este resultado seria suficiente para os Dezassete suspendessem a próxima tranche de 110 mil milhões de euros do programa de ajuda. Mas isso lançaria o país na falência em pouca semanas.
Este pagamento deverá ser formalmente confirmado nas duas próximas semanas e terá por base um relatório da troika, ou seja, a missão de peritos europeus e do FMI.
A súbita compreensão dos governos europeus, nomeadamente dos tradicionais críticos do “laxismo” grego, não é muito clara.
O que se diz é que alguns ministros consideram que há limites para as reformas que se podem exigir num ano, sobretudo num país que está em recessão há quatro anos seguidos.
O que acabei de referir são apenas pequenos passos para uma questão vital, que não reúne ainda os consensos necessários. Esperemos por dias melhores, em que a solidariedade europeia seja mais visível...
Este pagamento deverá ser formalmente confirmado nas duas próximas semanas e terá por base um relatório da troika, ou seja, a missão de peritos europeus e do FMI.
A súbita compreensão dos governos europeus, nomeadamente dos tradicionais críticos do “laxismo” grego, não é muito clara.
O que se diz é que alguns ministros consideram que há limites para as reformas que se podem exigir num ano, sobretudo num país que está em recessão há quatro anos seguidos.
Outra explicação plausível é a de que os Dezassete se tenham resignado à inevitabilidade de organizar um incumprimento parcial da dívida grega, que o FMI prevê que continuará a crescer até 2012.
É neste contexto que o debate desta segunda-feira foi dominado pelo segundo programa de ajuda à Grécia, no valor de 109 mil milhões de euros, o qual prevê, pela primeira vez, a participação dos credores privados, que sofrerão uma redução de 21% do valor dos seus activos, no caso de um reescalonamento da dívida helénica, no quadro de um default parcial.
Mas antes da entrada em vigor deste programa, a Alemanha, Holanda e Finlândia querem rever os seus termos, de modo a impor uma redução superior dos activos dos privados. Contudo o modelo ainda não está definido.
A decisão de libertar a tranche de ajuda prevista poderá destinar-se, sobretudo, a permitir à zona euro ganhar tempo enquanto os governos ultimam e negoceiam um maior envolvimento dos privados. O qual, se tudo correr bem, arrancará no fim do ano.
Seja qual for a intenção, a palavra de ordem foi a desdramatização da derrapagem grega e os elogios das últimas medidas de austeridade anunciadas nas últimas semanas pelo governo.
A generalidade dos ministros e a Comissão Europeia preferiram, aliás, sublinhar que mesmo que a meta deste ano não seja cumprida, as medidas permitirão atingir o objectivo de 6,5% do PIB fixada para 2012.
“A Grécia é um país com dificuldades estruturais (...) mas não é o bode expiatório da zona euro”, afirmou o ministro das finanças grego à chegada à reunião. Esta posição pareceu merecer o apoio do presidente do Eurogropo, Jean-Claude Juncker, quando salientou que as metas de consolidação orçamental que a Grécia terá de cumprir, se referem ao biénio 2011/12 no seu conjunto, o que é um progresso relativamente ao novo pacote.
Além disto, os Dezassete estão a preparar formas de aumentar a capacidade de acção do FEEF, que é o fundo de socorro do euro, a fim de o dotar dos meios financeiros necessários para socorrer os países que, por via de um efeito de dominó, possam ser afectados por um eventual default de Atenas.
Uma
das hipóteses - muito referida - envolve a transformação do FEEF numa instituição bancária que possa endividar-se junto do Banco Central Europeu e ajudar os países em dificuldades.
O que acabei de referir são apenas pequenos passos para uma questão vital, que não reúne ainda os consensos necessários. Esperemos por dias melhores, em que a solidariedade europeia seja mais visível...
HSC
Não é cá...
Vidas próprias
Muito obrigada a todos os que suportaram e deram ânimo ao meu último Domingo.
Felizmente para mim - apesar do custo que sempre paguei -, os meus filhos nunca constituíram óbice a que eu vivesse a minha própria existência. Com a certeza, que sempre tive, de que da minha felicidade dependeria uma parte do bem estar deles. E continuo a pensar do mesmo modo.
A minha primeira obrigação é ser feliz. E não deixo essa tarefa nas mãos de ninguém. A seu modo, a vida tem-me compensado amplamente e posto no meu caminho, quem dela deseja fazer parte integrante. Nem todos têm esta sorte!
É verdade que quando eles eram pequenos as escolhas pessoais que entendi dever fazer, nem sempre foram fáceis. Mas fi-las e, se tornasse atrás, voltaria a faze-las. Não é, portanto, nesse domínio que a sombra desceu sobre mim no passado Domingo. É justamente pelo contrário.
Por razões pessoais é muito provável que venha a passar parte do meu tempo longe daqui e, até, da vida deles. Ora foi a percepção de que isso já era possível que, se por um lado me alegrou, também, por outro, me deu a consciência da redução do meu papel na vida deles. Estranha, esta dicotomia sentimental...
A única mágoa que tenho - mas essa é pública e nunca a escondi -, é a que advém da escolha vocacional que ambos fizeram. No caso do Miguel, muito mais complicada do que na do Paulo, porque tem filhos que precisam imenso dele e se ressentem da falta de tempo e atenção que ela acaba sempre por impor.
A vida política, não como profissão, mas como vocação, é semelhante à de um padre. Não comporta inquietações familiares. Nesse campo, o meu filho mais novo fez a opção certa. Se eu não a aprecio, isso, é outra história. Mas é um incómodo exclusivamente meu.
É por isso que somos uma família especial, em que cada um segue uma rota muito pessoal e pensa pela sua própria cabecinha. E, para meu espanto, nunca me senti tão livre como agora, para dizer o que penso...
HSC
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Um Domingo diferente
A verdade é que as mães não deixam, nunca, de o ser. E de antever, sempre, preocupações futuras. Julgo que acontece a todas. Esta semana deu-se comigo.
Talvez para me relembrar que sou completamente normal...
HSC