As dificuldades de Atenas dominaram a reunião dos ministros das finanças da zona euro, que no Luxemburgo, tentavam encontrar respostas para a crise da dívida grega e evitar os riscos de contágio a outros países.
Atenas confirmou há dias que o défice orçamental irá atingir este ano 8,5% do PIB, um valor bem distinto dos 7,6% fixados no programa de assistência externa.
Este resultado seria suficiente para os Dezassete suspendessem a próxima tranche de 110 mil milhões de euros do programa de ajuda. Mas isso lançaria o país na falência em pouca semanas.
Este pagamento deverá ser formalmente confirmado nas duas próximas semanas e terá por base um relatório da troika, ou seja, a missão de peritos europeus e do FMI.
A súbita compreensão dos governos europeus, nomeadamente dos tradicionais críticos do “laxismo” grego, não é muito clara.
O que se diz é que alguns ministros consideram que há limites para as reformas que se podem exigir num ano, sobretudo num país que está em recessão há quatro anos seguidos.
O que acabei de referir são apenas pequenos passos para uma questão vital, que não reúne ainda os consensos necessários. Esperemos por dias melhores, em que a solidariedade europeia seja mais visível...
Este pagamento deverá ser formalmente confirmado nas duas próximas semanas e terá por base um relatório da troika, ou seja, a missão de peritos europeus e do FMI.
A súbita compreensão dos governos europeus, nomeadamente dos tradicionais críticos do “laxismo” grego, não é muito clara.
O que se diz é que alguns ministros consideram que há limites para as reformas que se podem exigir num ano, sobretudo num país que está em recessão há quatro anos seguidos.
Outra explicação plausível é a de que os Dezassete se tenham resignado à inevitabilidade de organizar um incumprimento parcial da dívida grega, que o FMI prevê que continuará a crescer até 2012.
É neste contexto que o debate desta segunda-feira foi dominado pelo segundo programa de ajuda à Grécia, no valor de 109 mil milhões de euros, o qual prevê, pela primeira vez, a participação dos credores privados, que sofrerão uma redução de 21% do valor dos seus activos, no caso de um reescalonamento da dívida helénica, no quadro de um default parcial.
Mas antes da entrada em vigor deste programa, a Alemanha, Holanda e Finlândia querem rever os seus termos, de modo a impor uma redução superior dos activos dos privados. Contudo o modelo ainda não está definido.
A decisão de libertar a tranche de ajuda prevista poderá destinar-se, sobretudo, a permitir à zona euro ganhar tempo enquanto os governos ultimam e negoceiam um maior envolvimento dos privados. O qual, se tudo correr bem, arrancará no fim do ano.
Seja qual for a intenção, a palavra de ordem foi a desdramatização da derrapagem grega e os elogios das últimas medidas de austeridade anunciadas nas últimas semanas pelo governo.
A generalidade dos ministros e a Comissão Europeia preferiram, aliás, sublinhar que mesmo que a meta deste ano não seja cumprida, as medidas permitirão atingir o objectivo de 6,5% do PIB fixada para 2012.
“A Grécia é um país com dificuldades estruturais (...) mas não é o bode expiatório da zona euro”, afirmou o ministro das finanças grego à chegada à reunião. Esta posição pareceu merecer o apoio do presidente do Eurogropo, Jean-Claude Juncker, quando salientou que as metas de consolidação orçamental que a Grécia terá de cumprir, se referem ao biénio 2011/12 no seu conjunto, o que é um progresso relativamente ao novo pacote.
Além disto, os Dezassete estão a preparar formas de aumentar a capacidade de acção do FEEF, que é o fundo de socorro do euro, a fim de o dotar dos meios financeiros necessários para socorrer os países que, por via de um efeito de dominó, possam ser afectados por um eventual default de Atenas.
Uma
das hipóteses - muito referida - envolve a transformação do FEEF numa instituição bancária que possa endividar-se junto do Banco Central Europeu e ajudar os países em dificuldades.
O que acabei de referir são apenas pequenos passos para uma questão vital, que não reúne ainda os consensos necessários. Esperemos por dias melhores, em que a solidariedade europeia seja mais visível...
HSC
Uma coisa tenho que admitir: Lá esperança tem a Helena para dar e vender... "Esperemos por dias melhores, em que a solidariedade europeia seja mais visível..."
ResponderEliminarSerá que os nossos credores aceitam Esperança ou invés de $/€?
Como eu não tenho grande motivos para sustentar este tipo de esperança fico-me com este "cenário":
Só um louco acredita que o seguinte não vai acontecer:
- Grécia vai entrar em Default e Bancarrota
- Bancos Franceses e Alemães vão falir, em última instância... não sem antes serem injectados, outra vez, muitos milhões e o zé mané vai pagar...
- Atrás desta falência anunciada e já não muito distante os principais bancos da Wall Street vão-se ver Gregos para se safar pois afinal de contas eles "financiaram" estes bancos em qualquer coisa como $2.7 triliões... coisinha pouca...
- E... com estes bancos todos em stress e a falirem os ZÉs MANÉs vão-se ver como os Gregos...
Se por acaso quem leu isto acredita que estou louco... não não estou!!! ihih
E quanto à solidariedade europeia... no dia em que formos todos cegos, ela será visível.