Muito obrigada a todos os que suportaram e deram ânimo ao meu último Domingo.
Felizmente para mim - apesar do custo que sempre paguei -, os meus filhos nunca constituíram óbice a que eu vivesse a minha própria existência. Com a certeza, que sempre tive, de que da minha felicidade dependeria uma parte do bem estar deles. E continuo a pensar do mesmo modo.
A minha primeira obrigação é ser feliz. E não deixo essa tarefa nas mãos de ninguém. A seu modo, a vida tem-me compensado amplamente e posto no meu caminho, quem dela deseja fazer parte integrante. Nem todos têm esta sorte!
É verdade que quando eles eram pequenos as escolhas pessoais que entendi dever fazer, nem sempre foram fáceis. Mas fi-las e, se tornasse atrás, voltaria a faze-las. Não é, portanto, nesse domínio que a sombra desceu sobre mim no passado Domingo. É justamente pelo contrário.
Por razões pessoais é muito provável que venha a passar parte do meu tempo longe daqui e, até, da vida deles. Ora foi a percepção de que isso já era possível que, se por um lado me alegrou, também, por outro, me deu a consciência da redução do meu papel na vida deles. Estranha, esta dicotomia sentimental...
A única mágoa que tenho - mas essa é pública e nunca a escondi -, é a que advém da escolha vocacional que ambos fizeram. No caso do Miguel, muito mais complicada do que na do Paulo, porque tem filhos que precisam imenso dele e se ressentem da falta de tempo e atenção que ela acaba sempre por impor.
A vida política, não como profissão, mas como vocação, é semelhante à de um padre. Não comporta inquietações familiares. Nesse campo, o meu filho mais novo fez a opção certa. Se eu não a aprecio, isso, é outra história. Mas é um incómodo exclusivamente meu.
É por isso que somos uma família especial, em que cada um segue uma rota muito pessoal e pensa pela sua própria cabecinha. E, para meu espanto, nunca me senti tão livre como agora, para dizer o que penso...
HSC
Cara Helena
ResponderEliminarA exposição dos filhos é sempre uma coisa complicada.
Não por política mas por outras razões profissionais, também os meus são "conhecidos na rua"...
E, se isso, às vezes tem graça e nos surpreende, o reverso da medalha e as "dores de cotovelo" trazem inquietações e ameaças que nos preocupam, sobretudo quando sabemos que dão o seu melhor e estão lá por vocação e formação universitária adequada.
Não caíram de páraquedas...
Mas enfim, não é só a política que é uma selva, acredite.
Quanto a nós, pecamos muitas vezes por excesso(é uterino) mas convém não perder o norte.
Permita-me lembrá-la:
Não é a Helena que é mãe deles, eles é que são seus filhos, ok?
Deixe lá...quantas mães não terão razões mais graves...
Cara Helena, já está no Histórias de Nós a resposta ao seu desafio. Como poderá ver, inspirou-me duplamente..não foi só o seu começo que me serviu de inspiração!
ResponderEliminarE verá lá também como (penso que)percebo este seu post que tanto gostei de ler. Mais uma vez, a transparência total da sua escrita e do que partilha connosco é tocante.
Espero que goste. Sinto uma responsabilidade (muito) acrescida por ser um «pedido» seu. Cada vez mais a admiro em vários sentidos e por múltiplas razões.
Obrigada
M.
"As mães são a mais alta coisa que os filhos criam"
ResponderEliminar(Herberto Helder)
Sinceramente
a)Alcipe
Mais uma vez, pelo menos para mim, fica confirmado que se trata de uma Senhora no sentido literal da palavra. Tenho 34 anos e desde sempre me habituei a ouvir e assimilar muitas das palavras da Helena, sem dúvida nenhuma, uma das pessoas que ADORO ouvir e ver!
ResponderEliminarUma grande mulher no panorama nacional, que sabe estar e principalmente ouvir refletir antes de falar! Continue assim...
Espero, Helena, que o possível afastamento a que se refere seja por bons e festivos motivos e que, enquanto durar, a distância não nos prive do contacto consigo.
ResponderEliminarE saiba que todas as mães arranjam sempre maneira de se preocupar com os filhos, mesmo que tenham profissões mais pacíficas que a política. Acho que é uma característica das mães: por muito racionais que sejam, quando o assunto são os filhos, não conseguem relativizar.
De resto, quer para nós, mulheres e mães, quer para os nossos filhos, o melhor que podemos fazer é sermos independentes deles, felizes, fortes. Sentimo-nos mais fortes e melhores e eles ficam tranquilos por nos sentirem assim. Mas sabe disto melhor que eu (não estou a ensinar nada, estou apenas a partilhar uma opinião minha).
Seja feliz, sempre!
Helena,
ResponderEliminarDepois disto tudo não vai confirmar o que me pareceu entender, pois não?
Vai deixar-nos sem a sua companhia?
Longe de nós?
Não estou a achar graça nenhuma.
Grande abraço
Todos nós temos uma mãe !
ResponderEliminarNão percebo onde está o drama!
Profissões, filhos , falta de tempo, etc !!
Isso faz parte da vida de toda a gente. Uns têm filhos famosos outros nem tanto .Uns trabalham mais outros não. Uns solteiros outros não ! enfim cada um faz a sua vida !
Não entendo o porquê de tanta ãngustia !
Angustia têm aquelas mães que têm os filhos nas prisões ! Outras têm os filhos cheios de problemas sociais, fisicos e psiquicos !
Cada um tem os seus problemas e isso é certo !
Caro Anónimo das 17:27
ResponderEliminarNinguém aqui falou em drama. A palavra é sua.
Quando muito, abordei um estado de espírito. Julgo que compreenderá a enorme diferença.
E ,já agora, também lhe digo que ter um filho na prisão será um problema, uma tristeza, uma mágoa. Porque ele estará lá por uma razão específica.
Perder um filho ou tê-lo com uma doença incurável, isso sim, é que é um drama.
Querida Helena,
ResponderEliminarConfirma-se haver algo mais que a comum Nostalgia de Domingo, no seu post.
Deixou-me apreensiva e pelos vistos não só a mim.
Saberá a falta que nos fará. Mas como diria certa avó "Vá onde a leva o coração" e faça-nos o favor de ser muito muito feliz.Ficá-lo-emos também,por sí.
Arranjará um minutinho para manter este tão simpatico e imprescindivel blogue?
Que Deus a acompanhe e aos seus.
Permita um comentário de quem é mais nova e muito menos sábia, mas que sente por si um grande respeito,...faça dos seus dias, o mais possível, momentos muito FELIZES
ResponderEliminarBj
Gostei imenso de a ler (como aliás gosto sempre), mas gostei particularmente deste texto.
ResponderEliminarO leitor tem sempre tendência em buscar os pontos de identificação (ou eventualmente de afastamento) com as palavras que lê e estas tocaram-me particularmente.
Obrigada.