Os anos passaram, a monarquia foi-se, a república consolidou-se, e a revolução fez-se para que a democracia se instalasse. Pareceria, assim, que teriam desaparecidotodas as razões para que subsistisse o tal orgulho e preconceito.
Não é verdade. Curiosamente, hoje, qualquer deles persiste. Apenas mudaram de feição. Agora orgulhamo-nos do sucesso profissional, tantas vezes alcançado não pelo mérito, mas pela filiação partidária; orgulhamo-nos de ter subido a pulso na vida, como se o esforço não devesse ser a norma; orgulhamo-nos da pertencer à ideologia dominante, como se a liberdade depensar diferente não fosse um direito adquirido; enfim, mantemos uma certa forma de altivez pelo que fazemos ou por quem somos…E continuamos preconceituosos com quem não faz, não é ou não pensa como nós.
Mais permissivos? Só se for na capacidade de tolerar a asneira e de lhe chamar sucesso!
HSC
O orgulho é saudável. Hoje, criou-se o hábito de chamar auto-estima ao velho orgulho mas eu continuo a preferir a velha designação. É bom as pessoas sentirem orgulho pelo sucesso dos seus esforços ou pelas suas qualidades, desde que tenham tido responsabilidade nelas (acho uma parvoíce ter orgulho na beleza ou inteligência).
ResponderEliminarO problema do orgulho, hoje, é a sua falta de consistência. A ilusão de que há razões para haver orgulho quando, afinal, muitas vezes as razões deveriam caminhar no sentido da vergonha.
Já agora, por falar em famílias e posição social, uma vez perguntaram ao Marquês de Fronteira se se sentia orgulhoso (ou vaidoso, não posso precisar) pelo título que ostentava. Ele disse que não pois limitou-se a recebê-lo.Mas que tinha muito orgulho no curso de Filosofia pois teve que queimar muitas pestanas para o conseguir.
JR
Comecei a ler este livro ontem, porque é o segundo de uma selecção da comunidade dos leitores de que faço parte, a recomeçar em setembro,o que achei uma coincidência muito engraçada. Depois, dir-lhe-ei mais qualquer coisa sobre o assunto, obviamente.
ResponderEliminarGrande abraço
Estes atributos fazem, como muitos outros, parte da natureza humana.O orgulho bem temperado é saudável, o preconceito, não, mas é uma bengala. Que mais posso dizer? Appelons un chat un chat...
ResponderEliminarRaúl Mesquita.
Gostei e a ler.
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