quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Hei-de...

Sempre me incomodaram as expressões “tenho de” ou “tenho que”, por as considerar perpétuos falsos argumentos para nada fazer. O "hei-de"é igualmente mau!
Quando era estudante elas constituíam o intróito habitual usado pelos colegas que, não se tendo dado ao trabalho de tirar apontamentos, amaciavam a intenção de se servir daqueles que o haviam feito. Mais tarde e já na vida profissional, a expressão continuaria a ser usada para, de modo sistemático, explicar o que, devendo já ter sido realizado, por desleixo, ainda o não fora.
“Tenho de estudar”, “tenho de ir ao médico”, “tenho de parar de fumar”, “tenho de economizar”, enfim, tenho de, tenho de… Não foram poucas as vezes em que me enfureci com os meus filhos por causa desta malfadada atitude.
Quando se tem de actuar, só há uma coisa a fazer:tomar a decisão, agir, cumprir. De preferência sem pré-aviso, a fim de evitar desvios de rota. Ou então, se não se é capaz, aceitar a debilidade psicológica e ter a probidade de não prometer, de não dizer "hei-de". Apenas existem estes dois caminhos. Tudo o resto é fantasia.
Um familiar meu costuma afirmar, convicto, “tenho de me doutorar”. Há pelo menos dez anos que o oiço dizer isto, sem qualquer rebuço. Ora se ninguém lhe pergunta nada sobre o assunto, para que serve tal afirmação, que jamais foi cumprida? Quanto a mim, apenas para calar a má consciência. Até que alguém, nomeadamente eu, tenha a coragem de lhe dizer que… “porque não te calas?”!
HSC

5 comentários:

  1. Bom, pior seria se dissessem "há-dem" ver como hei-de fazer... Por falar em ministros, alguém explique ao "Socras" em particular e a todo o governo em geral, a diferença entre "temos de fazer" e "temos que fazer". É que nem o primeiro, nem o segundo fazem nada!

    (Até parece que estamos nas Amoreiras, heim...? ;)

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  2. Compreendo bem aquilo que aqui o Post quis dizer. Aqui há uns 15 anos entendi, até por “apelo” de meus filhos, deixar de fumar. Nunca fui grande fumador, mas já estava a começar a “habituar-me” demasiado. Estava a fumar quase cerca de 1 maço de cigarros por dia. Tinha consciência que era já algo exagerado, para aquilo que anteriormente fumava. Sabia também que dali para a frente seria sempre um pouco mais. E tive de tomar uma decisão. De parar. O que requeria alguma força de vontade. Que iria ser difícil, visto sentir que estava já demasiado “ligado” ao tabaco. Variava. Entre cachimbo, charuto e pior, muito pior, o cigarro. E no dia em que tomei a decisão de parar, parei. Não anunciei antes. Nem depois, durante algum tempo, visto ainda não confiar em mim. Mas desde então parei efectivamente de fumar. Recordo-me que foi difícil. Bastante. Sobretudo quando via os outros a fumar e até quando numa cena no cinema via um actor/actriz a puxar do cigarro. Aquilo fazia-me uma impressão danada e era “apelativo à retoma do vício”. Mas nunca cedi. Um momento que fosse, pois sabia que se cedesse, voltaria a fumar. E desde então nunca mais senti tentações. Mas lá está, nunca fui capaz de dizer aos quatro ventos que iria deixar de fumar, preferi testar-me. E hoje estou satisfeito comigo. Já numa ou outra rara ocasião aceitei uma cigarrilha, mas apenas por puro prazer e constatei com agrado que já não voltaria a ser fumador. Tinha (e tenho) a coisa controlada. Mas esta decisão foi menor, totalmente insignificante. Mas aquilo que para nós é importante e tem algum impacto nos outros, como aqui se diz no Post, não se deve anunciar. Primeiro faz-se, depois pode falar-se disso. Como costumava dizer um conhecido político português (que prefiro não dizer quem foi), com muitíssima oportunidade, homem sério: “primeiro faço, depois falo sobre o assunto”. Está bem bem visto.
    P.Rufino

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  3. O comentário P.Rufino, trouxe-me à mente um trama vivido há alguns anos atrás.
    Um familiar próximo durante anos a fio foi "dizendo tenho de/que deixar de fumar", não se ficou pelas palavras usou tudo o que tinha disponível na medicina convencional e na alternativa. Quando fez acunpultura até achou ter ficado a fumar mais.
    Pouco tempo depois, uma dor atípica numa supra-renal anunciou o pior, lesão pulmonar, nesse dia decidiu fumar o último cigarro.
    A sua decisão, ainda que tardia, era um imperativo do seu subconsciente e foi tomada por iniciativa própria.
    Pena que estando o nosso país também á beira do colapso não tenham os nossos governantes/gestores uma reminiscência no seu subconsciente que os alerte para o inevitável.

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  4. Prochaska and DiClemente’s Stages of Change Model

    Stage of Change
    Pre-contemplation

    Characteristics
    Not currently considering change: "Ignorance is bliss"

    Techniques

    Validate lack of readiness
    Clarify: decision is theirs
    Encourage re-evaluation of current behavior
    Encourage self-exploration, not action
    Explain and personalize the risk

    Stage of Change
    Contemplation

    Ambivalent about change: "Sitting on the fence"
    Not considering change within the next month


    Validate lack of readiness
    Clarify: decision is theirs
    Encourage evaluation of pros and cons of behavior change
    Identify and promote new, positive outcome expectations

    Stage of Change
    Preparation


    Some experience with change and are trying to change: "Testing the waters"

    Planning to act within 1month
    Identify and assist in problem solving re: obstacles
    Help patient identify social support
    Verify that patient has underlying skills for behavior change
    Encourage small initial steps

    Stage of Change
    Action


    Practicing new behavior for

    3-6 months


    Focus on restructuring cues and social support
    Bolster self-efficacy for dealing with obstacles
    Combat feelings of loss and reiterate long-term benefits

    Stage of Change
    Maintenance


    Continued commitment to sustaining new behavior

    Post-6 months to 5 years


    Plan for follow-up support
    Reinforce internal rewards
    Discuss coping with relapse

    Stage of Change
    Relapse


    Resumption of old behaviors: "Fall from grace"


    Evaluate trigger for relapse

    Reassess motivation and barriers

    Plan stronger coping strategies
    Motivational Interviewing Algorithm Sample Scripts for Stages of Change


    Modelo alternativo
    Se fosse fácil...

    Não fumávamos
    Não bebíamos
    Não prevaricávamos...
    Não ofendíamos

    Não havendo pecadores para quê
    Santos?!!!

    É...
    Era bonito
    Queria ver do meu emprego/trabalho.
    Abraço
    Isabel Seixas

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