Quando era estudante elas constituíam o intróito habitual usado pelos colegas que, não se tendo dado ao trabalho de tirar apontamentos, amaciavam a intenção de se servir daqueles que o haviam feito. Mais tarde e já na vida profissional, a expressão continuaria a ser usada para, de modo sistemático, explicar o que, devendo já ter sido realizado, por desleixo, ainda o não fora.
“Tenho de estudar”, “tenho de ir ao médico”, “tenho de parar de fumar”, “tenho de economizar”, enfim, tenho de, tenho de… Não foram poucas as vezes em que me enfureci com os meus filhos por causa desta malfadada atitude.
Quando se tem de actuar, só há uma coisa a fazer:tomar a decisão, agir, cumprir. De preferência sem pré-aviso, a fim de evitar desvios de rota. Ou então, se não se é capaz, aceitar a debilidade psicológica e ter a probidade de não prometer, de não dizer "hei-de". Apenas existem estes dois caminhos. Tudo o resto é fantasia.
Um familiar meu costuma afirmar, convicto, “tenho de me doutorar”. Há pelo menos dez anos que o oiço dizer isto, sem qualquer rebuço. Ora se ninguém lhe pergunta nada sobre o assunto, para que serve tal afirmação, que jamais foi cumprida? Quanto a mim, apenas para calar a má consciência. Até que alguém, nomeadamente eu, tenha a coragem de lhe dizer que… “porque não te calas?”!
HSC
Bom, pior seria se dissessem "há-dem" ver como hei-de fazer... Por falar em ministros, alguém explique ao "Socras" em particular e a todo o governo em geral, a diferença entre "temos de fazer" e "temos que fazer". É que nem o primeiro, nem o segundo fazem nada!
ResponderEliminar(Até parece que estamos nas Amoreiras, heim...? ;)
Compreendo bem aquilo que aqui o Post quis dizer. Aqui há uns 15 anos entendi, até por “apelo” de meus filhos, deixar de fumar. Nunca fui grande fumador, mas já estava a começar a “habituar-me” demasiado. Estava a fumar quase cerca de 1 maço de cigarros por dia. Tinha consciência que era já algo exagerado, para aquilo que anteriormente fumava. Sabia também que dali para a frente seria sempre um pouco mais. E tive de tomar uma decisão. De parar. O que requeria alguma força de vontade. Que iria ser difícil, visto sentir que estava já demasiado “ligado” ao tabaco. Variava. Entre cachimbo, charuto e pior, muito pior, o cigarro. E no dia em que tomei a decisão de parar, parei. Não anunciei antes. Nem depois, durante algum tempo, visto ainda não confiar em mim. Mas desde então parei efectivamente de fumar. Recordo-me que foi difícil. Bastante. Sobretudo quando via os outros a fumar e até quando numa cena no cinema via um actor/actriz a puxar do cigarro. Aquilo fazia-me uma impressão danada e era “apelativo à retoma do vício”. Mas nunca cedi. Um momento que fosse, pois sabia que se cedesse, voltaria a fumar. E desde então nunca mais senti tentações. Mas lá está, nunca fui capaz de dizer aos quatro ventos que iria deixar de fumar, preferi testar-me. E hoje estou satisfeito comigo. Já numa ou outra rara ocasião aceitei uma cigarrilha, mas apenas por puro prazer e constatei com agrado que já não voltaria a ser fumador. Tinha (e tenho) a coisa controlada. Mas esta decisão foi menor, totalmente insignificante. Mas aquilo que para nós é importante e tem algum impacto nos outros, como aqui se diz no Post, não se deve anunciar. Primeiro faz-se, depois pode falar-se disso. Como costumava dizer um conhecido político português (que prefiro não dizer quem foi), com muitíssima oportunidade, homem sério: “primeiro faço, depois falo sobre o assunto”. Está bem bem visto.
ResponderEliminarP.Rufino
Adorei!
ResponderEliminarO comentário P.Rufino, trouxe-me à mente um trama vivido há alguns anos atrás.
ResponderEliminarUm familiar próximo durante anos a fio foi "dizendo tenho de/que deixar de fumar", não se ficou pelas palavras usou tudo o que tinha disponível na medicina convencional e na alternativa. Quando fez acunpultura até achou ter ficado a fumar mais.
Pouco tempo depois, uma dor atípica numa supra-renal anunciou o pior, lesão pulmonar, nesse dia decidiu fumar o último cigarro.
A sua decisão, ainda que tardia, era um imperativo do seu subconsciente e foi tomada por iniciativa própria.
Pena que estando o nosso país também á beira do colapso não tenham os nossos governantes/gestores uma reminiscência no seu subconsciente que os alerte para o inevitável.
Prochaska and DiClemente’s Stages of Change Model
ResponderEliminarStage of Change
Pre-contemplation
Characteristics
Not currently considering change: "Ignorance is bliss"
Techniques
Validate lack of readiness
Clarify: decision is theirs
Encourage re-evaluation of current behavior
Encourage self-exploration, not action
Explain and personalize the risk
Stage of Change
Contemplation
Ambivalent about change: "Sitting on the fence"
Not considering change within the next month
Validate lack of readiness
Clarify: decision is theirs
Encourage evaluation of pros and cons of behavior change
Identify and promote new, positive outcome expectations
Stage of Change
Preparation
Some experience with change and are trying to change: "Testing the waters"
Planning to act within 1month
Identify and assist in problem solving re: obstacles
Help patient identify social support
Verify that patient has underlying skills for behavior change
Encourage small initial steps
Stage of Change
Action
Practicing new behavior for
3-6 months
Focus on restructuring cues and social support
Bolster self-efficacy for dealing with obstacles
Combat feelings of loss and reiterate long-term benefits
Stage of Change
Maintenance
Continued commitment to sustaining new behavior
Post-6 months to 5 years
Plan for follow-up support
Reinforce internal rewards
Discuss coping with relapse
Stage of Change
Relapse
Resumption of old behaviors: "Fall from grace"
Evaluate trigger for relapse
Reassess motivation and barriers
Plan stronger coping strategies
Motivational Interviewing Algorithm Sample Scripts for Stages of Change
Modelo alternativo
Se fosse fácil...
Não fumávamos
Não bebíamos
Não prevaricávamos...
Não ofendíamos
Não havendo pecadores para quê
Santos?!!!
É...
Era bonito
Queria ver do meu emprego/trabalho.
Abraço
Isabel Seixas