domingo, 29 de setembro de 2024

OS MEUS OLHOS NOS TEUS

"Os meus olhos nos teus" pode, num contexto mais intimista, sugerir aquele instante em que o mundo ao redor parece desaparecer, deixando apenas duas pessoas frente a frente, envolvidas num silêncio carregado de significado. É o encontro de olhares que transcende a superfície, onde se vê e se sente mais do que o simples físico. Nesse momento, há uma vulnerabilidade exposta, como se o olhar abrisse portas para o mais profundo de cada um, sem precisar de palavras, apenas presença.

Imagine -se o cenário: um quarto à meia-luz e o som abafado do mundo lá fora. Dois pares de olhos encontram-se devagar, como se houvesse medo da perda desse abismo de emoções, mas, ao mesmo tempo, uma necessidade inevitável de se entregar. Há uma respiração compartilhada, quase impercetível, e um calor que não vem do toque, mas da intensidade do olhar. Nesses segundos, a alma se desarma, e tudo o que não foi dito encontra voz no silêncio entre esses olhos que se entendem.

É aquele tipo de intimidade que vai além do físico e entra num espaço onde só o olhar basta para conhecer o outro, para sentir o outro de forma plena, em toda a sua humanidade. "Os meus olhos nos teus" é o reconhecimento profundo do outro e, ao mesmo tempo, um mergulho em si mesmo.

sábado, 28 de setembro de 2024

A angústia do domingo

A angústia do domingo, também conhecida como "Sunday Blues" ou "Domingo Melancólico", é um sentimento comum de ansiedade, tristeza ou desconforto que muitas pessoas experimentam ao final do fim de semana. Esse estado emocional pode ter várias causas, sendo as mais comuns:

Fim da liberdade do fim de semana: Durante o fim de semana, há mais tempo livre para descanso, lazer ou para fazer o que se gosta. No domingo, a perspetiva de voltar ao trabalho ou à rotina na segunda-feira pode gerar um sentimento de perda dessa liberdade.

Ansiedade antecipatória: O domingo muitas vezes vem acompanhado de uma antecipação do que está por vir na semana. A preocupação com prazos, tarefas e obrigações futuras, pode aumentar a sensação de ansiedade e de sobrecarga.

Ritmo mais lento: O domingo costuma ser um dia mais calmo e introspetivo, o que pode levar as pessoas a refletirem mais sobre as suas vidas, as suas metas e até os seus problemas. Isso pode gerar um sentimento de insatisfação ou inquietude.

Descompasso entre expectativa e realidade: Muitas vezes, as pessoas têm expectativas altas para o fim de semana, esperando realizar várias atividades prazerosas. Quando o domingo chega, pode haver uma sensação de frustração por não se ter aproveitado o tempo como se gostaria.

Ideias para lidar com a angústia do domingo:

Planeie algo positivo para domingo à noite: Tente fazer algo que dê prazer, como assistir a um filme, cozinhar uma refeição especial ou encontrar amigos. Isso ajuda a mudar o foco da ansiedade para uma atividade relaxante.

Organize a semana com antecedência: Ter uma lista de tarefas ou planos para a semana pode reduzir a ansiedade, já que a pessoa se sentirá mais preparada para o que está por vir.

Pratique mindfulness ou meditação: Estas práticas podem ajudar a reduzir a ansiedade ao trazer o foco para o momento presente e diminuir o excesso de preocupações com o futuro.

Respeite o seu descanso: Tente não sobrecarregar o fim de semana com muitas obrigações e dedique tempo para descansar e recuperar as energias.

A angústia do domingo é uma experiência comum e não está relacionada necessariamente à insatisfação com o trabalho ou com a vida em geral. Com algumas mudanças na rotina, é possível minimizar esse desconforto.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

ACONTECE CADA VEZ MAIS!

A atração de homens mais novos por mulheres mais velhas não é uma regra universal, mas é um fenómeno que ocorre por várias razões. Cada pessoa é única, e a preferência por mulheres mais velhas pode variar bastante de acordo com as experiências de vida, interesses e valores pessoais de cada homem. Algumas razões comuns levam homens mais novos a sentirem-se atraídos por mulheres mais velhas.

Maturidade: Mulheres mais velhas tendem a ter mais experiência de vida e uma visão mais madura das coisas, o que pode ser atraente para homens que buscam relacionamentos mais profundos e significativos.

Segurança: Mulheres mais velhas geralmente são mais seguras de si mesmas, o que pode ser atraente. Essa autoconfiança pode criar um ambiente de relacionamento mais estável e confortável.

Independência: Muitas mulheres mais velhas já alcançaram independência financeira e emocional, o que pode atrair homens que apreciam um relacionamento onde ambos os parceiros são autossuficientes.

Experiência sexual: Homens mais novos podem ser atraídos pela experiência e confiança sexual que algumas mulheres mais velhas possuem, o que pode tornar este tipo de relação mais gratificante.

Perspetivas de vida diferentes: Mulheres mais velhas podem oferecer perspetivas e conselhos de vida que homens mais novos ainda estão descobrindo. Isso é, muitas vezes, um aspeto enriquecedor do relacionamento.

Estabilidade emocional: Mulheres mais velhas por norma têm uma melhor compreensão das suas emoções e uma abordagem mais equilibrada dos desafios da vida, e que, eventualmente, seja atraente para homens que valorizam a estabilidade emocional.

Esses fatores variam de pessoa para pessoa, e a atração entre homens mais novos e mulheres mais velhas, pode ser baseada numa combinação destes elementos, ou mesmo noutros fatores pessoais.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Políticas Públicas e a Economia da Felicidade III

Governos de todo o mundo estão a começar a incorporar a felicidade e o bem-estar nas suas agendas políticas. Citamos alguns exemplos.

Butão: Pioneiro no conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB), Butão avalia o sucesso nacional através do bem-estar dos seus cidadãos, em vez de apenas indicadores económicos tradicionais.

Nova Zelândia: Em 2019, Nova Zelândia lançou seu "Wellbeing Budget", priorizando investimentos em saúde mental, redução da pobreza infantil e proteção ambiental.

Reino Unido: O governo britânico mede regularmente a felicidade e o bem-estar de sua população e usa esses dados para informar políticas públicas.

Desafios e Críticas

Embora a economia da felicidade ofereça uma abordagem mais holística para medir o progresso e o desenvolvimento, ela também enfrenta desafios e críticas. Alguns críticos argumentam que a felicidade é subjetiva demais para ser medida de forma confiável e comparável entre diferentes culturas e contextos. Além disso, há o risco de que políticas focadas exclusivamente na felicidade possam negligenciar outros aspetos importantes, como liberdade e justiça.

Conclusão

A economia da felicidade representa um avanço significativo no entendimento de como as políticas econômicas e sociais afetam o bem-estar humano. Ao considerar a felicidade como um objetivo legítimo das políticas públicas, sociedades podem buscar um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável, que promova não apenas a prosperidade econômica, mas também a qualidade de vida e o bem-estar emocional de seus cidadãos. Fim.

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Fatores Determinantes da Felicidade II

Diversos fatores influenciam a felicidade, incluindo:

Renda e Desigualdade: Enquanto a renda pode melhorar a qualidade de vida até certo ponto, a desigualdade de renda pode reduzir a felicidade geral de uma sociedade, aumentando o estresse e a sensação de injustiça.

Saúde: A saúde física e mental é um componente crucial da felicidade. Políticas de saúde pública que promovem o acesso universal aos cuidados de saúde podem ter um impacto positivo significativo no bem-estar.

Relações Sociais: Laços familiares e sociais fortes estão entre os maiores preditores de felicidade. Comunidades coesas e redes de apoio social são fundamentais para o bem-estar emocional.

Trabalho e Emprego: A qualidade do emprego, incluindo segurança no trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e ambiente de trabalho, é essencial para a felicidade. O desemprego, por outro lado, é uma das principais fontes de infelicidade.

Ambiente e Sustentabilidade: O acesso a um ambiente limpo e seguro contribui para a felicidade. Questões ambientais, como poluição e mudanças climáticas, têm um impacto negativo no bem-estar. (Continua amanhã)

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

UMA VISÂO DA ECONOMIA DA FELICIDADE

A economia da felicidade é um campo interdisciplinar que explora a relação entre bem-estar individual e coletivo e variáveis económicas e sociais. Diferente da economia tradicional, que se concentra principalmente em indicadores como Produto Interno Bruto (PIB), taxas de emprego e produtividade, a economia da felicidade busca entender e medir o impacto das políticas públicas, da distribuição de renda e das condições de vida na felicidade das pessoas.

A economia da felicidade ganhou força nas últimas décadas, particularmente com os trabalhos de economistas como Richard Easterlin, que apresentou o "Paradoxo de Easterlin" na década de 1970. Esse paradoxo sugere que, além de um certo ponto, aumentos na renda de uma sociedade não se traduzem necessariamente em aumentos proporcionais na felicidade dos seus cidadãos. Esse insight desafiou a ideia de que o crescimento económico contínuo sempre levaria a um maior bem-estar.

Medir a felicidade é um desafio metodológico significativo. Pesquisadores utilizam uma combinação de pesquisas subjetivas e dados objetivos para avaliar o bem-estar. Indicadores subjetivos incluem perguntas sobre a satisfação com a vida e emoções diárias, enquanto indicadores objetivos podem envolver fatores como saúde, segurança, educação e qualidade ambiental. (continua amanhã)

domingo, 22 de setembro de 2024

CRÍTICA VERSUS OPINIÃO

Quando falamos sobre a diferença entre opinião e crítica de uma forma mais  aquilo que estamos avaliando e como comunicamos nossos sentimentos.

OPINIÃO

Ligada às emoções e gostos: Quando damos uma opinião, estamos a expressar algo muito pessoal, muitas vezes sem pensar profundamente. É como dizer o que sentimos sobre algo, seja positivo ou negativo. É mais sobre as nossas preferências, o que nos agrada ou desagrada.

Espontânea e direta: Não pensamos muito em justificar ou explicar, porque a opinião é mais sobre o que faz sentido para nós.

Exemplo pessoal: "Eu amo esse livro porque me fez sentir feliz."

CRÍTICA

Mais reflexiva: A crítica, mesmo que também tenha um toque pessoal, tende a ser mais pensada. Ela envolve refletir sobre por que algo funcionou ou não para nós, indo além das emoções e tentando entender os aspetos específicos que nos influenciam.

Busca ser útil: Muitas vezes, quando criticamos, queremos ajudar os outros a verem o que vimos ou sentirem o que sentimos, oferecendo uma visão que tenha algum sentido lógico, mesmo que seja subjetiva.

Exemplo pessoal: "Achei o livro interessante porque os personagens são bem desenvolvidos, mas o final pareceu-me apressado e deixou algumas pontas soltas."

PORQUE SOMOS SIMULTANEAMENTE CRÍTICOS E OPINATIVOS

Vivência pessoal e julgamento: Somos seres emocionais, então a opinião surge de forma natural. Mas também somos reflexivos, e por isso costumamos transformar as nossas opiniões em críticas, tentando entender melhor o que sentimos e compartilhar isso com os outros de forma mais clara.

Conexão e comunicação: Dar uma opinião é uma maneira de nos conectarmos com as nossas próprias experiências. Já ao fazer uma crítica, buscamos comunicar isso de forma que os outros possam entender e talvez até concordar ou discordar, criando uma troca.

Em resumo, todos nós naturalmente opinamos e criticamos porque temos tanto emoções quanto a capacidade de refletir e argumentar sobre elas. É como se estivéssemos constantemente equilibrando o que sentimos e o que pensamos.

sábado, 21 de setembro de 2024

A voz do silêncio

"A Voz do Silêncio" é um conceito que frequentemente se encontra em obras de filosofia, espiritualidade e literatura, e pode ter diferentes interpretações consoante o contexto. De modo geral, refere-se a um estado de introspeção profunda e meditação, onde a verdadeira compreensão e sabedoria emergem da quietude e da ausência de ruído externo.

Na filosofia oriental, especialmente no budismo e no hinduísmo, a "voz do silêncio" é associada à meditação e à prática do silêncio interior, onde o praticante busca silenciar a mente e ouvir a "voz interior" ou a "voz do espírito". Essa voz não é uma comunicação auditiva convencional, mas uma forma de intuição e conhecimento direto que surge quando se atinge um estado de paz mental e clareza espiritual.

Madame Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, escreveu um livro intitulado "A Voz do Silêncio", no qual apresenta ensinamentos espirituais que visam guiar o buscador no caminho da autotransformação e da iluminação. Para Blavatsky, a "voz do silêncio" representa a sabedoria divina e o conhecimento esotérico que podem ser atingidos através da purificação e da disciplina interior.

Na literatura e na poesia, a "voz do silêncio" pode ser uma metáfora poderosa para expressar emoções e pensamentos que são profundos e subjacentes, mas que não são facilmente articuláveis com palavras. Poetas e escritores frequentemente exploram o silêncio como uma fonte de inspiração e uma maneira de comunicar verdades universais que transcendem a linguagem.

O conceito também pode ser aplicado em um contexto mais quotidiano, onde o silêncio é valorizado como um espaço de reflexão pessoal e autoconhecimento.  Num mundo cada vez mais ruidoso e cheio de distrações, a capacidade de encontrar e ouvir a "voz do silêncio" pode ser vista como uma habilidade valiosa para alcançar equilíbrio emocional e mental.

Portanto, "A Voz do Silêncio" é um convite para explorar as profundezas do ser, a ouvir o que não pode ser dito e a encontrar sabedoria e paz na quietude interna. Seja através da prática espiritual, da meditação, ou da apreciação da quietude, essa voz silenciosa nos guia para uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do universo ao nosso redor.

O FADO POR CAMANÉ

A convite da CGD e do seu Presidente ouvi, ontem, durante quase duas horas, Camané cantar fado. O seu fado e a sua maneira especial de o interpretar

Ouvi-lo é uma experiência singular, marcada pela profundidade emocional e pela autenticidade do género. Ele é um dos grandes nomes do fado contemporâneo, conhecido pela sua voz expressiva e pela forma como interpreta cada canção com intensidade, respeitando a tradição, mas com um toque pessoal.

Os timbres graves e aveludados de Camané conferem um poder dramático às suas interpretações, evocando a melancolia e a saudade, sentimentos tão presentes na canção nacional. Além disso, a sua técnica vocal e a capacidade de contar histórias através da música, fazem com que cada canção pareça um pequeno relato de vida. Ele navega por temas de amor, perda e nostalgia, com uma sensibilidade que toca profundamente quem o ouve.

Outro ponto interessante é a sua escolha de repertório. Camané recorre frequentemente a grandes poetas, como Fernando Pessoa e David Mourão-Ferreira, para dar ainda mais profundidade às suas canções, o que enriquece a experiência para o ouvinte.

O fado, na voz de Camané, tem uma capacidade quase mágica de transportar as pessoas para um lugar de introspeção e emoção pura, uma conexão íntima com a alma do fado português.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

A VOCAÇÃO

A vocação é um conceito que se refere à inclinação ou apelo interno que uma pessoa sente para seguir uma determinada profissão, missão ou caminho de vida. Mais do que uma simples escolha de carreira, a vocação é vista como algo profundo e significativo, que está alinhado com os valores, talentos e propósito da existência de um indivíduo. Muitas vezes, a vocação é associada a um sentimento de realização pessoal e de contribuição para o bem comum.

Este conceito pode ter diferentes interpretações dependendo do contexto. No campo religioso, por exemplo, a vocação é, com frequência, entendida como um chamamento divino para servir de alguma maneira, como no sacerdócio, na vida monástica ou em outras formas de serviço religioso. Já num contexto mais secular, a vocação pode ser relacionada com a busca de uma profissão ou ocupação que esteja em harmonia com os interesses e habilidades naturais de uma pessoa.

Descobrir a vocação pode ser um processo longo e introspetivo, que envolve autoavaliação, reflexão e, muitas vezes, experimentação em diferentes áreas de atuação. Para muitos, a vocação é algo que traz um profundo sentido de propósito e satisfação, pois é o caminho que permite à pessoa expressar plenamente quem ela é e o que tem a oferecer ao mundo.

Em resumo, a vocação é mais do que uma escolha profissional; é a expressão da essência e do propósito de alguém, um apelo para realizar algo que esteja em consonância com os seus valores e talentos, trazendo sentido e realização à sua vida.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Talvez discriminação

A recente decisão de disponibilizar a nova vacina contra a COVID-19 exclusivamente para os maiores de 85 anos nos Centros de Saúde levanta um debate importante sobre discriminação etária e o direito universal à saúde. Embora se reconheça a necessidade de proteger as populações mais vulneráveis, como os idosos, essa medida pode ser interpretada como excludente para outros grupos igualmente necessitados de proteção, como pessoas com doenças crónicas ou condições imunológicas fragilizadas, mas que não se enquadram na faixa etária determinada.

A restrição pode gerar um sentimento de injustiça em pessoas que, apesar de estarem em idades inferiores, enfrentam riscos significativos para a saúde. Essa discriminação por idade pode ser vista como uma falha em atender de maneira equitativa a população em geral, promovendo a ideia de que apenas os mais velhos merecem essa prioridade, enquanto outros grupos vulneráveis ficam desamparados.

Além disso, a decisão também reforça a perceção de que políticas de saúde pública, muitas vezes, falham em contemplar a diversidade das necessidades de diferentes segmentos da população. Embora a intenção seja reduzir a sobrecarga no sistema de saúde e direcionar os recursos de forma eficiente, é fundamental que as estratégias sejam mais inclusivas e baseadas em critérios de vulnerabilidade mais abrangentes, garantindo que ninguém fique desprotegido em situações de crise sanitária.

Por fim, políticas que parecem discriminar ou segregar grupos da população, tendem a causar divisões sociais, promovendo o descontentamento e a desconfiança nas autoridades de saúde. A vacinação - a menos que existam razões de natureza clínica  que o justifiquem - deve ser acessível a todos de maneira justa e equitativa, sem gerar o sentimento de que alguns têm mais direito à saúde do que outros.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Relacionamentos mágicos

Os relacionamentos mágicos são aqueles que transcendem a simplicidade das conexões humanas comuns, carregando uma profundidade e um encantamento que os tornam únicos e especiais. Em muitos sentidos, essas relações podem parecer envoltas numa aura de mistério, como se cada encontro, cada troca de palavras ou olhares, estivesse predestinada a acontecer, regida por uma força maior, invisível e inexplicável.

Nesses relacionamentos, a conexão entre as pessoas é quase sobrenatural, marcada por uma sincronicidade surpreendente. As almas parecem se reconhecer num nível profundo, além do físico, como se já tivessem viajado juntas por muitas vidas. Há uma sensação de familiaridade que desafia a lógica, como se o tempo e o espaço fossem irrelevantes para a conexão que se forma. Um encontro mágico é, muitas vezes, descrito como "estar em casa", onde a presença do outro traz uma sensação de completude e paz.

O amor num relacionamento mágico é um sentimento expansivo, que não se limita ao mundano. Ele carrega uma sensação de transcendência como se, juntos, os envolvidos, pudessem tocar o sublime, o divino. Mas isso não significa que não haja desafios — pelo contrário. Às vezes, esses relacionamentos vêm com testes profundos, que exigem paciência, confiança e crescimento espiritual. No entanto, a magia reside justamente na capacidade dessas almas crescerem juntas, transformando-se e elevando uma à outra.

Um relacionamento mágico é, acima de tudo, uma jornada de transformação, onde os envolvidos, ao se espelharem, descobrem novas camadas de si mesmos. Seja um romance arrebatador, uma amizade de alma ou uma parceria espiritual, a essência da magia está no poder de cura, evolução e conexão que essas relações proporcionam.

Talvez a verdadeira magia não esteja apenas no destino que une essas almas, mas na forma como elas se apoiam mutuamente para revelar o melhor de si e criar, juntas, algo que parece transcender o ordinário. O relacionamento mágico, no fundo, é uma celebração do poder do amor, da intimidade e da alma.

sábado, 14 de setembro de 2024

SURPRESA

 Hoje só penso que vos vou dar uma novidade, no fim do mês, chamada "OLHOS NOS OLHOS".

Vai ser uma enorme surpresa!

O AMOR NÃO SE ENCONTRA AO VOLTAR DA ESQUINA

A frase "O amor não se encontra ao voltar da esquina" sugere que o amor não é algo fácil de encontrar, como se fosse apenas uma questão de virar uma esquina e, de repente, encontrá-lo. Ela reflete a ideia de que o amor verdadeiro exige paciência, busca e, muitas vezes, surge quando menos se espera, de forma inesperada e profunda.

Esta expressão lembra-nos que o amor pode não estar à nossa disposição imediata, mas sim ser algo que se constrói e surge com o tempo, esforço e nas circunstâncias certas.

Quando se diz que "o amor não se encontra ao voltar da esquina", está a capturar-se uma verdade muito profunda sobre a natureza do amor. Às vezes, espera-se que ele apareça de forma rápida e fácil, como se fosse só uma questão de cruzar uma rua e encontrá-lo ali. Mas a realidade é bem diferente. O amor verdadeiro, muitas vezes, leva tempo para se revelar, e pode surgir de maneiras e lugares que não imaginamos.

Ele é mais do que um encontro casual; é algo que se constrói, se vive e se sente de uma forma muito mais rica e complexa. Então, talvez o segredo esteja em manter o coração aberto e paciente, porque o amor pode aparecer quando menos se espera, e, por isso, será muito mais especial. Não fique parado e dê uma ajuda!

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A CURA NÃO VEM DE ESQUECER

"A cura não vem de esquecer; mas sim de lembrar sem sentir dor" é uma frase de Freud, que carrega uma profunda sabedoria sobre o processo de cura emocional. Muitas vezes, acreditamos que a cura de uma dor, seja ela causada por uma perda, deceção ou trauma, está no esquecimento, em apagar da memória o que nos fez sofrer. No entanto, o verdadeiro alívio não vem do afastar as lembranças, mas sim em transformá-las, fazendo com que deixem de nos ferir.

Esquecer algo doloroso pode ser uma tentativa de fuga, uma forma de evitar o enfrentamento dos sentimentos difíceis. No entanto, as memórias reprimidas ou ignoradas tendem a persistir de maneira subconsciente, influenciando as nossas ações, decisões e até o nosso bem-estar. É como esconder uma ferida, sem a tratar; pode parecer menos doloroso no momento, mas ela continua ali, corroendo por dentro.

A cura genuína, por outro lado, ocorre quando somos capazes de revisitar essas memórias e lidar com elas de forma saudável, sem que elas provoquem o mesmo sofrimento de antes. Isso significa aceitar e processar o que aconteceu, aprender a lidar com as emoções envolvidas e, eventualmente, relembrar o evento sem que ele continue a magoar. O objetivo não é apagar o passado, mas dar-lhe um novo significado.

Quando conseguimos lembrar sem dor, o que antes era uma ferida aberta torna-se numa cicatriz, num símbolo de superação e de aprendizagem. Esse é um dos sinais mais claros da cura emocional: a capacidade de revisitar o passado sem ser consumido por ele. Lembrar sem dor, significa que a ferida foi tratada, que as emoções foram processadas e que conseguimos encontrar paz com o que aconteceu.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

OS “EUS” DE CADA UM

Os “eus” de cada um são como constelações, espalhadas pelo vasto céu interno. Cada "eu" é uma estrela brilhando de maneira única, mas parte de um conjunto maior que compõe quem somos. Há o "eu" que rimos com os amigos, o "eu" que choramos em silêncio, o "eu" que sonha alto e o "eu" que teme fracassar. Eles coexistem, muitas vezes em harmonia, outras vezes em conflito, mas todos igualmente essenciais para a nossa existência.

Cada um de nós carrega múltiplas versões de si mesmo, algumas conhecidas, outras escondidas até de nós próprios. Há o "eu" que emerge em momentos de coragem, e aquele que se retraí diante do medo. O "eu" que almeja grandeza convive com o "eu" que se contenta com o conforto da rotina. E nessa dança interna, somos como artistas em constante improvisação, ajustando as máscaras que usamos conforme o palco da vida muda.

Esses “eus” são como ecos de experiências passadas, reflexos de desejos futuros e respostas imediatas ao presente. Eles são camadas sobrepostas de histórias que contamos a nós mesmos e ao mundo. Nem sempre é fácil abraçar todos esses fragmentos, mas é na aceitação deles que encontramos a nossa totalidade. Afinal, cada "eu" é uma peça do quebra-cabeça que forma a nossa complexidade, a nossa riqueza, a nossa humanidade.

São os “eus” de cada um que nos fazem inteiros, mesmo quando parecem nos dividir.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Gostar mais ou gostar melhor?

Gostar mais ou gostar melhor são conceitos que, embora relacionados, se diferenciam profundamente na forma como experimentamos e expressamos as nossas emoções. "Gostar mais" refere-se frequentemente à intensidade com que sentimos algo ou por alguém. É aquela paixão avassaladora, o desejo ardente, a vontade de estar sempre por perto, de compartilhar cada momento. É um sentimento que muitas vezes pode ser impulsivo, dominado pela necessidade de possuir ou pelo medo de perder. Esse tipo de gostar, por mais forte que seja, pode ser fugaz, porque está mais ligado à quantidade do que à qualidade.

Por outro lado, "gostar melhor" está relacionado à profundidade e à qualidade do sentimento. É um gostar que vai além da simples paixão e adentra um campo mais sereno, mais consciente e, muitas vezes, mais duradouro. Gostar melhor é apreciar as qualidades do outro, respeitar suas imperfeições e dar espaço para que ambos cresçam. É um gostar que não precisa de demonstrações exuberantes, mas se revela nas pequenas atitudes do dia a dia, no cuidado, na paciência e no respeito mútuo.

Gostar mais pode ser avassalador, mas gostar melhor é construtivo. Um relacionamento baseado em gostar melhor tende a ser mais equilibrado e saudável, pois não se trata apenas de intensidade, mas de compreensão, empatia e suporte mútuo. Enquanto gostar mais pode ser uma fase intensa e apaixonada, gostar melhor é o que solidifica os vínculos ao longo do tempo.

No fim, o ideal seria encontrar um equilíbrio entre esses dois modos de gostar: uma combinação de paixão e profundidade, onde o amor possa ser vivido com intensidade, mas também com sabedoria e cuidado. Gostar melhor não significa gostar menos, mas sim gostar de uma forma que constrói, que nutre e que perdura.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Manter a singularidade

Manter a singularidade num casamento é essencial para preservar a identidade de cada indivíduo dentro da relação. Quando duas pessoas se unem, é comum que compartilhem muitos aspetos de suas vidas, mas isso não deve significar a perda da individualidade de cada um. Um casamento saudável constrói-se sobre a capacidade de cada parceiro manter os seus interesses, hobbies, opiniões e objetivos pessoais, mesmo enquanto cultivam uma vida em comum. Essa singularidade é importante porque impede que a relação se torne sufocante ou que um dos parceiros sinta que se está a anular em prol do outro.

A preservação da individualidade permite que cada pessoa continue evoluindo pessoalmente, o que, por sua vez, enriquece a relação. Um casamento onde os dois se sentem realizados em suas próprias vidas individuais tende a ser mais equilibrado, pois ambos trazem novas experiências, perspetivas e energia para a parceria. Além disso, o respeito pelas diferenças individuais fortalece o vínculo de confiança e admiração mútua, pilares fundamentais de uma relação duradoura.

Manter a singularidade também evita a dependência emocional excessiva, pois cada um mantém a sua rede de apoio, interesses próprios e fontes de satisfação. Isso contribui para um relacionamento mais saudável, onde ambos se sentem completos por si mesmos e encontram no casamento um complemento para sua felicidade, mas não a sua única fonte. Portanto, cultivar a individualidade dentro do casamento é uma maneira de garantir que a relação se mantenha viva, dinâmica e, acima de tudo, respeitosa.

OS FILHOS DO DINHEIRO

"Os Filhos do Dinheiro" é uma expressão que pode ser interpretada de diversas maneiras, dependendo do contexto em que é usada. Em geral, ela refere-se às pessoas que cresceram em ambientes financeiramente privilegiados, onde o dinheiro não é apenas uma necessidade básica, mas também um símbolo de status, poder e influência. Essas pessoas muitas vezes herdam não apenas a riqueza material, mas também os valores, as expectativas e as pressões que vêm junto com ela.

No contexto sociocultural, "Os Filhos do Dinheiro" podem ser vistos como uma geração que, desde cedo, é exposta ao luxo, ao consumo excessivo e ao acesso facilitado a oportunidades que, para outros, são inatingíveis. Para eles, o dinheiro não é apenas um meio para um fim, mas parte integrante de sua identidade e de suas relações sociais. Em muitos casos, isso pode levar a uma desconexão com as realidades vividas pela maioria da população, criando um abismo entre classes sociais e influenciando sua visão de mundo.

Por outro lado, esses "filhos" também enfrentam desafios únicos. A expectativa de manter ou aumentar a riqueza herdada, a pressão para atender às expectativas familiares e sociais, e a dificuldade de construir uma identidade que não esteja intrinsecamente ligada ao dinheiro podem gerar inseguranças e dilemas pessoais. Eles podem mesmo sentir-se  aprisionados por um estilo de vida que, apesar de luxuoso, pode ser vazio de significado autêntico.

Além disto, "Os Filhos do Dinheiro" também representam um fenómeno que impacta a economia e a política. Herdeiros de grandes fortunas frequentemente se encontram em posições de poder e influência, moldando políticas públicas e decisões económicas de acordo com seus interesses. Esse ciclo de perpetuação da riqueza pode reforçar desigualdades estruturais e dificultar a mobilidade social, perpetuando a divisão entre ricos e pobres.

Em suma, "Os Filhos do Dinheiro" são produtos de um sistema onde o capital não apenas define o acesso a recursos, mas também molda identidades, expectativas e dinâmicas de poder. Eles carregam consigo o peso de uma herança que, embora repleta de privilégios, também pode ser uma fonte de profundas questões existenciais e desafios éticos.

domingo, 8 de setembro de 2024

A SAUDE DAS PALAVRAS

As palavras têm corpo, alma e um ciclo de vida que espelha o nosso. Às vezes, elas nascem vibrantes, repletas de energia e prontas para criar mundos inteiros. Outras vezes, surgem frágeis, quase sussurradas, como se precisassem de tempo e cuidado para ganhar força.

A saúde das palavras não depende apenas de quem as escreve, mas também de quem as lê, interpreta e sente. Quando negligenciadas, as palavras adoecem, perdem o brilho, ficam vazias ou excessivas. Palavras desgastadas podem virar feridas; aquelas que ferem e não cicatrizam. Há expressões que carregam pesos invisíveis, outras que curam corações partidos, mas todas têm a capacidade de se transformar, de se renovar.

No entanto, as palavras precisam de repouso e silêncio para recuperar o vigor. Elas necessitam do espaço entre os pensamentos para se recompor, como quem respira fundo antes de falar. Também precisam de autenticidade, porque palavras dissimuladas, mesmo que belas, adoecem com o tempo.

O cuidado com as palavras é um ato de empatia. Dizer o que precisa ser dito com afeto, encontrar o tom correto, escolher os sons que confortam ao invés de magoar, é dar saúde à comunicação. Quando tratadas com carinho, as palavras florescem, vibram, tocam o outro e fazem nascer algo novo: a compreensão, a conexão e a transformação.

A saúde das palavras é, no fundo, a saúde da nossa convivência e da nossa humanidade. Elas não são apenas letras; são batimentos de vida que, se cuidados, nos podem manter vivos e em harmonia.

sábado, 7 de setembro de 2024

SE...


Alguém ainda se lembra de Kipling e da importância que este poema teve em muitos de nós?!

Havemos de nos encontrar em dezembro

Querida Elena,

“Havemos de nos encontrar em dezembro”. Esta frase tem ecoado na minha mente desde o último outono, quando os nossos caminhos se separaram como folhas ao vento. Dezembro, sempre ele, o mês em que tudo parece se reencontrar — o frio que traz o aconchego, a luzes que piscam em cada esquina, as saudades que apertam o coração.

Lembro-me do dia em que prometemos isso. Estávamos sentados à beira do lago, os dias ainda eram longos e as noites quentes, mas a ideia do inverno já pairava no ar. O sol refletia nas águas calmas, e nós, tão jovens e cheios de sonhos, não imaginávamos o quanto o tempo pode mudar tudo. Falávamos de dezembro como quem fala de um porto seguro, de uma data marcada não no calendário, mas nas estrelas. “Havemos de nos encontrar em dezembro,” disseste tu, com aquela confiança tranquila que sempre me fascinou.

Desde então, cada dia que passa me aproxima mais desse reencontro. Será que mudou muito? Será que nós mudamos? Dezembros vieram e foram, e a vida, com suas voltas e reviravoltas, foi nos moldando à sua maneira. Mas a promessa, essa ficou.

Penso em como será quando nos encontrarmos novamente. Talvez estejamos mais velhos, com marcas de histórias que ainda não contamos um ao outro. Talvez tenhamos de procurar no fundo dos olhos para encontrar aquela faísca de reconhecimento, o vestígio do que fomos. Mas sei que, ao te ver, o mundo à nossa volta fará sentido outra vez, como se aquele dezembro do passado estivesse finalmente completando o seu ciclo.

Sinto saudades de ti, de nós, do que éramos. Dezembro está quase aí, e com ele, a esperança de que as nossas almas ainda saibam dançar a mesma melodia. Talvez o encontro seja breve, talvez dure uma eternidade — mas sei que valerá a pena.

Assim, sigo esperando-te, com o coração aquecido pela promessa de que, havemos de nos encontrar em dezembro.

Com carinho e saudade,

Francisco

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Implicações da vida familiar na vida politica

A vida familiar exerce uma influência profunda e, muitas vezes, silenciosa na vida política, moldando valores, perspetivas e até prioridades daqueles que ocupam cargos de poder. A casa é o primeiro espaço de socialização, onde se aprendem as primeiras lições de liderança, negociação e compromisso. A mesa de jantar pode ser vista como uma miniatura das complexidades do parlamento, onde se debatem ideias, se fazem concessões e, às vezes, surgem coalizões imprevistas.

Para um político, as demandas familiares – sejam emocionais, financeiras ou logísticas – podem tanto fortalecer quanto testar sua capacidade de governar. Ao enfrentar dilemas como conciliar tempo com filhos e cônjuge, ou lidar com crises domésticas, eles se tornam mais sensíveis aos desafios do que as suas políticas podem impactar na vida dos seus eleitores. Políticas públicas sobre licença parental, direitos trabalhistas e saúde podem nascer de uma intimidade pessoal com esses dilemas.

No entanto, há também o risco de conflitos de interesse, quando laços familiares interferem nas decisões públicas. Nepotismo, favoritismo e expectativas pessoais podem manchar reputações e dificultar a imparcialidade, criando tensões entre o dever político e a lealdade familiar.

Por fim, a vida familiar pode ser um microcosmo das tensões ideológicas maiores. Nas discussões cotidianas de uma família, diferentes pontos de vista se cruzam e se confrontam, fazendo do lar um campo de experimentação de democracia e diplomacia. Um político que sabe lidar com as complexidades do afeto, da discordância e do cuidado em casa, provavelmente estará mais bem preparado para enfrentar os desafios maiores da governança e da representação.

Assim, a vida familiar, com suas implicações silenciosas e universais, não só molda os valores de um líder, mas também lhe oferece uma bússola moral – ou um espelho crítico – na sua jornada política.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Divorciados, mas amantes!

"Divorciados, mas amantes" pode ser um tema fascinante para explorar a complexidade das relações humanas. Este cenário retrata um casal que, apesar de se terem divorciado, ainda mantêm uma conexão emocional e física forte, muitas vezes em segredo. Este tipo de relacionamento pode levantar questões sobre o que realmente levou ao divórcio, se foi a rotina, as diferenças irreconciliáveis ou outro fator externo, e o porquê de, mesmo após a separação legal, o laço entre eles continuar forte.

Pode haver várias razões para que isso aconteça:

1.     Conexão emocional não resolvida: Mesmo após o divórcio, os sentimentos podem não desaparecer. Às vezes, o amor, o carinho e o desejo permanecem, criando um vínculo que é difícil de romper.

2.     Familiaridade e conforto: A intimidade construída ao longo dos anos de casamento pode criar um sentido de segurança e conforto que é difícil de encontrar com outras pessoas.

3.     Esperança de reconciliação: Um ou ambos podem ter esperança de que o relacionamento possa ser restaurado ou de que as questões que levaram ao divórcio possam ser resolvidas com o tempo.

4.     Pressões externas: Pode haver razões externas, como filhos em comum ou expectativas sociais, que fazem com que o casal continue a encontrar-se.

Este cenário também pode trazer à tona dilemas éticos e emocionais, como a lealdade, a honestidade com parceiros novos e o impacto disso nas famílias envolvidas. Pode ser um terreno fértil para um enredo dramático, seja em literatura, cinema ou até mesmo na vida real.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

OS RUMORES SÂO SILÊNCIO

A frase "os rumores são silêncio" sugere uma reflexão profunda sobre a natureza dos rumores e do silêncio. Embora os rumores possam parecer barulhentos, disseminando informações e mexericos de boca em boca, eles também podem ser vistos como uma forma de silêncio, na medida em que são baseados na ausência de verdade ou de comunicação clara. O "silêncio" aqui pode simbolizar a falta de substância, o vazio que preenche os rumores, pois estes muitas vezes são compostos por incertezas, suposições e mistérios não resolvidos.

Por outro lado, esta frase pode também sugerir que, no meio dos rumores, a verdadeira voz da razão ou da verdade permanece silenciada. As palavras, ainda que faladas ou escritas, podem ser vazias de significado, ecoando apenas como um murmúrio sem substância. Assim, os rumores, embora possam parecer barulhentos e perturbadores, na realidade são apenas um silêncio disfarçado, incapazes de substituir a verdade ou a clareza que o diálogo honesto proporciona.

Esta dualidade entre o que é dito e o que é verdadeiramente compreendido faz-nos questionar o valor do que ouvimos e repetimos, e lembra-nos que o verdadeiro entendimento, muitas vezes reside naquilo que não é dito, no silêncio que acompanha a reflexão.

domingo, 1 de setembro de 2024

A CADEIA DO ESQUECIMENTO

A cadeia do esquecimento pode ser entendida como um processo pelo qual informações e experiências são gradualmente apagadas da memória. Este conceito é crucial em diversas áreas do conhecimento, incluindo a psicologia, a neurociência e a história. A maneira como lembranças são formadas, armazenadas e posteriormente esquecidas envolve complexas interações no cérebro, influenciadas por fatores biológicos, psicológicos e ambientais.

Na psicologia, o esquecimento é frequentemente estudado através da teoria da decaída e da interferência. A teoria da decaída sugere que as memórias enfraquecem com o tempo, especialmente se não forem revisitadas ou reforçadas. Por outro lado, a teoria da interferência propõe que o esquecimento ocorre quando novas informações competem com as antigas, dificultando a recuperação das memórias anteriores.

A neurociência investiga o esquecimento examinando as mudanças físicas no cérebro. Por exemplo, a poda sináptica, um processo natural pelo qual conexões neurais não utilizadas são eliminadas, é essencial para o desenvolvimento saudável do cérebro, mas também contribui para o esquecimento de informações que não são mais necessárias.

Historicamente, a ideia do esquecimento também é significativa. A memória coletiva de uma sociedade, ou a falta dela, pode influenciar identidades culturais e políticas. Eventos históricos esquecidos ou apagados intencionalmente das narrativas oficiais podem levar à perda de conhecimento crítico sobre o passado, impactando as gerações futuras.

Portanto, a cadeia do esquecimento não é apenas um fenómeno individual, mas também um processo coletivo que afeta como sociedades inteiras lembram ou esquecem o seu passado. Compreender este processo pode ajudar a desenvolver estratégias para preservar memórias importantes, tanto em nível pessoal quanto comunitário, garantindo que o conhecimento valioso não se perca com o tempo.