Já não tenho paciencia para os ingleses. Foram meses e meses a falar de Brexit, a dar o dito por não dito. Mas, vá lá, meio mundo podia vir a ter consequências sérias pela forma como o assunto fosse conduzido. E o país sempre era considerado o bastião da democracia.
Agora é a vez da Casa Real ou da Coroa como queiram chamar-lhe. Ligamos a televisão e lá saem os amores e desamores de Harry e da sua americana estrela Megan. Antes, já tínhamos vivido os amores proibidos da princesa Margarida com um homem divorciado, depois foram os do principe Carlos e de Diana e no passado já tinhamos tido a estoria do rei que abdicou para casar com um americana feita duquesa de Windsor.
Poupem-nos, por favor, a desenlaces insípidos como estes, em que não há uma ponta de aventura ou de emoção. São todos politicamente correctos dentro do que se considera incorrecto. Andou a desgraçada da rainha Isabel anos e anos a tentar ter uma Casa Real decente, para valorizar o papel das monarquias e dos Windsor - que, aliás, já não se haviam portado muito bem, no passado -, e saem-lhe estes exemplares que pisam sempre fora do caminho que lhes estava destinado.
Foi a mistura com a plebe, dizem os monárquicos. É o que acontece com as monarquias, dizem os republicanos. Mas, confessemos, estes últimos têm mais piada, mais "picante" nos seus casos amorosos.
Mitterand tinha as duas mulheres no Eliseu e ninguém se importava. O Presidente Hollande fugia de motorizada com o guarda costas para levar croissants quentinhos à sua estrela de cinema, depois de ter instalado no Eliseu a jornalista dos seus sonhos. Antes já Sarkozy tivera um divórcio agitado e um casamento com uma estrela da canção. E em Espanha os casos de Filipe, enquanto príncipe, fizeram correr rios de tinta. Não chega?
Arranjem-nos histórias a valer com damas arquejando e jovens de capa e espada a defende-las, mesmo que não se saiba de quê!
HSC
HCS, realmente tem razão, porque não deixam estes assuntos de amores e desamores para as “revistas cor de rosa” e no los fazem entrar pelas nossas casas a dentro?! Já quanto às revistas só as compra quem quer... enfim, ou seja, quem gosta de “viver” a vida alheia!
ResponderEliminarFazem eles muito bem em escolher fora da caixa.
ResponderEliminarO amor é uma ideia muito recente, como todos sabemos, os casamentos eram arranjados por interesses vários, não por amor.
A ideia de «apuramento» e «pureza» é nefasta para a espécie humana.
As monarquias engendraram as maiores aberrações físicas e de insanidade mental, por fechamento sobre si mesmos, de que o exemplo máximo são os Habsburgo, por consanguinidade (o «apuramento» extremo) que tinha na base motivos sobretudo políticos.
O maxilar dos Habsburgo (a que pertenciam os Filipes que reinaram em Portugal de 1580 a 1640) era considerado um sinal de distinção, mas não passa de uma desfiguração, em que o maxilar inferior está muito avançado em relação ao superior.
Filipe IV (III de Portugal) o único filho de Carlos II de Espanha que conseguiu sobreviver, tinha o célebre maxilar tão pronunciado que tinha grandes dificuldades em comer-era de tal modo constrangedor, que tinha de usar uma espécie de pequena «cortina» em frente da boca, para que não se vissem os pedaços de comida a cair-lhe da boca.
Além de ter muitas doenças físicas e mentais, era estéril, devido à referida consanguinidade extrema da Casa de Habsburgo, o que determinou o fim desta dinastia, que teve início no séc. XIII- foram imperadores do Império Romano-Germânico, da Áustria, reis da Hungria, Espanha, Portugal, Boémia.
Há assuntos, temas, tão mais importantes!
ResponderEliminarO aquecimento global, por exemplo!
Também já não posso ouvir falar de ingleses, de brexit e de contos de fadas com rainhas e reis (ou princesas e príncipes a querer ter vida própria). Problema deles.
Gosto dos seus textos e do seu Humor.
Um abraço,
Ailime
Dantes os reis tinham as suas "escapadelas" extra-conjugais, frequentavam os camarins das actrizes, bailarinas, etc. Enfim, tinham os seus "affaires". É caso para dizer: dantes tinham as suas amantes... hoje casam com elas! É a grande diferença :-)
ResponderEliminarMas não acredito que estes acontecimentos belisquem sequer a monarquia inglesa. Basta ouvir as opiniões recolhidas junto de cidadãos comuns e de várias figuras conhecidas entrevistadas, para ficarmos a saber de que lado está o povo. Convém não esquecer que a família Real é adorada em Inglaterra. E por boas razões! Os pais da actual rainha Isabel II, o rei Jorge VI e sua mulher (a Rainha-Mãe) são considerados um símbolo da Resistência Nacional, pelo seu papel na 2ª Grande Guerra. Durante toda a guerra recusaram-se a pôr-se a salvo e sair de Londres protegendo-se dos bombardeamentos sobre a cidade. Decidiram permanecer ao lado do povo, sofrendo os mesmos perigos. Partilharam as mesmas privações e o mesmíssimo racionamento de água, de alimentos e até de aquecimento no palácio (testemunhado pela 1ª dama dos EUA, mulher de Roosevelt, quando esteve de visita). Mais do que nobreza de sangue é a nobreza de alma e de carácter que se evidencia aqui.
Acho atrozmente redutora esta visão da monarquia inglesa. E estou em total desacordo com alguns comentários. É bom lembrar que estamos perante uma das mais antigas, sólidas (e consolidadas) Democracias-Monarquias europeias. E convém lembrar o que foi a Magna Carta ! Em 1215 ! É considerado o documento mais importante que está na base das Democracias modernas, dos Direitos Humanos e da Lei Constitucional. Esse documento impedia e limitava o poder absoluto do Rei, fazendo-o renunciar a certos direitos! Os súbditos obrigaram-no a assinar que o próprio rei está sujeito à Lei e não acima dela, respeitando todos os procedimentos legais - (faz-nos lembrar alguma coisa actual do que se passa entre nós, não faz?). Os cidadãos tinham o direito a serem protegidos de impostos excessivos. E isto no séc. XII ! - (comparemos com o autêntico esbulho que actualmente aqui nos fazem).
Quando comparo a democracia-monarquia inglesa com a voracidade destes governantes-sobas que temos, subdesenvolvidos, que se governam, só posso concluir que vivemos numa Oligarquia (na verdadeira acepção do termo: o governo de poucos).É um governo concentrado no poder político só de alguns, num mesmo núcleo partidário e familiar (já nos esquecemos?).
Gl
Sedução saloia com a realeza.
ResponderEliminarTão simples quanto isso.
Boa semana
é algo que vende revistas
ResponderEliminarA historiadora/diretora do Centro de História da Univ.de Londres afirma que em cerca de 15 anos a monarquia inglesa terminará.
ResponderEliminarCom a morte da raínha, as críticas à monarquia aumentarão substancialmente, os séniores, que são o seu grande apoio, serão substituídos por gerações mais novas, ganhando mais peso o debate público que hoje questiona a utilidade da coroa «Porque raio precisamos de uma família que não elegemos?!».
A morte de Isabel II desencadeará uma crise, com aumento da crítica e perda de apoio popular.
O «espectáculo» das monarquias foi uma espécie de novela pomposa, e fazia sonhar as populações.
Hoje já não são necessárias as telenovelas da monarquia, existe a indústria das novelas e fica mais barato.
Contudo são as novelas das monarquias que ainda as vão aguentando.
HSC este seu post é uma lufada de ar fresco.
ResponderEliminare de chuva, faz falta muito mais chuva é do que se devia falar
ResponderEliminarMais do que anacrónica, é ridícula a deslocação da rainha numa carruagem dourada puxada por cavalos, quando vai de Buckingham ao Parlamento onde, numa sala própria, enverga o manto de veludo de seis metros, e sentada na sala do Parlamento mantém junto a si, em cima de uma almofada de veludo, a coroa imperial cravejada de diamantes, que aos 92 já não coloca na cabeça.
ResponderEliminarEste extremo aparato já não nos diz nada, já nem simbólico é, tanto mais que, «much ado about nothing», o que se vê é «a montanha parir um rato», porque a rainha deve permanecer neutra e não interferir nas políticas.
Logo, boca real calada sobre o Brexit.
Dizem os jornais britânicos que toda esta pompa megalómana e fora do real, foi abalroada pela busca frenética de um acordo para o Brexit.
Desta vez Boris Johnson, usando as regras a favor do Brexit, pediu à rainha que fechasse o Parlamento, pedido que, segundo a lei, a rainha não poderia recusar.
E mesmo que hipoteticamente o pudesse fazer, seria sempre «presa por ter cão e por não ter».
Os casamentos dos príncipes com plebeias, longe de corroerem a monarquia, são balões de oxigénio que vão chamando a atenção do público, além de representarem valores económicos substanciais.
O casamento de Meghen e Harry rendeu mais de 30 milhões de euros.
Isabel II representa uma Grã-Bretanha que já não existe.
ResponderEliminarOs casamentos e as aventuras e desventuras dos príncipes, não são mais do que uma cosmética de modernização de uma monarquia muito fora do seu tempo, como todas.
Se estes casamentos não trouxessem nada à monarquia inglesa, «THE FIRM» nunca os aprovaria.
Ela cansou de brincar às princesas, pensava que era tipo série da Netflix!!!
ResponderEliminarE ele parvo larga tudo para ir na cantiga dela. Alguém diga ao moço para ele acordar para a vida!!!
Tal como todo o simples ser terreno, já não posso ouvir falar desta história, quero lá saber para onde eles vão viver��♀️