segunda-feira, 19 de agosto de 2019

O tempo que gastamos...


Quando se olha para este quadro tem-se um retrato comportamental curioso. Com efeito, entre as pessoas dos 18 aos 34 anos o tempo passado frente ao computador, ao telefone e frente à televisão inverte-se quase nas mesmas proporções. 
Em compensação no grupo etário com mais de 65 anos, para além de aumentar o tempo dedicado a estas actividades, o tempo passado frente à televisão praticamente duplica, o tempo passado ao computador reduz substancialmente e o tempo passado ao telemóvel também diminui, mas não de forma tão marcante quanto as duas categorias anteriores.
Talvez dê para pensar em solidão...

HSC

10 comentários:

  1. Curiosamente acabava de chamar a atenção a uma amigo que se queixava que a mãe lhe estava sempre a telefonar.
    Porque será??
    Esperemos que lhe possa telefonar constantemente por muitos e bons anos...

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  2. A solidão sempre existiu e, por isso, tem sido tema de escritores. Cada um de nós tem de saber viver com a sua solidão, em todas as idades.
    Mesmo feliz com namorados, com verdadeiros amigos, casados e amados, com filhos e netos, família presente, existe sempre uma parte privada e uma parte de solidão.
    Mas hoje as características da solidão são diferentes, há mesmo quem diga que hoje a solidão é uma epidemia, porque existe a ilusão de que nunca se está só.
    As pessoas, na internet, criam personagens, mostram a sua melhor imagem, uma vida com glamour, mas depois de milhares de likes, a insatisfação e o vazio aumentam. Porque não existe relação verdadeira entre personagens, só entre pessoas com qualidades e defeitos.
    Existe a tendência para pensar que a solidão é apenas dos mais velhos, mas não é verdade. Entre os 12 e os 30 existe uma percentagem muito elevada de viciados em tecnologia, de dependentes do tm.
    A solidão é hoje uma epidemia em todas as idades.

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  3. Existe uma diferença entre abandono e solidão. Uma criança, um adolescente podem ter tudo em casa e ficar completamente «agarrados» à internet, como meio de se sentirem acompanhados, ligados.

    Não tinha essa ideia até ter conhecido um rapaz de 16 anos que está neste momento a ser tratado por especialistas, porque o problema é tão sério que existem hoje psicólogos e psiquiatras especializados no assunto.

    Este rapaz não se deitava, comia mal, estava sempre na internet. Chegava a casa das aulas e ia para o computador, às vezes levavam-lhe algo para comer ao quarto, não se deitava, de manhã tomava um banho, vestia-se e ia para as aulas. Ao fim de um certo tempo, os professores começaram a notar que algo se passava- cansaço, irritabilidade, falta de atenção, desinteresse, baixa dos resultados e das notas, e alertaram os pais. E como ele muitos.

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  4. Ponho em dúvida estes gráficos porque pensando em mim própria que já passei dos 65 há alguns anos, não me revejo nele de modo nenhum. Nunca abro a TV antes das 9 da noite e quando vejo programas que me onteressam estou sempre com o laptop ligado e o tm a funcionar. Sou multitasker, sempre fui, faço n coisas ao mesmo tempo. Cozinho e oiço música, faço crochet e vejo uma série. Muitas pessoas de idade gostam de ter a TV ligada só pelo barulho. Eu desligo sempre que há um bloco publicitário, odeio anuncios. Adoro a solidão a sério, o silêncio da rua à noite depois das 2 da manhã. Desculpe so falar de mim , mas sou a unica idosa que conheço bem neste momento :)

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  5. Todos temos de saber ter os nossos momentos a sós, connosco mesmos, precisamos deles. Hoje esses momentos são desvalorizados e preenchidos com coisas, porque as pessoas têm dificuldade em estar sós, assim como têm dificuldades com o silêncio. Mas ter necessários momentos em que estamos sós, é diferente de solidão, não é? Penso que solidão é o pânico de sermos invisíveis para os outros. A internet para mim foi muito importante, porque me permitiu ter acesso a tanta coisa, lembro-me quando era estudante «matava-me» para obter certas informações, para conseguir certas fotocópias, queimava os poucos proventos em livros que tinha de mandar vir, tinha de ler em inglês, o que apesar de tudo dá mais trabalho. Mas já apanhei erros graves nas informações da internet, existe o lado negro tb, o que significa que a internet ajuda, mas não é tudo, não podemos confiar cegamente nela.

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  6. Tive uns vizinhos que hoje vivem fora de Portugal, que têm um filho com 14 anos na altura em que foram para fora, estudante de música. Muito introvertido com tendência para se isolar, não queria sair, os pais muito jovens (ele nasceu quando a mãe tinha 18 anos e o pai 22) davam voltas à imaginação para o conseguir levar para actividades de ar livre. A vida dele era a música e o computador. A mãe muito divertida e descomplicada ia-nos contando as aventuras. A certa altura o Filipe arranjou um amigo. Igual a ele. Um dia, os pais conseguiram convencê-los a ir à praia. Os dois rapazes ficavam sentados debaixo do chapéu de sol, nem iam molhar os pés. Levavam algum tempo a descalçar-se, e ficavam até ao regresso de calções e tshirt. A mãe foi ao banho e quando se estava a deitar na toalha não queria acreditar no que estava a ver: os rapazes abriram as mochilas, sacaram lá de dentro do respetivo computador, e ficaram o tempo todo a «navegar» mas noutras águas.

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  7. A solidão não se cura com o amor dos outros, cura-se com amor próprio- Pablo Picasso (não tenho a certeza).

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  8. Também não percebo como é que se medem audiências hoje em dia quando muitas pessoas vêem os programas com rewind, gravam para ver uma semana depois, saltitam de programa em programa, etc. Não há certezas nenhumas. Seria bem mais interessante publicar certas críticas interessantes que se fazem aos programas mais vistos. Infelizmente as revistas só trazem guerras de audiências e fofoquice.

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  9. Virgínia, quando for idosa - já faltou mais, pois 57 já cá cantam - quero ser como a menina; que serenidade, auto conhecimento, inteligência e bem estar os seus comentários transmitem.

    Maria

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