domingo, 18 de agosto de 2019

E tudo continua por esclarecer


Segundo o Expresso, a empresa familiar de Graça Fonseca, ministra da Cultura, assinou a 29 de julho um novo contrato com a Câmara Municipal de Lisboa. O contrato celebrado pela Joule — Projetos, Estudo e Coordenação, Lda tem como alvo a elaboração do projeto de redes de infraestruturas, no âmbito do Plano de Urbanização do Vale de Santo António.
O mesmo jornal divulga ainda a existência de um outro contrato, este já assinado em fevereiro entre a Joule Internacional — Serviços de Engenharia, Lda e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
E dá conta que os dois contratos foram atribuídos por ajuste direto, representando para a empresa da ministra da Cultura, um encaixe de 39.500 euros (19.900 euros, o primeiro, 19.600 euros, o segundo).
Graça Fonseca, ministra da Cultura desde Outubro de 2018, detém 8% do capital da Joule – Projetos, Estudos e Coordenação, estando o restante capital nas mãos do pai, da mãe (ambos com 38%) e do irmão, que controla 16%. Já na Joule Internacional, Graça Fonseca tem a mesma participação de 8%. O pai é o maior acionista, com 70% do capital, e o irmão controla 22%.
Ainda de acordo com o Expresso, desde 2009, quando Graça Fonseca se tornou vereadora da CML, a empresa de que é sócia assinou 17 contratos com o setor público.
A ligação entre as empresas de Graça Fonseca e o setor público foi conhecida no final de julho, poucos dias antes de o primeiro-ministro António Costa ter pedido ao Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República que se pronuncia-se sobre a incompatibilidade das participações acima dos 10% de familiares dos ocupantes de altos cargos públicos, ascendentes ou colaterais até ao segundo grau em negócios com o setor público.

                   Documentação retirada do jornal online ECO

Já nada me surpreende nestas notícias. O que me surpreende é que Graça Fonseca não se explique nesta matéria, que dizendo respeito a eventual incumprimento da lei, respeita, enquanto ministra, a todos nós. 
Sobretudo quando, sem ninguém a questionar, nos deu a conhecer pormenores da sua vida pessoal, que a não tornam nem melhor nem pior ministra.
Se sentiu que devia expor-se, não foi pela posição que ocupa, mas por qualquer outra razão que desconhecemos. O que se pede agora, é a mesma transparência nas operações feitas com a sua empresa que, essas sim, têm a ver com as suas funções.

HSC

9 comentários:

  1. A vida pessoal dos detentores de cargos públicos só pode ter interesse se de algum modo provocar algum conflito com o desempenho desses cargos.
    Mais que isso é puro voyeurismo.
    Boa semana

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  2. Penso exactamente o mesmo. GF sem se perceber porquê veio a público esclarecer que era lésbica. Sem ninguém lhe perguntar nada.
    Agora deveria ter o mesmo comportamento e aqui sim porque fere uma lei esclarecer o pais a razão dos ajustes diretos com uma empresa que é da familia. Agora somos nós que perguntamos e temos direito a resposta.

    Anselmo Temudo

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  3. A senhora já falou demais. Agora que já se "vingou"não fala. Espera que nada aconteça...

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  4. Ser Lésbica parece que a torna numa intocável política!

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  5. O que me pasma mais é a lata. Têm lata para tudo e o país assiste e aplaude. Quanto mais trapaceiro, melhor, mais esperto. Tudo é permitido.E ser lésbico só mostra que a senhora é de fibra :)

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  6. Se existem cursos de Gestão das Artes em Portugal porque motivo são pessoas de áreas como o direito, etc. a ocupar estes cargos?! Se existem pessoas com investigação e trabalhos na área das indústrias da cultura, de gestão do património, da gestão das artes?!
    Esta Srª Desgraça Fonseca não por ser lésbica mas porque não parece ter formação e conhecimentos nas áreas da cultura, acrescenta ainda infração à lei que não permite contratos com o sector público, às empresas de familiares de governantes. Não sei se a lei das incompatibilidades já está em vigor, mas segundo li, essa lei anula os contratos dessas empresas familiares mas não implica a demissão do cargo.
    GF quer lá saber da Cultura, está a fazer currículo para outros voos.
    E ter declarado ser lésbica não foi inocente, é tudo marketing. Mas na verdade isso passa-se com os políticos, em todos os quadrantes.

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  7. No comentário «Tem Graça, Fonseca» diz Ricardo AP- «Os quadros da coleção Berardo sabemos onde estão mas não são nossos, estes (170 obras da coleção de arte do Estado, desaparecidas) são nossos mas não sabemos onde estão».

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  8. Nada de novo, são todos corruptos. Ser lésbica e do Bloco são apenas pormenores.

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