segunda-feira, 24 de setembro de 2018

"Numa boa equipa não se mexe"



Na Conferência ”Combate à Corrupção: Perspectivas de Futuro", Joana Marques Vidal despediu-se do lugar de Procuradora e foi aplaudida de pé durante dois a três minutos.
Foram dois a três minutos de aplausos, de pé, a Joana Marques Vidal na Conferência ”Combate à Corrupção: Perspetivas de Futuro". Foi desta forma que a plateia composta maioritariamente por magistrados do Ministério Público,  prestou homenagem à Procuradora-Geral da República, horas depois de se ter ficado a saber que não seria reconduzida.
Na sua intervenção, a mulher que dirigiu a PGR nos últimos seis anos fez um balanço do trabalho da procuradoria durante o seu mandato e não poupou nos elogios ao trabalho dos magistrados do Ministério Público, muitos deles sentados à sua frente.
Na sua intervenção, o Presidente deixou registadas três palavras. A primeira de agradecimento a Joana Marques Vidal à qual disse: “Quero agradecer-lhe o empenho pela visão particularmente relevante e inteligente. Agradecer a humildade pelo seu desempenho e pela defesa do bem comum”.
“Nós somos servidores da causa publica, devemos fortalecer as instituições, porque assim fortalecemos a democracia”, sustentou.
A segunda palavra de Marcelo foi para o combate à corrupção, que considerou estar “na primeira linha da defesa da Constituição”. “Esse combate não tem filhos e enteados. O combate deve chegar aos mais poderosos. A todos sem exceção”.
E a última palavra de Marcelo foi para o próprio Ministério Público, considerando que já “é tempo de dar todas as condições à Justiça para fazer esse combate”.
Já no exterior, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu aos jornalistas sobre o tema, e sublinhou que, para si, “era fundamental [a nova PGR] ser um magistrado do Ministério Público” e não apenas “um magistrado” porque, justificou, só um magistrado do MP tem “uma proximidade do centro nevrálgico que é a procuradoria-geral da República”.
Ainda assim, o Presidente reconhece que o mandato de Joana Marques Vidal à frente da PGR “foi um mandato que deixa no plano qualitativamente superior a intervenção do Ministério Público na sociedade portuguesa”.


Toda esta argumentação pode ser muito válida. Mas uma boa parte dos portugueses tem dificuldade em aceitá-la. Há um ditado popular que diz que “numa equipa que funciona bem não se mexe”. Alguém me explica qual a verdadeira razão que levou a que se mexesse nesta, que deu provas suficientes de que funcionou bem? 
O país está cada vez menos informado, cada vez menos capaz de entender o que se passa à sua volta. E ainda há quem fale de transparência...

HSC


6 comentários:

  1. Agora é que vai ser um "fartar vilanagem". O Sócrates e o Salgado já podem respirar fundo... Ainda vamos ver o Sócrates presidente da república...

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  2. Ao contrário do que o anónimo diz, de "fartar vilanagem", JMV, entre outros processos, mandou arquivar o caso Tecnoforma, o de Dias Loureiro, o dos submarinos, etc, etc. Fez um jeito tremendo a outra vilanagem, que veio a terreiro agradecer, elogiando-a, como foi a patética carta de Passos Coelho no jornal de facção O Observador. Passo como nada tem para dizer e oferecer aos eleitores lembrou-se desta. Enfim...
    Portanto, a "defunta" PGR sai e não deixa muitas saudades. Venha alguém com um sentido de isenção superior.
    Penso, todavia, que JMV não terá gostado muito da colagem que a Direita - CDS/PSD - lhe fez. Teria preferido uma maior distância. Mas, as coisas foram o que sabemos. Fez bem o PR em não lhe prolongar o mandato. Não pelo que atrás refiro, mas porque um PGR não deve alimentar ideias de se prolongar no mandato que lhe foi conferido. Deste modo, permitir-se-á uma maior distância e isenção.
    Cumprimentos

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  3. Uns acharão que a equipa era boa, a outros daria jeito, a outros incomodaria. É o que me parece ler em comentários que desfilam por aí...
    Vi aqui um comentário, como já vi outros do género, em outros sítios. Aliás vi um com alguma graça. Dizia qualquer coisa assim: "Joana Marques Vidal vai regressar a casa num submarino, fica uns dias num resort de Dias Loureiro, vai à casa do Cavaco aprender como se ganha dinheiro no BPN, cumprimenta o relvas, dá a sua solidariedade ao Paulo Macedo e, finalmente adormece a pensar na Tecnoforma".
    Por isso, as opiniões são para todos os gostos.
    Eu cá acho que há lugares que devem rodar, até para não se criar 'vício'.
    P.

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  4. Desconfiamos mas não temos certezas.
    Cito o comediante Bill Maher e a sua rubrica "I don't know it for a fact, I just know it's true".
    A gente não sabe, não tem provas, mas tem a certeza que foi afastada porque era incómoda.
    E não é difícil perceber para quem...

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  5. Veremos a nova procuradora-geral da República,
    como vsi agir ao longo do seu mandato.
    Agora não me parece ser de reprovar a não
    recondução de JMV.
    Os meus cumprimentos.
    Irene Alves

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  6. Estamos entregues à "bicharada", agora até o ex-Primeiro Ministro José Sócrates, possivelmente se vai candidatar à PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. É uma vergonha!

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