sábado, 6 de janeiro de 2018

Nem a solidariedade social escapa?

A Raríssimas – Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras foi fundada em 2002 com o objetivo de “apoiar todos os cidadãos portadores de doenças menos comuns e todos aqueles que com eles se correlacionam”. A iniciativa partiu de um grupo de pais, encabeçado por Paula Brito e Costa, cujo filho padecia do Síndrome de Cornélia de Lange.
Na Casa dos Marcos na Moita, a Raríssimas presta serviços de clínica, lar residencial, residência autónoma e campo de férias e em  Outubro de 2003 foi oficialmente reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social de utilidade pública. Sabemos todos hoje que está sob investigação.

A Fundação “O Século”, criada em 1998, tem raízes na Colónia Balnear Infantil O Século, que João Pereira da Rosa, então director do jornal com o mesmo nome, fundou em 1927 para dar férias às crianças mais desfavorecidas, em São Pedro do Estoril.
Para além das colónias de férias a Fundação presta hoje diversos serviços de alojamento, creche e pré-escolar, apoio alimentar e domiciliário, e programas de ocupação de tempos-livres em bairros problemáticos de Cascais.
É reconhecida como Instituição Privada de Solidariedade Social, com o estatuto de Utilidade Pública, desde junho de 1999. Acabámos de saber que também se encontra sob investigação.

O mais lamentável destas duas ultimas “estórias” é que se trata de instituições privadas cuja actividade é de grande utilidade para o país e em que o Estado financia uma parte, porque não tem instituições próprias com as mesmas finalidades.
O mais dramático é que as crianças e os adultos que carecem de ajuda vejam ameaçadas as instituições de que dependem e os Pais desesperem sob escrutínio público a que as mesmas ficaram subitamente sujeitas.
Parecemos um país de malfeitores onde já nem a solidariedade social escapa ao flagelo da corrupção.

HSC

5 comentários:

  1. Cara Senhora D. Helena,


    Nunca escapou (à corrupção). Dá-se o caso, parece-me, de apenas estar a ser do conhecimento do grande público.

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  2. Infelizmente é a dura realidade e se continuarem haverá mais casos. Mas também ainda há quem seja honesto embora eu diga que quem é pobre, quem estende a mão, quem tenha deficientes na família ou seja velho, sem grande poder económico...passa as passas do Algarve...e não conseguem advogados que os defendam.

    Ainda bem que dão a conhecer os casos que já são tantos e a todos os níveis...mas ainda não vi nem ouvi a punição e a devolução do que gamaram graças aos recursos e mais recursos.

    Madoff foi resolvido em 6 meses e nós por cá continuamos com os Molotofes em banho maria.

    Enfim!

    Um abraço

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  3. Na lentidão portuguesa primeiro que se saiba o
    que foi "verdadeiramente detetado" e caso afirmativo,
    a responsabilidade pelos atos não-honestos...

    Corrupção...dinheiro à mão...ambição que não
    sabe fugir do dinheiro que não custa a ganhar...

    E pensar que talvez escape... vale a pena tentar...

    Se todas as Instituições fossem rigorosamente fiscalizadas,
    seria um autêntico terramoto...

    Os meus cordiais cumprimentos.
    Irene Alves

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  4. É muito reles roubar este tipo de instituições.
    Vivendo longe de Portugal, e um pouco alheio ao que se vai passando, não conhecia a Raríssimas.
    Só conheci quando aconteceram estes escândalos.
    Se tivesse conhecido antes, e sendo irmão de uma deficiente profunda, também teria dado o meu contributo à instituição.
    Sem imaginar, nem querer acreditar, que estava a contribuir para alimentar vícios privados de quem apresentava públicas virtudes.
    Muito triste, francamente é muito triste.

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  5. Ah pois é!
    Não escapa
    Porque para as maningâncias é um escape.
    JG

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