«Há dias em que Deus é tudo para mim. Há dias
em que não é nada, como se eu nesses dias não fosse mais que uma criatura
animal ou vegetal, uma besta que treme, ou que canta, uma planta que não
precisa de mais nada a não ser ar, água e sol. Há dias em que não tenho alma.»
Esta experiência – vivida mais cedo
ou mais tarde por todos aqueles que têm uma religião – faz parte da fé e da
própria vida.
Há um tempo em que Deus parece
eclipsar-se e calar-se. Como se nós deixássemos de fazer parte das suas
preocupações. É o período do deserto, da subida ao monte Moriá como Abraão, ou
ao Carmelo como S. João da Cruz.
É uma
representação nítida e intensa da experiência que atinge também os grandes
mestres do espírito. Viveu-a Santa Teresa de Ávila na sua longa fase de «aridez
espiritual». E vivemo-la muitos de nós, no silêncio de uma vida dita normal.
A
espiritualidade de cada um não é um mar tranquilo. Ela atravessa, ao longo da
nossa existência, períodos de uma profunda intensidade, de uma imensa riqueza,
a que se seguem vagas de dúvidas, de incertezas, de inseguranças. Não desistir
de nós próprios é, talvez, a maior prova de que a Fé está lá, escondida no
canto mais recôndito da nossa alma.
HSC
Subscrevo inteiramente!
ResponderEliminarUma boa tarde
Também assim sucede comigo.
ResponderEliminarOs meus cumprimentos.
Irene Alves
Ai que tema tão importante!
ResponderEliminarCom efeito a nossa vida espiritual, seja ela religiosa ou não, traz-nos muitos períodos de travessia do deserto.
Palavras inspiradoras e tão verdadeiras.
ResponderEliminarBeijinhos
DNO
🌷
ResponderEliminarPois é: Deus não nos larga!
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