sábado, 15 de julho de 2017

E Deus Criou o Mundo



Conheço o Carlos Quevedo desde que, nascido em Buenos Aires em 1952, decidiu renascer em Lisboa, vinte e seis anos depois. Por sorte minha, seria o Independente que havia de mo revelar como o mais português dos argentinos.
A amizade que me liga a ele é daquelas que nem um terramoto abala. Estamos muitas vezes juntos? Não. Mas esse facto só aumenta a alegria genuína de nos vermos.
Desde 2015, ele é o autor e produtor do programa "E Deus Criou O Mundo", na Antena 1, onde procura fomentar o debate inter-religioso. No pilar deste programa assenta a fé dos três principais credos monoteístas, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islão, todos oriundos do Médio Oriente e cujas orientações morais servem de guia para milhões de pessoas em todo o mundo.
O debate assenta em três membros das comunidades religiosas mais influentes em Portugal – Khalid Jamal, Isaac Assor e Pedro Gil -, que abordam temáticas da actualidade e da religião.
Com uma enorme persistência, o Carlos Quevedo pegou no conceito e no nome do programa e fez este livro. que resulta do muito que se passou no mesmo se passou.
O livro está organizado em quatro partes: as duas primeiras abordam o enquadramento das religiões, e a terceira mostra as posições que as três religiões têm sobre a vida dos crentes na família, no casamento e no divórcio e, finalmente, como o judaísmo, o catolicismo e o islão encaram a morte.

No dia 12 fui à segunda apresentação, no Grémio Literário, já que a primeira foi na Feira do livro e eu não não tive dela conhecimento.
António Rebelo de Sousa escalpelizou a obra. Khalid Jamal e Pedro Gil falaram da importância de contrariar a moderna e persistente corrente de excluir a religião do debate publico, mostrando os riscos e a fobia que tal representa.
Foi muito importante, para mim, ter podido assistir a esta sessão, já que não só sou uma fervorosa adepta do debate inter religioso, como defendo que a fé, todas as fés, fazem parte do mundo em que vivemos e por isso não devem ser afastadas dele.
Só este tipo de debate nos poderá levar a compreender que há razões para um mesmo Deus ser adorado de maneiras diferentes, sem isso ter de resultar em desconfiança e receio. E que, na verdade, cabe aos homens e mulheres de fé instituir a tolerância e derrubar séculos de ignorância e amnésia cultural.


HSC

4 comentários:

  1. Esta sua partilha, facilitar-me-a a vida de uma forma, que se torna difícil explicar.

    Para sempre grata.
    Comprarei o.livro ainda hoje.

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  2. Não esquecendo, imagino, o dharma, os outros teísmos, o iluminismo, o ateísmo, o agnosticismo, que também são filhos de Deus no caminho da tolerância.

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  3. Ouvi vários e foram sempre muito interessantes. Vo ver o livro.

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