Depois dos três dias de luto nacional seguiu-se, hoje, um pouco por todo o país, um minuto de silêncio pelas vítimas dos incêndios. No Parlamento os trabalhos desta quarta feira foram mesmo substituídos por uma sessão solene de pesar pelas vítimas dos fogos de Pedrogão Grande e de solidariedade pelas famílias e bombeiros.
Eu percebo a intenção deste tipo de solenidades, mas, confesso,
elas deixam-me sempre uma sensação de desconforto, porque se pretende que
representem uma unidade política nacional que não existe e porque é algo
forçado, dado que, neste momento, não é de silêncio que as pessoas directamente
afectadas mais precisam.
Quando passar o mediatismo deste trágico acontecimento é o
silêncio que o vai substituir. Silêncio pesado, insuportável.
É por isso que este minuto antecipado tem, para mim, um sabor
demasiado amargo.
HSC
Show quando a tragédia ainda não terminou?
ResponderEliminarDe um mau gosto confrangedor!
Obviamente que há muito de encenação...
ResponderEliminarQuando tudo passar, as televisões de virarem
para outros acontecimentos, as pessoas ficam
mais pobres e mais sós.
E será que algum dinheiro "das campanhas"
vai chegar aos seus bolsos?
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
Estimada Dra. Helena,
ResponderEliminarConcordo plenamente. Temo que o silêncio sem soluções reais se prolongue no tempo. Como escreveu Lampedusa, "é preciso que tudo mude para que tudo fique na mesma"....infelizmente.
ResponderEliminarA minha cunhada era prima do bombeiro que ontem foi a enterrar, junto às campas da Mãe e dos Avós dela. A família é de Sarzeda de S. Pedro e tem um fábrica de texteis que felizmente não ardeu. Mas morreram funcionários que lá trabalhavam. Uma tristeza, uma calamidade que nunca mais se esquece. Se quiser fazer caridade prefiro pedir à minha cunhada directamente que a faça e mando-lhe o dinheiro. Não confio nestas ONGs e autarquias, desculpem. Tb acho que os minutos de silêncio seguidos de palmas são ofensivos. Deviam era exaltar mais o heroísmo deste bombeiro que poderia ter ido embora com o camião e saiu dele para socorrer pessoas nos seus carros em chamas. Deixou mulher e filho. Ainda há uma semana tinha estado em casa do meu Irmão a ajudar a montar uma baliza para os miúdos. Custa muito ver estes telejornais de fala baratos a explorar a desgraça alheia. Nem abro a TV.
Sempre foi assim, é e será...mas digo mais: a maioria do dinheiro angariado irá para lugar incerto.
ResponderEliminarPobre de quem perdeu tudo incluindo a vida e ou familiares.
Bem ao estilo português foi dado o alerta de que anda a saquear as casas de aldeias evacuadas.
Tudo muito triste e não são minutos de silêncio e blás, blás que irão resolver o quer que seja!
Um abraço
Virgínia
ResponderEliminarNão pode estar mais certa. Penso o mesmo e sei muito bem a quem vou entregar o dinheiro. A uma empregada que me ajudou a criar os filhos e ficou sem nada.
Abraço