quarta-feira, 21 de junho de 2017

Agora, um minuto de silêncio


Depois dos três dias de luto nacional seguiu-se, hoje, um pouco por todo o país, um minuto de silêncio pelas vítimas dos incêndios. No Parlamento os trabalhos desta quarta feira foram mesmo substituídos por uma sessão solene de pesar pelas vítimas dos fogos de Pedrogão Grande e de solidariedade pelas famílias e bombeiros.
Eu percebo a intenção deste tipo de solenidades, mas, confesso, elas deixam-me sempre uma sensação de desconforto, porque se pretende que representem uma unidade política nacional que não existe e porque é algo forçado, dado que, neste momento, não é de silêncio que as pessoas directamente afectadas mais precisam.
Quando passar o mediatismo deste trágico acontecimento é o silêncio que o vai substituir. Silêncio pesado, insuportável.
É por isso que este minuto antecipado tem, para mim, um sabor demasiado amargo.

HSC

6 comentários:

  1. Show quando a tragédia ainda não terminou?
    De um mau gosto confrangedor!

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  2. Obviamente que há muito de encenação...

    Quando tudo passar, as televisões de virarem

    para outros acontecimentos, as pessoas ficam

    mais pobres e mais sós.

    E será que algum dinheiro "das campanhas"

    vai chegar aos seus bolsos?

    Os meus cumprimentos.

    Irene Alves

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  3. Estimada Dra. Helena,
    Concordo plenamente. Temo que o silêncio sem soluções reais se prolongue no tempo. Como escreveu Lampedusa, "é preciso que tudo mude para que tudo fique na mesma"....infelizmente.

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  4. A minha cunhada era prima do bombeiro que ontem foi a enterrar, junto às campas da Mãe e dos Avós dela. A família é de Sarzeda de S. Pedro e tem um fábrica de texteis que felizmente não ardeu. Mas morreram funcionários que lá trabalhavam. Uma tristeza, uma calamidade que nunca mais se esquece. Se quiser fazer caridade prefiro pedir à minha cunhada directamente que a faça e mando-lhe o dinheiro. Não confio nestas ONGs e autarquias, desculpem. Tb acho que os minutos de silêncio seguidos de palmas são ofensivos. Deviam era exaltar mais o heroísmo deste bombeiro que poderia ter ido embora com o camião e saiu dele para socorrer pessoas nos seus carros em chamas. Deixou mulher e filho. Ainda há uma semana tinha estado em casa do meu Irmão a ajudar a montar uma baliza para os miúdos. Custa muito ver estes telejornais de fala baratos a explorar a desgraça alheia. Nem abro a TV.

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  5. Sempre foi assim, é e será...mas digo mais: a maioria do dinheiro angariado irá para lugar incerto.

    Pobre de quem perdeu tudo incluindo a vida e ou familiares.

    Bem ao estilo português foi dado o alerta de que anda a saquear as casas de aldeias evacuadas.

    Tudo muito triste e não são minutos de silêncio e blás, blás que irão resolver o quer que seja!

    Um abraço

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  6. Virgínia
    Não pode estar mais certa. Penso o mesmo e sei muito bem a quem vou entregar o dinheiro. A uma empregada que me ajudou a criar os filhos e ficou sem nada.
    Abraço

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