Parabéns, Daniel Oliveira!

Não. Não é ao político que estou a dar parabéns. É ao seu homónimo que, há seis anos, conduz com uma mestria invulgar, o programa Alta Definição.

Este Daniel tem uma simpatia natural e é o que chamo de um "low profile". Dois atributos absolutamente indispensáveis para conduzir entrevistas intimistas, que nunca ferem a intimidade.

Estou à vontade para falar, porque fui uma das suas entrevistadas num período difícil da minha vida. A nossa conversa decorreu na ponta final da doença do meu filho Miguel e foi para o ar dias depois dele falecer. Ainda hoje recordo a atenção que ele teve para comigo, perguntando-me se eu deixava que ela fosse transmitida. Deixei, claro. E ela marcará para sempre o meu afecto pelo Daniel.

Hoje assisti a um Alta Definição Especial. Por ali passaram todos os que, de algum modo, tornaram o seu nome conhecido. E não deixa de ser surpreendente ver como, sem qualquer quebra de qualidade, durante cerca de 350 semanas, 350 pessoas diferentes falaram de si e do mundo que as rodeia, com mais ou menos emoção, mas sem jamais serem sujeitas a qualquer tipo de invasão da sua privacidade. 

O entrevistador dá o mote da conversa e depois cada um dos entrevistados segue o caminho que entender ser o seu. Só quem já trabalhou em televisão e conduziu entrevistas, pode avaliar bem o que isto representa. 

É caso para perguntar, como ele faz no final de cada encontro, "o que dizem os seus olhos, Daniel"? Para mim, é clara a resposta. Dizem que Daniel Oliveira gosta do seu trabalho e gosta dos seus convidados! Alguém pode pedir mais?!

HSC