Aveiro, 1 de Abril de 2015
Apareceu-me
sem ser esperada, como é seu hábito quando se encontra aflita. Atabalhoada,
contou-me que o Francisco, seu ex-marido, queria voltar para casa, ao fim de
cinco anos de total ausência física ou apoio material. Ela estava indecisa e eu
fiquei estupefacta perante a sua indecisão.
Lembrei-lhe
os dez anos em que, sem falhas, ela me ia contando as aventuras maritais, as
mentiras sucessivas, os abusos financeiros, enfim, as faltas de respeito.
Lembrei-lhe as razões que a tinham levado a divorciar-se e a serenidade que
depois parecia ter encontrado.
Ela
não me ouvia, seduzida que estava pelo fado do “quero voltar para casa, é de ti
que afinal gosto”. Recordei-lhe que cinco anos era tempo demais para chegar a
uma tal decisão, mas percebi que ela não queria um conselho, queria apenas que
eu a ouvisse.
Horas
depois, quando já me preparava para jantar, bateram-me à porta. Julguei que
fosse ela de novo. Enganei-me.
Era
o Francisco com a última namorada conhecida. Devo ter feito cara de grande
espanto, porque ele se desculpou de me não ter avisado antes da sua vinda.
Mas
vinha por uma boa causa: gostava que eu fosse madrinha do seu futuro
casamento...
HSC
Francisco um galã...aí,ai.
ResponderEliminarFrancisco