quinta-feira, 5 de março de 2015

A importância do que desconhecemos

Muitas das coisas e das pessoas de quem mais gosto, devem-se a acasos. Entrar num museu e descobrir não só um quadro, mas alguém que nos sabe explicar “o que está escondido nele”, ir a um cinema e deparar com um filme que jamais esqueceremos, emprestarem-nos um livro que nos toca fundo e passa a estar na nossa cabeceira, ouvir um disco e ter a sensação de que ele foi composto para nós, enfim, estabelecer amizades virtuais que se tornam fortes e reais, tudo faz parte de um mundo que parece paralelo. Mas não é. E sem o qual possivelmente não seriamos o que somos. 
É neste infinito labirinto de inesperados, nesta conjugação de acasos, que, muitas vezes, descobrimos em nós próprios, aspectos dos quais nem sequer suspeitávamos.
E não deixa de ser algo assustador pensar, depois de conhecer o que mais gostamos, que tenhamos vivido tanto tempo sem conhecer o que depois conhecermos.

HSC

15 comentários:

  1. Lindíssimo texto, que subscrevo sem tirar nem pôr sequer uma vírgula. :)

    Beijinho

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  2. Não penso assim. As coisas e as pessoas surgem-nos quando surgem e antes houve outras coisas e outras pessoas. Além disso, o facto de irmos descobrindo novos gostos e afinidades faz parte do encanto da vida. E até encontrarmos em nós aspectos novos - nem todos conseguimos tal proeza - é no mínimo interessante. Não me parece assustador. Tem um lado muito bonito.

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  3. Tão bonita esta entrada. Todos os dias descubro coisas novas, às vezes até já as vi muitas vezes, mas nunca me tocaram como nesse momento.

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  4. Nada acontece por acaso, nem mesmo aquilo que deixa de acontecer. Tudo vai ao encontro daquilo que, lá bem no intimo, estamos abertos a conhecer…
    E é também por isso que daqui envio um montão de reconhecidos abraços para si.

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  5. Bom dia Helena!
    Passa-se o mesmo comigo, hoje creio que nada é casual.
    Muito boa, a sua interpretação sobre este, tema!!
    Gosto, de a ver assumir publicamente " pessoas de que gosto".
    Viu, ontem a reportagem na Sic sobre a violência doméstica?
    Nem sei o que dizer...

    Mulher

    A mulher não é só casa

    mulher-loiça, mulher – cama

    ela é também mulher-asa,

    mulher-força, mulher-chama

    E é preciso dizer

    dessa antiga condição

    a mulher soube trazer

    a cabeça e o coração

    Trouxe a fábrica ao seu lar

    e ordenado à cozinha

    e impôs a trabalhar

    a razão que sempre tinha

    Trabalho não só de parto

    mas também de construção

    para um filho crescer farto

    para um filho crescer são

    A posse vai-se acabar

    no tempo da liberdade

    o que importa é saber estar

    juntos em pé de igualdade

    Desde que as coisas se tornem

    naquilo que a gente quer

    é igual dizer meu homem

    ou dizer minha mulher

    José Carlos Ary dos Santos

    Carla






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  6. ...e o que desconhecemos onde julgamos conhecer?

    Dói
    dói tanto
    o desencanto das palavras escondidas em sorrisos brandos

    Dói
    a descoberta da nossa ingenuidade
    mal gerida
    e depois avaliada criticada destruída

    cada gesto nosso
    cada palavra
    cada olhar terão sempre a força de um sinal talvez errado


    e sobrar depois sei lá que vida...



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  7. ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

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  8. ...ler um Blog e ficarmos rendidos...

    Ghost Casper

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  9. http://youtu.be/1qb8xDfPmFo

    Ninguém

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  10. Olá Helena,
    às vezes gosto de vir até aqui passar os olhos nas "suas novidades", e aí, conforme os temas e conforme o meu espírito, vai de fio a pavio. Às vezes sorrio, noutras me emociono, há as vezes em que concordo e também as há em que nem por isso, mas permanece o encanto.
    Já não é de hoje que me pego a fazer a mim mesma essa questão, e mais: como vivemos sem conhecer o que não conhecemos ainda. Aliás, isso sim, sempre me assustou, e hoje, constato que com razão: o que ainda estaria por vir, por se mostrar - claro que já se trata de assunto um pouco fora do tema que você propõe, mas foi o que me ocorreu ao ler o texto.

    um abraço

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  11. Este texto é do blog ponteiros parados. O seu a seu dono.

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  12. Anónimo das 18:02
    Este texto foi inspirado nos Ponteiros Parados. Não é o dos Ponteiros Parados.
    O seu a seu dono.

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