Gosto de andar ao sabor da brisa. Em quase tudo, porque os modelos, os formalismos, as normalidades, as ideias feitas, os politicamente correcto cansam-me profundamente.
Quer isto dizer que não tenho opiniões? Claro que não. Quer apenas dizer que elas podem mudar se as circunstâncias em que eu as desenvolvi mudarem também. Não penso hoje como pensava há vinte anos e julgo que isso seja absolutamente normal. Estranho seria que em duas dácadas eu pensasse o mesmo sobre uma série de matérias. Ou eu não tinha aprendido nada ou o mundo não tivera alteração. Qualquer das hipóteses está fora de questão.
Foi deste modo que fui aprendendo a ser "eu" nas diversas fases da minha vida ou, se preferirem, que assumi as mudanças pelas quais fui passando. Ficaram, assim, da Helena inicial, um conjunto de defeitos / qualidades relativamente estáveis, mas escassos. As outras Helenas - com bastante imodéstia o afirmo - que fui deixando para trás, se fisicamente foram bastante mais agradáveis, eram contudo muito menos ricas e interessantes. E, sendo eu própria que o afirmo, é bastante natural que a constatação seja a imagem da verdade.
É por isso que gosto tanto das brisas que passam na vida de todos nós. Elas levam consigo, suavemente, o pó das épocas passadas e trazem com elas as sementes daquilo que, na época própria, frutifica e nos transforma em pessoas melhores.
HSC
Quer isto dizer que não tenho opiniões? Claro que não. Quer apenas dizer que elas podem mudar se as circunstâncias em que eu as desenvolvi mudarem também. Não penso hoje como pensava há vinte anos e julgo que isso seja absolutamente normal. Estranho seria que em duas dácadas eu pensasse o mesmo sobre uma série de matérias. Ou eu não tinha aprendido nada ou o mundo não tivera alteração. Qualquer das hipóteses está fora de questão.
Foi deste modo que fui aprendendo a ser "eu" nas diversas fases da minha vida ou, se preferirem, que assumi as mudanças pelas quais fui passando. Ficaram, assim, da Helena inicial, um conjunto de defeitos / qualidades relativamente estáveis, mas escassos. As outras Helenas - com bastante imodéstia o afirmo - que fui deixando para trás, se fisicamente foram bastante mais agradáveis, eram contudo muito menos ricas e interessantes. E, sendo eu própria que o afirmo, é bastante natural que a constatação seja a imagem da verdade.
É por isso que gosto tanto das brisas que passam na vida de todos nós. Elas levam consigo, suavemente, o pó das épocas passadas e trazem com elas as sementes daquilo que, na época própria, frutifica e nos transforma em pessoas melhores.
HSC
ResponderEliminarAs brisas são como as mudanças de casa. Há que arrumar, guardar o que é bom e deitar fora o que não presta ou caiu em desuso, tanto os objectos como os sentimentos. Na nossa idade reflecte-se mais e consegue-se discernir melhor o que é relevante e o que é irrisório numa vida tão curta.
Bem aventuradas brisas que sacodem o pó da nossa existência.
Que pequeno auto retrato tão bonito.
ResponderEliminarAdorei!
Concordo inteiramente com o que diz e é muito bonita a forma como o formula.
ResponderEliminarUm beijinho :)
ResponderEliminarMuito bonito! Um poema de vida, colocado em prosa.
Beijinho para si e boa semana, Linda Helena. :)
Uma prosa excelente sobre as várias etapas da vida, gostei e subscrevo.
ResponderEliminarBeijos
ResponderEliminarhttp://youtu.be/cURJ1G-WZsQ
Dos melhores posts por mim lidos aqui no Fio de Prumo. Uma omnisciência de espírito deliciosa.
ResponderEliminar3-) Sementes levadas pela brisa até si.
ResponderEliminarVoice in silencie,please!
http://youtu.be/g4p8tnVG7ho
:-)
Silence.
ResponderEliminar:-)