sábado, 31 de janeiro de 2015

Penitências...

O que mais me assusta na política – ia dizer no poder – é a contradição entre o discurso e a práxis. Eu sei que é doença que ataca outras profissões. Mas aquela, como está mais exposta ao escrutínio, torna-se mais evidente.
Com a idade que tenho ainda não encontrei um político, ou um partido que, uma vez em exercício, não faça concessões, ou seja, não se contradiga. Chamam a isto de estratégia.
Com as eleições que espreitam por aí, aproxima-se um período de mentiras piedosas. À direita e à esquerda, passando pelo centro. E o que é mais grave, é que todos eles sabem que mentem e continuam a acreditar que será assim que ganharão os votos.
Hoje a abstenção mostra bem a desilusão dos portugueses com a res publica. Eles já sabem que os arautos das promessas, após ganharem as eleições, meterão na gaveta uma boa parte delas. Daí que tanta gente tenha desistido de votar, seja em que sentido for. Não vale a pena, dizem. E o pior é que sentem o que dizem. 
A campanha eleitoral já começou. De forma mais subtil nuns. De forma mais evidente noutros. Vamos ter de aguentar uns longos meses de falsas promessas. E de nos enchermos de paciência para os ouvirmos. Ou não, mudando de jornal ou de canal. É uma forma de penitência. Mas apenas por não se ter pecado...

HSC

12 comentários:

  1. Podemos fazer zapping e ir ver, em cima da hora dos telejornais, todos péssimos, a série BORGEN, dinamarquesa, na RTP 2.
    É execpcional de qualidade e muito simples - uma mulher nas funções de Primeiro Ministro, só que num país de outra galáxia...
    BOM FIM DE SEMANA, apesar da falta de sol, que ainda é o melhor anti-depressivo

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  2. Eu juro que gosto deles!
    (Quem mais jura mais mente,psiuuuuu!)

    Miguel

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  3. A mente chama-se assim,logo todo mundo mente em nome da mente que tem.
    É o óbvio!
    Jajão

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  4. Tema eterno, fatal e fascinante.

    Por isso me apaixonei pela BORGEN, série fantástica da RTP 2 que não perco nunca e recomendo.

    Para as mentiras que ouvimos por cá e já sabemos de cor, talvez a velha e cruel "pimenta na língua", não?

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  5. Não sei se devemos generalizar e meter todos os políticos no mesmo saco. É um pouco como falar de jornalistas sensacionalistas, nem todos o são. Penso que haverá políticos que começam a agir de acordo com princípios éticos e cientes de que só se pode servir o povo com seriedade e competência - dou como exemplo o Dr. Rui Moreira que tem sido um presidente de câmara exemplar e estimulante para os cidadãos. Não pertence a nenhum partido, daí ser livre.
    Os políticos que governam dentro dum partido não são livres, têm de obedecer a regras estreitas de lealdade, é com se pertencessem a uma seita. Há alguns que acabam por se demitir pelo facto de não concordarem com as políticas em questão. Mas são raros.

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  6. Em casa onde não há pão, todos ralham...
    Sejam deputados, sejam forças políticas ou membros do executivo, cada um tem a sua inocência como desculpa para não fazerem o que prometeram.

    Estou farto, HSC.


    Melhores cumprimentos.

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  7. Caros comentadores
    A série Borgen de que já aqui falei é excelente. E o segundo canal é que nos salva.
    O programa da Paula Moura Pinheiro é também muito bom!

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  8. RTP 2 tem programas,séries e concertos excelentes.Não perco os da PMPinheiro.
    Merece um - bem haja!

    :-)

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  9. E mais! Há os obsessivos.Alguns/umas deviam saber que:
    Não adianta soprar onde não há brasas.
    FT

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  10. Tem razão Helena. Que pena ver a televisão servir de palco a tanta estupidez e a tanta fartura de "programinha pópovo"
    Como se o povo ou parte dele não apreciasse mais do que gente despida em poses quase pornográficas dançando e cantado breijeirices gastas.

    Mas enfim, ai de quem se atrever a querer fazer um degrau acima. Provavelmente ficará alguns degraus abaixo...

    Quanto à BORGEN permito-me discordar de uma opinião que li.
    Não acho assim tanta diferença entre as duas galáxias. As mesmas intrigas de corredor, as mesmas traições, as mesmas escolhas difíceis, os mesmos dramas de infância, as mesmas dificuldades em conciliar as coisas mais importantes da vida e a importância do jornalismo político e tablóide.

    Brigitte podia estar em qualquer lugar do mundo.

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  11. Cosmos - Na RTP 2

    Ghost Casper

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  12. A paciência esgota-se Dª. Helena e depois de ouvir o nosso primeiro a dizer que os recentes dados sobre a pobreza em 2014, reportavam-se a 2013???? porque os portugueses estão bem melhores...tudo cresceu...mas em que reino ele está?

    Faltam 8/9 meses e ouvi-los, para mim não é penitência...no mínimo será "palha para burros" e cansei-me de todos sem excepção, mas já sei em quem irei votar:):) pois é!

    Um bom dia

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