É uma realidade que a sociedade actual vive “em rede” e que, se quisermos, estamos sempre acompanhados. De facto, os telemóveis, os tablets e os computadores permitem, em qualquer momento olhar os outros, ouvir o que dizem ou ler o que escrevem. E, simultaneamente deixam, se assim desejarmos, mostrar aos outros quem somos e como pensamos. No fundo, isso significa que não conseguimos viver sem comunicar.
A solidão - hoje mais do que em qualquer
outra altura – já não é um estado natural, mas sim uma construção cultural que
exige disciplina. Até a noção de privacidade é algo em vias de extinção nesta
era de redes sociais. E mesmo ler ou escrever, só agora é que são práticas
solitárias e silenciosas. Antes a escrita era ditada e a leitura era feita em
voz alta.
As práticas que hoje associamos à vida
interior nasceram com as ordens religiosas contemplativas, onde a vida monástica defendia que a solidão e a serenidade, ao limitarem as distracções mundanas,
facilitavam o acesso a Deus. Nesse tempo, havia um mundo considerado
fundamental, a que só se acedia pela meditação e pelo desprendimento.
Acredito que essa seja uma das razões da actual incapacidade
de optar pela meditação, mesmo que ela seja apenas por períodos muito curtos. A
nossa cultura deixou de acreditar num Deus transcendente e tem horror à
solidão.
O que se compreende, porque aquilo que para uns foi a
procura de um exercício espiritual, para os outros é sentido como um abandono
ou uma infelicidade.
HSC
Mesmo quem não acredita num Deus transcendente pode praticar uns momentos de meditação diária. Basta ísolar-se da "multidão" e passar uns minutos a CONTEMPLAR a natureza. É um exercício fantástico!
ResponderEliminarTalvez a devessemos ensinar nas escolas.
ResponderEliminarL.L.
Fazemos demasiado barulho.
ResponderEliminarPor vezes, tenho mesmo necessidade de me isolar, preciso de me escutar a mim própria e ordenar a mente.
Nem sempre consigo este momento, mas quando o consigo, a sensação de bem-estar é muito gratificante.
Cumprimentos,
Cláudia
Querida Drª Helena:
ResponderEliminarPratico regularmente meditação e faz-me muito bem.
Já fui mais assídua na prática e asseguro que o bem estar emocional e psicológico é proporcional à frequência de práticas contemplativas.
Um beijinhos,
Vânia
Estava a ler o seu post e a pensar nas minhas caminhadas aos sábados e domingos de manhã. Sozinha caminho e corro cerca de 10 Km. Não calcula como a minha cabeça trabalha durante aquele percurso. Confesso que é nesses momentos que procuro e encontro as soluções para alguns problemas a resolver. Costumo dizer que trabalho imenso enquanto faço a caminhada. Não é meditação propriamente, mas é um espaço que reservo para pensar nas minhas coisas. Maria L
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