segunda-feira, 31 de março de 2014

Eleições francesas



“O primeiro partido de França hoje é a UMP”, afirmou o líder do do centro-direita, ao comentar os resultados da segunda volta das eleições municipais em França, cuja governação socialista perdeu para aquele partido 155 cidades com mais de 9000 habitantes.
Marine Le Pen, a líder Frente Nacional, foi a outra estrela da noite ao conquistar dez câmaras, no Sul, Leste e no Norte do país, e a presidência uma subdivisão administrativa de Marselha, com 150 mil habitantes. Contas finais, a FN ficou com mais um vereador que o PS.
Esta vitória da FN foi, talvez, a grande surpresa destas eleições. A aposta de Marine Le Pen, em marcar a presença do seu partido a nível municipal, foi bem-sucedida com a conquista de pelo menos nove câmaras em cidades de pequenas ou médias dimensões. Curiosamente os vencedores da noite foram figuras secundárias, que beneficiaram de dinâmicas próprias dos locais onde se candidataram, nomeadamente anteriores gestões autárquicas corruptas ou ineficazes.
Jean François Copé teve, de facto, motivos para se regozijar, porque várias cidades com mais de 30 mil habitantes passaram da esquerda para a direita. Entre elas, Toulouse - a quarta maior - ou Limoges, que desde 1912 era gerida pelos socialistas.
O prémio de consolação para o PS terá sido Paris, onde a socialista Anne Hidalgo ganhou dando, pela primeira vez, à capital uma mulher como presidente. Mas a principal mensagem destas eleições parece ser um castigo para o PS por causa da desilusão provocada por François Hollande..
Por outro lado, a abstenção atingiu 38%, um nível recorde para eleições municipais. Em termos nacionais, a direita obteve 45,91%, a esquerda 40,57% e a extrema-direita 6,87%.
O primeiro-ministro Ayrault já reconheceu a “responsabilidade colectiva” do Governo e “toda a sua quota-parte de culpa”, assumindo que não terão sido capazes de explicar com toda a “clareza necessária” porque é que a recuperação da economia do país exigia tantos sacrifícios.
Ségolène Royal, que sonha ser ministra e a ala esquerda do PS, querem uma baixa de impostos e o abandono do “Pacto de Responsabilidade”.

Estas eleições têm mais importância do que pode imaginar-se e irão ter consequências, nomeadamente, a nível de uma eventual remodelação governamental. E admito que tais resultados possam vir a ter algumas outras leituras…
HSC

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