Talvez aquilo que menos perdoo seja a mentira. Ela mina a confiança, que é base vital da vida em comum, seja na esfera privada, seja na esfera pública. Até no casamento considero que a falta à verdade é motivo mais que suficiente para um divórcio. E sei do que falo.
Talvez por isso respeite pouco quem faz da mentira profissão. E se outros dolorosos motivos não tivesse para detestar a política - um sogro, um cunhado, um marido e dois filhos, nessa área que infernizou a minha vida - a sistemática falta à verdade daqueles que a exercem, conduzir-me-ia ao mesmo resultado.
Assim, depois da dose dupla que foi ter ouvido o PM - lá longe onde estava - prometer que não haveria mais cortes em salários e pensões e ter assistido à entrevista de Ricardo Costa a Durão Barroso - transformado no cordeiro da paz - a garantir não ter qualquer ambição de ser Presidente da República, fechei a tv com a certeza de que iríamos mesmo assistir ao contrário do que qualquer deles afirmara.
Porquê, perguntarão? Porque a palavra dos políticos - governo e oposição - está mais gasta do que eu. Com a vantagem, para mim, de nunca ter feito uma plástica na vida...
Será que a gente que nos governa e a gente que a ela se opõe, não terá ainda percebido que no momento que atravessamos, a verdade da mentira já não convence ninguém?!
HSC
Acho que é impossível uma pessoa que não sabe mentir chegar à política. Ela é feita de mistificação, de promessas que não se cumprem, de compromissos que se desatam, de negócios e chantagens.
ResponderEliminarDou graças a Deus por não ter um só político na família....
Saber que a nossa vida está nas mãos de um bando desorientado de aves de rapina e ainda por cima mentirosos e não pudermos fazer nada, é um desespero.
ResponderEliminarQue futuro terá este País, meu Deus!
Tem toda a razão os políticos continuam a atirar areia para os olhos.
ResponderEliminarAs eleições estão aí por isso rapidamente se arranjam as melhores formas de bem mentir.
tendo recebido hoje uma sugestão de como exercer o voto aqui a deixo:
Votar NULO
uma vez que:
50% + 1 votos nulos obrigam à repetição das eleições com outras listas eleitorais.
Ora se tal acontecer irá pelo menos dar muita dor de cabeça aos lindos... políticos...
Um forte abraço e feliz fim de semana, Zia
Verdade !
ResponderEliminarSem políticos na família...subscrevo totalmente as suas palavras tão verdadeiras ao contrário das que também ouvi de quem refere.
ResponderEliminarMas quem os tem e teve como a Dª. Helena, acredito que sempre soube separar as águas no seio da família, mas também acredito que deve ser durissimo esse papel.
Apesar dos pesares temos que ACREDITAR que tudo vai melhorar mas dois milhões de portugueses no limiar da pobreza é obra, obra tão fácil e destrutiva...MAS TÃO DIFÍCIL DE RECONSTRUIR.
...e regresso à década de 80 a 86 já para não ir lá mais para trás...e ainda hoje não suporto nem ver e ouvir o "mandante" da época.
Um abraço e bom fim de semana
Querida Doutora Helena
ResponderEliminarNunca estivemos tão de acordo. Também ao ouvir o PM e a entrevista ao Dr.Durão Barroso com aquele ar paternalista a tentar fazer de mim parva,desliguei a TV e, não é meu costume, mas até disse uma palavra muito feia.Não os suporto mais.
Democracia o menor dos males...
ResponderEliminarsem dúvida!
Permite eleger governantes com o voto duma maioria de votantes.
Mas, a maioria é na sua essência, composta de ignorantes.
Vamos lá aguardar a ver o que fazem nas próximas eleições.
Aposto vão fazer exactamente o que
pretende o actual PM, depois queixem-se.
Mas todo quele tempo lá na "Europa", não haveria de saber mentir?...
ResponderEliminarNão vi a entrevista nem tampouco perco tempo a ouvir o Primeiro Ministro e seus subordinados. Para bem da minha sanidade mental, prefiro manter-me bem longe de gente que vive da mentira, e que, como sucederá com o Dr. Durão Barroso, mais tarde ou mais cedo ainda será o "Presidente de todos os Portugueses".
ResponderEliminarConcordo plenamente! Abomino a mentira. Como alguém disse, não recordo quem, " It's better to be slapped with the truth than kissed with a lie"! Se estamos a ser constantemente agredidos pelo menos que seja com verdades! É mais digno!
ResponderEliminarAnónimo das 13:42
ResponderEliminarMas o problema reside na simples constatação democrática de que o maior partido do país é e vai continuar a ser a abstenção...
Querida Helena, "a verdade da mentira" também devia ser julgada com base no artigo
ResponderEliminarhttp://bdjur.almedina.net/citem.php?field=item_id&value=1042267
onde se determina que: o candidato ao usar sobre qualquer eleitor de enganos, artifícios fraudulentos, falsas noticias ou de qualquer outro meio ilícito para o constranger ou induzir a votar em determinada lista ou a abster-se de votar será punido com prisão de seis meses a dois anos.
Beijinho e bom fim de semana.
Caro Senhor RuiMG : Cada um tem a sua própria história. Respeito o seu ponto de vista e agradeço-lhe de ter participado como militar no combate pela liberdade. Não vou escrever detalhadamente a minha história, mas nesses anos da década de 60, também meu Pai, e eu mesmo a um nível diferente, militávamos na defesa das nossas convicções. Isso custou à minha família, os meus Pais e os cinco irmãos o exílio para escapar à PIDE. Fizemos a nossa revolução antes de Abril. Agora cá estamos no estrangeiro. Os meus Pais morreram sem nunca terem sido autorizados a votar no seu pais. Abril veio tarde demais para eles. Eu continuo a interessar-me pela vida da minha Pátria. Porque como disse alguém, (alguns dizem Jefferson, outros Danton), ao emigrar, não se leva a Pátria na sola dos sapatos!
ResponderEliminarToda a minha família construiu uma boa posição social no estrangeiro. E todos conservamos, talvez por respeito da memória do meu Pai, grande militante e grande combatente, o gosto do combate de ideias. Participamos à vida da urbe. Esta manhã, com a minha esposa, fomos votar na mairie da minha comuna. Não sei se a minha esposa votou como eu. Suspeito que não. Eu faço parte duma lista. Já fui autarca ( pelourinho da cultura) durante seis anos. Ela não está muito de acordo que continue. O voto democrático dirá se vou ou não continuar. O que me importa é participar.
Faz-me uma pergunta no fim do seu comentário, sobre a participação de homens da direita no movimento de Abril. E, porque não? Haviam certamente pessoas da direita que consideravam os problemas da ditadura, da liberdade, da democracia, da indigência económica, de maneira diferente das da esquerda, mas creio que muitas viam bem que Portugal se encontrava na encruzilhada dos caminhos com as guerras de África. E que era preciso avançar para uma solução definitiva da sangria humana e económica da guerra. Solução da esquerda ou da direita, era a solução de Portugal.
Mas uma vez as guerras terminadas os problemas não estavam resolvidos.
Sinceramente, creio que após a revolução, a questão da desigualdade e da redistribuição da riqueza criada se encontra, como sempre, no centro do conflito político. Caricaturando ligeiramente, podemos dizer que o conflito central opõe tradicionalmente as duas posições seguintes:
ResponderEliminar1°- Por um lado, a posição liberal da direita diz-nos que só as forças do mercado, a iniciativa individual e o crescimento da produtividade permitem verdadeiramente de melhorar a longo prazo as rendas e as condições de vida e, em particular, as dos mais desfavorecidos, e portanto que a acção pública de redistribuição além de dever ser moderada, deve de qualquer maneira interferir o menos possível com o mecanismo virtuoso integrado de impostos e transferências (imposto negativo).
2°- Por outro lado, a posição tradicional da esquerda, herdada das teorias socialistas do XIX século e da prática sindical, diz-nos que só as lutas sociais e políticas podem permitir de aliviar a miséria dos mais desfavorecidos produzida pelo sistema capitalista, e que a acessão pública de redistribuição deve ao contrário penetrar no coração do sistema do processo de produção afim de pôr em causa a maneira como as forças do mercado determinam os lucros apropriados pelos detentores de capitais assim como as desigualdades entre assalariados, e não de se contentar de fazer pagar impostos para financiar as transferências fiscais.
Também dirigi, aqui, uma empresa de 300 pessoas, capital francês primeiro e americano depois. A presença de sindicatos representativos na empresa obrigaram-me a considerar altamente injusta e factor de instabilidade toda e qualquer tendência de manipulação da estrutura dos salários à qual conduziria o jogo concorrencial da oferta e da procura de capital humano, preconizada pelo liberalismo no parágrafo n°1 mais acima.
Este jogo é aquele que se verifica hoje por toda a parte, utilizando a concorrência dos escravos da Ásia e de algures para vergar os trabalhadores europeus.
Esta política justifica todas as revoluções, porque são legítimas. Foi o que tentei explicar no meu comentário precedente.
Querida Teresa
ResponderEliminarPor isso fui clara. Governo e oposição, mentem. E em qualquer dos casos, para manterem ou obterem o poder...
Senhora Helena Sacadura Cabral : Por erro, inseri o meu comentário abaixo, em duas partes, neste "post", mas destinava-se ao "post" seguinte ilustrado com a foto de Otelo de Carvalho. Peço me desculpe do incidente. Não sei se é possível eliminà--lo aqui. Muito obrigado.
ResponderEliminarDra Helena
ResponderEliminarÉ isso aí...
Há quem acredite em milagres,
Há quem cometa maldades,
Há quem não consiga dizer a verdade.
E,Muitas vezes,
Com a verdade me enganas.
http://youtube.com/watch?v=IPCwpCSEqeo&sns=en
Bom domingo
ResponderEliminarCaro Sr. Defreitas
Muito agradeço a(s) sua(s)resposta(s)ainda que tenham saído num post diferente daquele em que dialogávamos e por isso só agora me dei conta delas .
Eu também teria mais umas coisas para dizer sobre o passado familiar mas isso seria entrar em pormenores que lhe poderia contar pessoalmente mas não vou escrever aqui , o que está ali é o que eu vi e vivi .
Respeito muito as suas opiniões ainda que a maior parte das vezes não concorde com algum radicalismo que sinto nelas (perdoe-me se exagero na terminologia), não tanto aqui no "fio de prumo" mas no "duas ou três coisas" que também visito diáriamente .
Como passei dezenas de anos como director (e depois administrador) de empresas com centenas de trabalhadores (200 foi o mínimo) , sediadas em locais de forte implantação comunista e onde eu sempre fiz questão - mesmo como administrador - de passar metade do dia nas instalações fabris a falar com toda a gente , reconheço que tenho muito poucas teorias sobre o que quer que seja .
Tal como com os filhos e agora com os netos : antes de os ter tinha várias teorias sobre como os educar e agora tenho vários filhos e netos e nenhuma teoria .
No entanto , e em contrapartida , acho que conheço as pessoas , pelo menos ainda me chamam para resolver pequenas questões aqui e ali como "mediador de relações humanas" e que eu faço questão de não cobrar .
No fundo é a tal situação do preço e do valor de que tão bem falava a nossa cara Drª Helena há dias e que fica assim resolvida , é um luxo que me ofereço porque posso .
Isto para lhe dizer que não tenho estrutura mental para ír muito longe na discussão do tema do que verificar a erudição e a consistência dos seus escritos mesmo que não concorde totalmente com eles (é óbvio que concordo em muitos aspectos).
Mas não concordo que se possa considerar uma revolução legítima porque algumas elites pensantes o acham .
Isso legitimaria muita coisa de que o Defreitas e eu não gostamos pois não há só revoluções boas e virtuosas .
Uma revolução é um processo contínuo e não um acto isolado , e por isso disse que o que aconteceu naquela noite em concreto foi o que foi , a revolução terá "acordado" no 1º de Maio e seguido o seu curso , curso esse que se terá acentuado da pior maneira no ano seguinte (eu trabalhava na margem sul do Tejo e por lá andei 18 anos , não falo por ouvir dizer ou a reboque do sensacionalismo dos MCS) .
Agradeço-lhe ainda a sua resposta à minha pergunta final no post-scriptum .
Com ela só pretendi reforçar a ideia de que , naquele dia era apenas uma mudança de poder que permitisse acabar com a guerra e fizesse uma transição cuidadosa para a democracia (pois pouca gente , se é que alguma , se lembrava do que era uma democracia em Portugal) que estava em causa e isso não é uma revolução .
Mais uma vez lhe agradeço a cordialidade da conversa e o prazer intelectual de o ler .
PS - Cara Drª Helena , viemos aqui parar no calor da "jogada" , imagino que terá esboçado um sorriso .
É isso aí...
ResponderEliminarhttp://youtu.be/lPCwpCSEqeo
Verdade
Bom Dia Helena Sacadura Cabral,
ResponderEliminarSó leio notícias em jornais e já só vejo programas de Culinária. Quanto ao Dr. Barroso, tem tudo estampado na cara e fiquemos por aqui. Voto a partir de agora, NULO. Uma óptima semana, Leonor
Concordo com tudo o que diz e qto ao Dr.Durão Barroso, mostra bem quem é.Não vou a votos. MManuel
ResponderEliminarEstou consigo neste barco. Não suporto a mentira, não sei mentir. Nem mesmo as chamadas mentiras inocentes. Sinto-me a corar até à raiz dos cabelos.
ResponderEliminarE também vi esses dois "quadros televisivos" no fim-de-semana. O Ricardo Costa bem que tentou apanhar na rede o grande tubarão mas, como sempre, a malha é tão larga...
Dra.
ResponderEliminarSerá que é porque em Portugal a nossa mente( cérebro ) se chama assim - mente ?
Daí só temos de fazer justiça ao nome e mentir.
Ah Ah Ah
Kkkkkkkk
Sinto o mesmo. É pena que não se faça política para o povo mas sim se use o povo para fazer política.
ResponderEliminarPais sem rumo. Onde andará alguém com valores e que não olhe pelo seu umbigo , para eu votar nele/a ?