Foi hoje apresentada no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, a 6.ª edição do European Social Survey - "Significados e avaliações da democracia" -, que analisou as opiniões dos cidadãos e dos políticos sobre o tema em 23 países incluindo Portugal e em que aquele Instituto também participou.
"Os dados sugerem que a valorização da justiça
social como elemento indissociável do conceito de democracia, parece ser
especialmente forte nos países com maiores desigualdades de rendimentos e de que
Portugal faz claramente parte”.
Para os
portugueses "os maiores défices democráticos" estão no funcionamento
dos tribunais, na incapacidade dos governos assegurarem justiça social, "num
sentimento de falta de controlo popular do poder político" - os governos não
explicam as suas decisões aos eleitores - e na insuficiência dos mecanismos de
democracia directa.
Aliás, é no funcionamento dos tribunais, nos direitos
das minorias e no combate à pobreza que a avaliação dos portugueses "mais
se afasta daquela que, em media, é feita nos restantes países europeus".
Francamente , acho muito bem que ainda hoje se organizem colóquios, conferências, reuniões, simpósios sobre as causas fundamentais da instabilidade do mundo actual , enquanto nunca se produziu tanta riqueza, ao mesmo tempo que a vida de todos os dias se torna cada vez mais difícil. E ainda não descemos ao nível dos mais desgraçados do Bangladesh!, mas para lá vamos se continuarmos no mesmo plano inclinado.
ResponderEliminarClaro que não há democracia sem justiça social. E também não se pode dizer que há progresso se todos os seres humanos sem discriminação não beneficiam do progresso económico.
E um dia, aqueles que não crêem nesta necessidade de justiça, verão que também não há paz sem justiça. Espero que não seja tarde demais.
É triste tomar consciência de que apesar 40 de dita democracia, as desigualdades sociais são cada vez mais profundas e atinge mais gente!
ResponderEliminarO povo não tem aprendido os direitos e principalmente os deveres que tem em democracia.
Nunca se fez justiça verdadeira depois do 25 de Abril, ninguém foi julgado, todos fugiram para depois regressarem ainda mais dissimulados!
Um abraço, Zia
Estes problemas arrastam-se há muitos anos.
ResponderEliminarFaço minhas as palavras da ZIA... Posso ainda acrescentar que, sem uma justiça séria, não existe a estabilidade e a segurança, necessárias, para que qualquer sociedade se torne solidamente democrática. Aliás, há 40 anos que andamos a brincar às democracias...
Abraços