domingo, 17 de novembro de 2013

Este país não é para velhos!

A nossa sociedade não está preparada nem para velhos nem para solidões. Acontece que aqueles são cada vez em maior número - melhores cuidados de saúde e a saída de jovens - e carregam quase sempre consigo estas últimas. É algo que toda a vida me impressionou, já que pertenço a uma família com o hábito de se reunir à volta dos seus.
Há dias, no supermercado, uma senhora de muita idade agarrou-me no braço e disse:
- peça-lhes que pensem nas nossas porções
- que porções? disse eu
- de tudo. Os velhos sozinhos e com dificuldades levam comida para casa que acabam por comer já rançosa. Veja a manteiga, a margarina, a banha, o azeite, o óleo, feijão, farinha, açúcar, são tudo embalagens muito grandes para uma pessoa só. Quando as acabamos até já fazem mal.
Na altura resolvi-lhe o problema à minha maneira e dividi as porções dela ao meio. Ficou feliz. Mas, depois disto, tudo irá continuar na mesma.
Prometi-lhe que lhe daria voz. Aqui estou a faze-lo, sabendo que ela tem razão e talvez fosse a altura de, com menos pergaminhos higiénicos, se pensar nos nossos velhos e na forma de lhes facilitar compras e consumo, criando embalagens de conteúdos menores. Eu sei que a ASAE acabou com a venda a peso destes produtos. Mas os velhos não acabaram e com as novas disposições acabam por ingerir alimentos em piores condições. 
Se vendem fiambre e queijo às porções, porque é que não poderão estender o processo aos outros produtos desde que em condições sanitárias idênticas? Alguém se lembra disto? Ou pensam que nunca serão pobres nem velhos?!

HSC

30 comentários:

  1. HSC, li o seu post e vamos lá às minhas considerações sobre o assunto: um pacote de açúcar (1kg ) não rança, o mesmo para a farinha! 1litro de óleo e de azeite, não rançam no prazo de um ano; manteiga ou margarina há em embalagens de 125g, também há embalagens pequenas de feijão ou grão seco que pode ser substituído por latas pequenas já pré-cozido e que em marcas brancas andam pelos 50 cêntimos...
    O que era mesmo preciso era ensinar, talvez ajudar estas pessoas idosas a fazer as suas compras! É que o problema é que têm dificuldades de visão, outras vezes mesmo analfabetismo que não lhes permite a melhor escolha.
    Vender a granel, como antigamente, não será de todo possível... já imaginou pequenos supermercados de bairro encomendarem um saco de 20kg de açúcar , farinha, grão, para já não falar da banha e da manteiga, para venderem aos 1/2kg a uma dúzia de idosas do bairro?! Isto não seria não só rentável como prático na escassez de espaço que normalmente têm! Virem da fábrica em mini-doses, sabe bem que iria aumentar muitíssimo o preço!
    Sorte a desta senhora que não está nos Estados Unidos ou no Canadá onde tudo o que é líquido, leite, sumos familiares, óleos, quase sempre se vende aos galões!!
    Que me lembre, da minha experiência no Canadá onde tive que providenciar a nossa alimentação só me lembra da fruta e das batatas serem vendidas à libra peso!!
    Não me julgue insensível ao problema dos mais velhos quer sós quer acompanhados, porque não sou! O que escrevi só está de acordo com o meus estilo pragmático de pensar!

    p.s. Peço desculpa pela extensão do post o que até pode ser motivo para não ser lido...

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  2. Se não tiverem familiares é essa a realidade cruel...e soluções? Nenhumas Dª. Helena porque já somos produtos fora da validade e como tal assobiam para o lado e quem não tem como sobreviver...que se amanhe ou então que morra para diminuição da dívida do Estado.

    Desculpe mas hoje estou assim porque:

    Há anos que não comprava o Correio da Manhã e hoje comprei para um vizinho que nos seus 90 anos adora ler. Antes dei uma vista de olhos...e digo-lhe que chorei com o que li sobre os lares...quanta hipócrisia e sabe o que me apetecia fazer a um determinado grupinho de meninos e uns mais velhinhos incluindo das misericórdias? O que Jesus Cristo fez: correr com os vendilhões do templo.

    Por respeito não digo o palavrão que disse enquano dobrava o jornal!

    Um país onde não se respeita os velhos e as crianças...é um país votado à desgraça.

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  3. Muitas vezes, se as coisas fossem vendidas a peso, não haveria tanto desperdício.
    Nalgumas coisas há tanto rigor, noutras onde deveria haver, valha-nos Deus!
    Enfim...

    Desejo-lhe uma boa semana!

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  4. Dalma
    Vamos lá por partes:
    - a farinha ganha bicho como sabe com a humidade. E não se usa muito. Já me aconteceu e tenho comilões em casa.
    - 125g de manteiga se só forem usados para barrar pão ao fim de um mês de frigo ganham cheiro e perdem frescura. E garanto-lhe que uma pessoa sozinha pode levar, por economia, este tempo a consumi-la.
    - o azeite de 750 ou de um litro em garrafa não rança, se a sua validade for longa. Acontece que ela está inscrita em sítios muito diversos e por norma pouco visíveis. Para escoar esses stocks é que se fazem promoções...onde habitualmente os velhos se abastecem.
    Ora diga-me lá se o fiambre e o queijo são vendidos a peso, nos supermercados, porque não a manteiga ou a margarina, o açúcar ou a farinha? Ou, então, porque se não fazem doses pequenas, embaladas como o leite e o vinho que já têm pacotes de 2,5 dl?
    Aqui em casa só eu bebo leite. Logo, compro pacotes pequenos porque levaria uma semana a consumir um litro e eu gosto de produtos frescos.
    Enfim, repito, a vida não está para velhos pobres, que têm de despender de uma vez, aquilo de que não precisam no imediato.
    Talvez sejamos um país para velhos ricos ou ricos velhos...

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  5. Vim para Lisboa, em 1950, com 13 anos, e iniciei a minha "carreira" como marçano, numa loja do Bairro de Campo de Ourique. Não era, como se sabe, um bairro pobre de Lisboa, contudo recordo como esses produtos eram vendidos a granel, sempre em pequenas quantidades, exemplos: 50 gramas de manteiga, 100 gramas de queijo tipo flamengo, etc.. Não era, naturalmente, com o receio de "passar o prazo"...é que o dinheiro não dava para mais. Hoje, mesmo com a crise, surpreende-me ver nos supermercados carros enormes cheios de produtos.

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  6. em França país q conheço, os supermercados vendem ao peso, arroz maça e mesmo produtos par lavar roupa, etc. isto porque há muitos solteiros, q nem sempre cozinham em casa e por isso n precisam de grandes quantidades. l’unidose de lessive: http://www.20minutes.fr/economie/1166509-20130602-lessiviers-veulent-faire-mousser-capsules
    é um pouco como a unidose nos medicamentos. estou de acordo consigo HSC:)

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  7. Absolutamente de acordo consigo, Drª Helena ! Cá em casa somos dois - fora do tempo de férias - e acontece o mesmo com certas coisas. A farinha, por exº, tenho de a guardar no frigorífico. E o açúcar fica em pedra, porque o consumo diário resume-se ao que guardamos dos pacotes que sobram do café.
    Com a sua licença, partilho o seu post no FB !

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  8. Já existe essa opção, pelo menos no grupo Auchan (Jumbo)em que já se pode comprar produtos avulso.

    Essa preocupação por parte dos supermercados, pelo menos de alguns já está em cima da mesa e começou a dar os primeiros passos. Penso... e também já existem embalagens bem mais pequenas de azeite, manteiga e por aí fora. Penso é que por vezes as pessoas não se dão ao trabalho de olhar com olhos de ver. De procurar. Não procuram alternativas.

    Vejo o exemplo do meu pai, que por muito que converse e lhe explique tudo isto, inclusive o reduzir o orçamento com as chamadas marcas brancas, que eu também uso, não o consigo convencer, nem a ele, nem às pessoas da zona em que o meu pai vive, que são na maioria gente com alguma idade e reformados.

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  9. Concordo que os supermercados são lugares estranhos….
    Para já nunca têm empregados que ajudem as pessoas a localizar os produtos, anda-se kms para encontrar um shampo ou peras rocha!!
    Detesto supermercados grandes e prefiro ir a sítios ondee encontro tudo com facilidade. E depois há os rótulos que são indecifráveis para os leitores compulsivos, quanto mais para os iliteratos!! Ver as letras e números só com lupa. Era uma ideia, emprestar lupas à entrada do super para aqueles que querem ver o que compram!!

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    1. Virgínia, já não lhe sei dizer em qual, mas num desses países da Europa já vi carrinhos de compras com uma enorme lupa fazendo parte integrante deste e colocada ao lado do sítio onde se põe a moeda!

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  10. é verdade , eu já vivi sózinho e sei o que isso é . o jumbo tem caixinhas de 4 ovos , o que é uma boa idéia .
    mas eu costumo dizer que a estratégia dos supermercados é venderem barato mas em quantidades que ninguém precisa . assim , mais de metade acaba por ir parar ao lixo . estamos a um passo de reactivar a sardinha para três e a mercearia de esquina . mas só se fala da seleção de futebol ... abreijos

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  11. querida dalma , já pensou ter que comprar uma caixa de peixe de cada vez que compra peixe ?
    eu vendo um peixe , porque sim , porque uma caixa não tem compradores consumidores . azar a dessa senhora que se calhar se estivesse no Canadá teria melhor condição económica .
    é que criticar de barriga cheia tem o seu quê .abreijos também , que por enquanto se dão na medida certa

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    1. Caro Diogo, não me julgue insensível a estas situações porque o não sou! Mas a propósito de me dizer que no Canadá esta senhora, que motivou toda esta saudável discussão não teria esses problema, engana-se.
      Qualquer cidadão desse país considerado do 1º Mundo e que não tenha feito um seguro particular viverá muito mal com a reforma mínima que o estado lhes paga! E a solidão?
      Na cidade de Montreal onde morei mais de um ano tive notícia pelos jornais, claro, nesse inverno da morte pelo frio de um casal de idosos que foram encontrados apenas dias depois... e mais ainda, o de uma idosa que chegando já noite não conseguiu entrar e morreu caída à porta de casa! Dois vizinhos tiveram a desfaçatez de dizer que ouviram alguém gritar mas que não ligaram!! Isto como disse, no Canadá, país do 1º Mundo!

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  12. HSC, o que eu quis dizer é que não é muito viável fazer o que diz...já reparou a que preço sai o litro de leite se comprado em pacotes de 200ml? Também aqui se aplica a "economia de escala" ou não será? E o mesmo para todo o resto dos produtos mencionados. Então lá estariam os velhos que não os velhos ricos ou ricos velhos a ver, o que têm disponível para se alimentarem, dar cada vez para menos...

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  13. Com efeito, querida doutora Helena:
    nunca me tinha apercebido disso e até lido (de certa forma) com essa realidade porque costumo fazer compras a uma octogenária que vive sozinha. A vizinha de cima compra-lhe o grosso das suas compras mensais, é verdade, e eu faço-lhe as compras mais quotidianas cmo fiambre, queijo e marmelada. Talvez, intrínsecamente jáme tenha apercebido da realidade que relatou porque compro-lhe sempre as embaagens de marmelada mais pequenas (já que trago frequentemente, não vale a pena comprar uma embalagem grande. Mas, esqueci-me de uma coisa, para o qual o seu relato me despertou a atenção: a data de validade, para a próxima já vou tentar trazer-lhe uma com uma data de consumo mais alargado.

    Obrigada,
    Beijinhos,
    Vânia Baptista

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  14. Talvez por isso e pelas diversas conjunturas da sociedade, o Jumbo tem uma secção de vendas avulso que cada vez estar a ter maiores proporções, por algum motivo esta em crescimento.
    Bem haja por ser como é
    Beijos
    AC

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  15. no supermercado perto de mim há um velhote que resolveu esse problema : só compra pão (seco), embalagens pequenas de massa estrelinha ou pevide e um ou outro caldo knorr para dar gosto à massa ...
    Nunca o vi fazer outras compras, não se lhe conhece a idade e decerto vive dolorosamente só !

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  16. Caros todos
    A boa senhora de que fui porta voz já me ajudou!. Vou com frequência ao Pão de Açúcar das Amoreiras e ainda não dei pelo balcão das doses pequenas. Vou, na próxima perguntar e ver.

    Dalma
    Dois comentadores já responderam com o exemplo do Grupo Auchan.
    Por mim prefiro pagar um pouco mais e não deitar fora quase meio pacote.
    A luta, agora, será por que as pequenas doses não sejam mais caras.
    E é verdade sim que em França já praticam as mini doses há bastante tempo.

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  17. Desculpe, esqueci-me de me identificar, o que gosto de fazer quando partilho textos no FB:
    Maria Augusta Alves

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  18. É uma boa ideia, sim! Devíamos seguir o exemplo francês.

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  19. O pior é que não existem Jumbos etc.

    Também faço as compras para a minha mãe e vizinha (quando elas não podem ir, e no Continente já há imensos produtos vendidos a peso e em pequenas doses - mas vejo sempre a validade.

    Não existem empregados a granel, mas eu faço o que posso e devo fazer quando me deparo com mais idosos do que eu "à rasca"...quer uma ajudinha? e atrás de um vêm meia dúzia...daí demorar tempos infinitos:)

    e volto a subscrever o post

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  20. Querida amiga Helena,
    De facto, nós, os mais antigos, tivemos o privilégio, pelo menos em matéria do tipo da que estamos a ver nestes posts, de viver numa época em que havia a maior proximidade entre clientes e comerciantes. Como sempre acontece, mesmo agora na época das grandes superfícies, houve sempre riscos de sermos menos bem servidos. Mas custa-me aceitar a defesa de que a regra deverá ser a seguida nos supermercados, só disponibilizar embalagens grandes, fechadas e com prazos de validade qua não se coadunam com as necessidades de quem compra. Partir do princípio de que todos se têm de adaptar, porque no estrangeiro também acontece o mesmo, parece-me pouco razoável. Os exemplos já citados, do fiambre e produtos análogos, queijos, carne, peixe, entre muitos outros, são a prova de que o vendedor deve procurar servir os clientes e não são os clientes que têm de se sujeitar a regras nem sempre razoáveis. O pragmatismo não deve tornar-nos insensíveis perante a situação de quem vive com grandes dificuldades. As embalagens mais pequenas deveriam ser mais usadas, sobretudo em produtos de maior consumo e de primeira necessidade. Para já não falarmos na venda avulso, frequente até nos tais países mais desenvolvidos... Tenho alguma experiência de observar, num bairro onde predominam pessoas da chamada terceira idade, a dificuldade com se debatem para comprarem bens essenciais com o pouco que têm na carteira.
    Bem hajas pela pedagogia que vais fazendo.
    José Honorato Ferreira

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  21. Boa tarde,

    Também concordo com as doses pequenas e não creio que isso seja justificação para aumentar o preço dos artigos, já que a venda em si até poderá aumentar.

    É triste sabermos que abandonamos os mais velhos e, em alguns dos casos, creio que nem sequer será muito justo hostilizarmos os filhos ou quem os rodeia, porque na verdade a sociedade e os tempos em que vivemos potenciam esse tipo de comportamento.

    Encontro-me na casa dos quarenta e o que sinto é que não temos nem tempo, nem espaço, nem direito a ser “gente”.

    Apenas tenho um filho, se pudesse, teria uma casa cheia deles, mas não posso, mas mesmo o meu único filho tive de o deixar numa ama aos 4 meses de idade. Foi uma crueldade, para ele, que não teve direito ao calor e ao amor da mãe durante o seu (normal) crescimento (é que a noite normalmente é para dormir, não para conviver, amar e cuidar) e para mim.

    Sentia-me tão revoltada, soube das suas primeira palavras, das suas primeiras gargalhadas através de narrativa pela boca da ama e da educadora, pois, entretanto, acabei por o inscrever num infantário.

    Talvez pareça exagerado o que digo, mas não está muito longe da realidade …

    Desde então, o tempo que tenho para o meu filho e para o meu marido é matematicamente contado e vice-versa … com isto quero dizer que a sociedade social e económica em que vivemos e que dela faço parte não me dá oportunidade para muito mais, é que ao fim do mês as contas para pagar são reais e ainda por cima faço parte daquele extracto social a que nada tem direito, somos considerados “ricos”, embora não tenhamos onde “cair mortos”, Deus nos livre de ficar doentes, é que nem o público agora nos vale!

    Enfim, somos uma nova espécie de acrobatas, desdobramo-nos em mil para aguentarmos e estendermos o pouco dinheiro líquido dos nossos ordenados, para que ao menos o essencial não nos falte à mesa!

    É triste.

    Cumprimentos,
    Cláudia


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  22. Dou-lhe toda a razão do mundo...O Jumbo já tem alguns produtos que se podem pesar, azeite em embalagens mais pequenas, oleo, etc., mas é preciso fazer muito mais! Pelo menos estar perto um colaborador (a) para poder ajudar!!! Mas enquanto isso não acontece vamos ajudar todos!

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  23. HSC, para terminar a minha intervenção sobre este assunto que evidentemente foi uma boa ideia ter sido trazido a lume quero dizer que continuo a pensar que o problema dos velhos, sós, quer sejam pobres ou não, não se resolve com mini doses, açúcar ou farinha a granel! O que é preciso é outra atitude das famílias (filhos, netos...) e da sociedade civil na ajuda da resolução destes problemas que quando somos jovens nos parecem de somenos importância. Associações cívicas do tipo "Coração Amarelo" que apoiassem os velhos de que temos vindo a falar, nesses pequenos serviços que algumas das comentadoras dizem empenhar-se relativamente aos seus conhecidos. Fazer campanhas com vista a devolver-nos essa sensibilidade é que seria profundamente útil!

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  24. O.K Dalma. Mas enquanto se não transforma o país - não deve ser no meu tempo -, eu peço que se lembrem que quem está sozinho - velho, novo ou assim assim - num tempo de crise, não deve ter de despender em adiantamento aquilo de que não carece senão mais tarde.

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  25. Boa tarde,
    O seu texto "Este país não é para velhos" escrito, como habitualmente, com o seu humanismo à flor da pele, demonstra que, em algumas pessoas, ainda existe a noção dos valores, quiçá provenientes de uma sociedade cristã ou mesmo católica.
    Ocorre-me que, a propósito desse título, outro lhe poderia suceder, isto é, “este país também não é para os novos” e, portanto, enquadrado por estes dois pseudo "limites", diria que este país deve ser para alguns, alguns esses que urge descobrir.
    Talvez que o Senhor Professor Catedrático da Universidade Católica, Dr. João César das Neves, também ele, presumo, economista, saiba a resposta, dado que os pobres e os do salário mínimo não o serão.
    Que esses alguns não nos roubem a esperança que, cada vez mais, é a única coisa que nos resta. Mesmo para os que são pobres, idosos ou novos.
    Atentamente,
    Rui Carlos

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  26. Rui Carlos
    Tem toda razão. Olho para os meus netos e penso que este país também não será para eles.
    Mas eles ainda podem ter esperança. Os velhos, nem isso...

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  27. Pensei muito antes de comentar este post, porque ainda tenho nos meus ouvidos uma conversa ouvida no domingo.Mas depois de ler este comentario do Rui Carlos ganhei coragem.Talvez o Sr. Dr. Cesar das Neves se ouvisse pensasse antes de falar. No fundo da minha rua há uma pastelaria/padaria que faz promoções. Vou lá comprar o pão porque se comprar mais de 10 pães cada pão fica por 7 centimus em vez de 12 centimus como em qualquer lado. Então compro 10, congelo e como 1 por dia.Sempre poupo algum porque vivo com ajudas de familiares.Neste domingo enquanto esperava a minha vez para ser atendida estava a ler os cartazes das promoções e um cartaz dizia assim: 1 croissant 75 centimus,na compra de 3 custa 1,80 euro e leva mais 2 de brinde.Ouvi assim aos meus ouvidos:"1 pra cada piqueno,outro pra tua mãe e metade pra mim metade pra ti ianos ficar cunsulados,mas num dá 1,80 euro dá pra munto pom,inda num é hoje.Olhei para o lado e vi um casal que se cunsulava com meio bolo e pensei: vai ser hoje vai.comprei o meu pão e os croissants e ofereci. Os ricos como não vão a estas padarias não imaginam que há quem diga estas frases.Eu não sei escrever sobre estes temas porque não sei o que dizer nem o que fazer.

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  28. Olá,
    Pode não ajudar (por causa do preço) mas há lojas - as que conheço são as biológicas- onde se vende muita coisa ao peso - incluindo arroz de vários tipos e farinha. O problema é o preço, a cultura existente é a da quantidade. Quem, como eu, compra muita coisa avulso para (quase) sempre mais. Por isso acredito que o problema nestes casos não é a legislação.
    Pessoalmente também gosto de embalagens pequenas em muita coisa. Até mesmo por uma questão prática (viagens) gosto de comprar embalagens pequenas.

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