O Presidente da República concedeu uma entrevista à RTP na qual abordou vários temas do momento. Aqui fica uma síntese.
Cavaco Silva considerou que apesar da austeridade e do elevado
desemprego em Portugal "não há desestruturação social" e continua a
existir coesão nacional. Acrescentou que além de "não existir
fragmentação social", o povo português tem manifestado um "grande
sentido de responsabilidade", pese embora reconhecer que se torna "fundamental
que os sacrifícios sejam melhor distribuídos".
Na entrevista, o chefe de Estado
voltou a falar do período pós-troika e afirmou que se Portugal tiver de
renegociar a dívida, é porque as coisas nos correram mal e então não tem dúvidas
que passaremos dias piores do que aqueles que estamos a passar neste
momento.
Escusando fazer comparações
entre a situação actual e aquela que tínhamos há dois anos não deixou de lembrar que os
nossos credores consideram ser a dívida sustentável.
O PR notou, ainda, que
o executivo já defende que, em paralelo com as contas públicas, é
necessário colocar o relançamento da economia e a criação de emprego e, pelos encontros que tem tido com o maior partido da oposição, este "reconhece que é necessário estabelecer compromissos
para o futuro".
Apontando o relançamento do
investimento como essencial ao crescimento económico e à criação de emprego, insistiu na necessidade "encontrar formas mais fáceis e mais baratas de
financiar em particular as pequenas e médias empresas".
E, nesta questão não deixou de
mencionar a responsabilidade do Banco Central Europeu, que deveria intervir para
que o crédito fosse concedido em condições mais favoráveis.
Finalmente abordando a "magistratura
de influência", Cavaco Silva
insistiu que o PR deve actuar com "muita ponderação,
muito bom senso e com verdadeiro sentido nacional", reiterando que o chefe
de Estado "não governa e não é responsável, nem tão pouco co-responsável, pelas políticas do Governo", cabendo à Assembleia da República essa "vigilância", visto que o Governo, como se sabe, não responde politicamente perante
o Chefe de Estado.
Salientou também que a falta de confiança do Presidente
da República não é razão suficiente para que ele, eventualmente, dissolva a
AR", sustentando que a chamada 'bomba atómica' só deve ser
utilizada em situações "muito especiais".
Finalmente, e juntando toda a informação que
recebe de outras entidades internacionais, considerou ser sua convicção que se houvesse uma crise
política em Portugal, na situação que o país se encontra, os portugueses ficariam
numa situação muito pior".
HSC
D. Helena,
ResponderEliminarhonestamente, não creio que o PR seja o principal alvo da nossa ira.
E, tanto quanto percebo da vida, está certo quando se diz que o PR não governa e não é responsável, nem tão pouco co-responsável, pelas políticas do Governo.
Um PR não pode nem deve ser Oposição ou Governo. Isso é perpetuar a omissão de responsabilidade que cabe ao Governo e à Oposição, seja ela maioritária ou não!
Se houve alguém que lançou avisos do caminho perigoso que estávamos a seguir, foi ele. Ou já se esqueceram todos dos seus discursos, denominados à época de pessimistas, aquando do Governo socialista?
Certamente que haverá falhas a apontar-lhe, mas esperar dele uma posição de intriguista e incentivador à violência/revolução social é, para mim, acto de inconsciência social.
Sinto demasiado na pele os sacrifícios que faço e não é de agora, por isso, vos digo, recuso-me a alinhar nos discursos de irmos todos para a rua, partir e estragar, difamar e gritar, destruir, porque estamos destruídos! Eleições antecipadas não serão boa solução.
Quem governa que governe e, para mim, não é só o governo que governa, mas todos os que se sentam naquela Assembleia (mesmo os que só lá vão “picar a ficha”!). Esperar que seja o PR a assumir unicamente para si o “fardo” de nos ilibar de castigar ou repreender o Governo e quem governa não é, a meu ver, uma atitude saudável, preventiva e progressista.
Eu enfrento as minhas responsabilidades, creio que a D. Helena também, então porque é que deveremos dispensar a nossa Oposição e o nosso Governo de se responsabilizarem pelo que são pagos (e eleitos, já agora) para fazer?
Cumprimentos,
Cláudia
Opá, perdoem-me a minha ignorância, mas o homem está cego?... surdo?... mudo??? Ou sou eu que vivo noutro planeta??????
ResponderEliminarCara Cláudia eu não teci qualquer comentário ao discurso. Limitei-me a dar conhecimento dele.
ResponderEliminarNão alinho nem em ataques, mas também não alinho em em desculpas.
Nós temos um sistema semi-presidencialista e cada PR interpreta o seu papel de acordo com o que entende ser seu dever.
Mas também lhe digo que, por menos, dissolveu Jorge Sampaio a Assembleia e deitou abaixo o governo.
Não votei Sampaio nem o apoiei. Não votei Cavaco e teço-lhe algumas críticas.
Nem um nem outro me satisfazem. Mas enquanto representantes do país, devo respeita-los. Mas só isso.
E no caso de qualquer deles já é muito!
Quanto a irmos para a rua, isso depende de outras forças, nomeadamente sindicais. E mal faria um Presidente que as incitasse. Para isso existem certos partidos e forças sociais. Mas o 15 de Setembro esteve muito para além disso...
Tenho, como de resto considero ser meu dever de cidadão, o maior respeito pela instituição Presidência da República.
ResponderEliminarPorém, não tenho a menor consideração pela pessoa de Aníbal Cavaco Silva.
na verdade não consigo já ver nem ouvir o senhor a falar, prefiro manter me na ignorancia, afinal acabo(amos) sempre por saber o que se passa, disse, questão de higiene mental, de defesa, não sei, mas tenho de desligar o televisor ou mudar de canal quando o vejo.
ResponderEliminarquero felicitá-la por ter assistido ao discurso de S. EXª .
ResponderEliminarEu há muito tempo que não consigo ouvir essa gente ( desde o Sócrates )
Não me dão náuseas , mas o sentimento é o mesmo .
E olhe que eu votei AD ...
Beijos respeitosos
Muito obrigada pela síntese ordenada que nos permite descortinar com clareza as palavras e ideias do Presidente. Concordo, de certo modo, com a contenção do Presidente em originar uma crise politica. No entanto, parece-me que há crises e crises... Sendo o Presidente uma “figura de estilo” não deixa de apresentar certos juízos que me parecem muito válidos, com vista a menorizar a situação caótica em que nos encontramos, entre os quais, a tentativa de empenhamento do BCE na concessão de condições, rápidas, de financiamento favoráveis às PME, visto que, até agora, o Estado tem continuado a ser o verdadeiro motor da pobre Economia. Sugiro, também, que para além desta iniciativa se proceda à elaboração de alguns cartazes, a colocar em pontos chaves das várias cidades portuguesas com o slogan “Voltem, queridos patrões”,pode ser que surta algum efeito...
ResponderEliminarUm enorme abraço para si e muito obrigada.
Cavaco Silva apesar das 3 intervenções que ontem fez pouco ou nada de novo disse mantendo-se fiel seguidor do governo como de resto não é de admirar.
ResponderEliminarFoi pena não demonstrar sensibilidade para a crise grave em que tantos portugueses se encontram!
Um forte abraço,
lb/zia
Memória curta é desvantagem. O governo anterior caíu com um empurraozinho do PR ou nâo? Será que o caminho é apenas este? Sinto muito, mas para mim, o PR ficará na história pela negativa.
ResponderEliminarCptos,
Carmen
Meus caros comentadores
ResponderEliminarLimitei-me a ler atentamente o discurso e a arruma-lo de modo a esclarecer quem, como eu, não tivesse ouvido, de modo a dar a sua interpretação. Tentei que fosse um gesto cívico.
“Há uma coisa que um comentador de Blogue não deve fazer, que é comentar o Presidente da República. Nunca o fiz, não faço, nem façarei!”
ResponderEliminarP.Rufino
Bom dia D. Helena,
ResponderEliminarCreio que arrumou o discurso muito bem.O texto está objectivo e bastante neutro.
Eu é que subjectivei a minha opinião. E aqui parece-me que arredondei a minha expressão! E não pense que considero o actual PR o máximo, na realidade, vejo-lhe qualidades e defeitos, mas vejo defeitos bem maiores noutros agentes políticos, daí que não entenda muito bem também como é que a opinião pública para uns faz de conta que já não se lembra ou que não vê e para outros parece, na minha opinião, que vale o que vale, determinada a linchar por linchar.
E, desculpe que reafirme, há figuras públicas, para além dos representantes sindicalistas, que instigam à violência na rua. Que as há, há.
Com consideração,
Cláudia
a visão de quem não vive o dia-a-dia do comum compatriota...
ResponderEliminarAhahahahah, P.Rufino!
ResponderEliminarHelena, isto sim, foi um verdadeiro serviço público com o qual todos nós devemos estar francamente agradecidos. Mais ainda, fez-me lembrar um programa sobre trabalhos que ninguém gostaria de fazer, mas que tinham de ser feitos por alguém. Mergulhar nos esgotos duma cidade para reparar uma conduta, por exemplo... :-)
O comentador P. Rufino, é sem dúvida uma pessoa atenta, inteligente e muito oportuna....
ResponderEliminarRi-me, como já não acontecia há algum tempo....
Obrigada