terça-feira, 11 de junho de 2013

A entrevista do PR

O Presidente da República concedeu uma entrevista à RTP na qual abordou vários temas do momento. Aqui fica uma síntese.
Cavaco Silva considerou que apesar da austeridade e do elevado desemprego em Portugal "não há desestruturação social" e continua a existir coesão nacional. Acrescentou que além de "não existir fragmentação social", o povo português tem manifestado um "grande sentido de responsabilidade", pese embora reconhecer que se torna "fundamental que os sacrifícios sejam melhor distribuídos".
Na entrevista, o chefe de Estado voltou a falar do período pós-troika e afirmou que se Portugal tiver de renegociar a dívida, é porque as coisas nos correram mal e então não tem dúvidas que passaremos dias piores do que aqueles que estamos a passar neste momento.
Escusando fazer comparações entre a situação actual e aquela que tínhamos há dois anos não deixou de lembrar que os nossos credores consideram ser a dívida sustentável.
O PR notou, ainda, que o executivo já defende que, em paralelo com as contas públicas, é necessário colocar o relançamento da economia e a criação de emprego e, pelos encontros que tem tido com o maior partido da oposição, este "reconhece que é necessário estabelecer compromissos para o futuro".
Apontando o relançamento do investimento como essencial ao crescimento económico e à criação de emprego, insistiu na necessidade "encontrar formas mais fáceis e mais baratas de financiar em particular as pequenas e médias empresas".
E, nesta questão não deixou de mencionar a responsabilidade do Banco Central Europeu, que deveria intervir para que o crédito fosse concedido em condições mais favoráveis.
Finalmente abordando a "magistratura de influência", Cavaco Silva insistiu que o PR deve actuar com "muita ponderação, muito bom senso e com verdadeiro sentido nacional", reiterando que o chefe de Estado "não governa e não é responsável, nem tão pouco co-responsável, pelas políticas do Governo", cabendo à Assembleia da República essa "vigilância", visto que o Governo, como se sabe, não responde politicamente perante o Chefe de Estado. 
Salientou também que a falta de confiança do Presidente da República não é razão suficiente para que ele, eventualmente, dissolva a AR",  sustentando que a chamada 'bomba atómica' só deve ser utilizada em situações "muito especiais".
Finalmente, e juntando toda a informação que recebe de outras entidades internacionais, considerou ser sua convicção que se houvesse uma crise política em Portugal, na situação que o país se encontra, os portugueses ficariam numa situação muito pior".

HSC

15 comentários:

  1. D. Helena,

    honestamente, não creio que o PR seja o principal alvo da nossa ira.

    E, tanto quanto percebo da vida, está certo quando se diz que o PR não governa e não é responsável, nem tão pouco co-responsável, pelas políticas do Governo.

    Um PR não pode nem deve ser Oposição ou Governo. Isso é perpetuar a omissão de responsabilidade que cabe ao Governo e à Oposição, seja ela maioritária ou não!

    Se houve alguém que lançou avisos do caminho perigoso que estávamos a seguir, foi ele. Ou já se esqueceram todos dos seus discursos, denominados à época de pessimistas, aquando do Governo socialista?

    Certamente que haverá falhas a apontar-lhe, mas esperar dele uma posição de intriguista e incentivador à violência/revolução social é, para mim, acto de inconsciência social.

    Sinto demasiado na pele os sacrifícios que faço e não é de agora, por isso, vos digo, recuso-me a alinhar nos discursos de irmos todos para a rua, partir e estragar, difamar e gritar, destruir, porque estamos destruídos! Eleições antecipadas não serão boa solução.

    Quem governa que governe e, para mim, não é só o governo que governa, mas todos os que se sentam naquela Assembleia (mesmo os que só lá vão “picar a ficha”!). Esperar que seja o PR a assumir unicamente para si o “fardo” de nos ilibar de castigar ou repreender o Governo e quem governa não é, a meu ver, uma atitude saudável, preventiva e progressista.

    Eu enfrento as minhas responsabilidades, creio que a D. Helena também, então porque é que deveremos dispensar a nossa Oposição e o nosso Governo de se responsabilizarem pelo que são pagos (e eleitos, já agora) para fazer?

    Cumprimentos,
    Cláudia

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  2. Opá, perdoem-me a minha ignorância, mas o homem está cego?... surdo?... mudo??? Ou sou eu que vivo noutro planeta??????

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  3. Cara Cláudia eu não teci qualquer comentário ao discurso. Limitei-me a dar conhecimento dele.
    Não alinho nem em ataques, mas também não alinho em em desculpas.
    Nós temos um sistema semi-presidencialista e cada PR interpreta o seu papel de acordo com o que entende ser seu dever.
    Mas também lhe digo que, por menos, dissolveu Jorge Sampaio a Assembleia e deitou abaixo o governo.
    Não votei Sampaio nem o apoiei. Não votei Cavaco e teço-lhe algumas críticas.
    Nem um nem outro me satisfazem. Mas enquanto representantes do país, devo respeita-los. Mas só isso.
    E no caso de qualquer deles já é muito!
    Quanto a irmos para a rua, isso depende de outras forças, nomeadamente sindicais. E mal faria um Presidente que as incitasse. Para isso existem certos partidos e forças sociais. Mas o 15 de Setembro esteve muito para além disso...

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  4. Tenho, como de resto considero ser meu dever de cidadão, o maior respeito pela instituição Presidência da República.

    Porém, não tenho a menor consideração pela pessoa de Aníbal Cavaco Silva.

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  5. na verdade não consigo já ver nem ouvir o senhor a falar, prefiro manter me na ignorancia, afinal acabo(amos) sempre por saber o que se passa, disse, questão de higiene mental, de defesa, não sei, mas tenho de desligar o televisor ou mudar de canal quando o vejo.

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  6. quero felicitá-la por ter assistido ao discurso de S. EXª .
    Eu há muito tempo que não consigo ouvir essa gente ( desde o Sócrates )
    Não me dão náuseas , mas o sentimento é o mesmo .
    E olhe que eu votei AD ...
    Beijos respeitosos


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  7. Muito obrigada pela síntese ordenada que nos permite descortinar com clareza as palavras e ideias do Presidente. Concordo, de certo modo, com a contenção do Presidente em originar uma crise politica. No entanto, parece-me que há crises e crises... Sendo o Presidente uma “figura de estilo” não deixa de apresentar certos juízos que me parecem muito válidos, com vista a menorizar a situação caótica em que nos encontramos, entre os quais, a tentativa de empenhamento do BCE na concessão de condições, rápidas, de financiamento favoráveis às PME, visto que, até agora, o Estado tem continuado a ser o verdadeiro motor da pobre Economia. Sugiro, também, que para além desta iniciativa se proceda à elaboração de alguns cartazes, a colocar em pontos chaves das várias cidades portuguesas com o slogan “Voltem, queridos patrões”,pode ser que surta algum efeito...
    Um enorme abraço para si e muito obrigada.

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  8. Cavaco Silva apesar das 3 intervenções que ontem fez pouco ou nada de novo disse mantendo-se fiel seguidor do governo como de resto não é de admirar.
    Foi pena não demonstrar sensibilidade para a crise grave em que tantos portugueses se encontram!
    Um forte abraço,
    lb/zia

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  9. Memória curta é desvantagem. O governo anterior caíu com um empurraozinho do PR ou nâo? Será que o caminho é apenas este? Sinto muito, mas para mim, o PR ficará na história pela negativa.

    Cptos,
    Carmen

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  10. Meus caros comentadores
    Limitei-me a ler atentamente o discurso e a arruma-lo de modo a esclarecer quem, como eu, não tivesse ouvido, de modo a dar a sua interpretação. Tentei que fosse um gesto cívico.

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  11. “Há uma coisa que um comentador de Blogue não deve fazer, que é comentar o Presidente da República. Nunca o fiz, não faço, nem façarei!”
    P.Rufino

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  12. Bom dia D. Helena,

    Creio que arrumou o discurso muito bem.O texto está objectivo e bastante neutro.

    Eu é que subjectivei a minha opinião. E aqui parece-me que arredondei a minha expressão! E não pense que considero o actual PR o máximo, na realidade, vejo-lhe qualidades e defeitos, mas vejo defeitos bem maiores noutros agentes políticos, daí que não entenda muito bem também como é que a opinião pública para uns faz de conta que já não se lembra ou que não vê e para outros parece, na minha opinião, que vale o que vale, determinada a linchar por linchar.

    E, desculpe que reafirme, há figuras públicas, para além dos representantes sindicalistas, que instigam à violência na rua. Que as há, há.


    Com consideração,
    Cláudia





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  13. a visão de quem não vive o dia-a-dia do comum compatriota...

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  14. Ahahahahah, P.Rufino!

    Helena, isto sim, foi um verdadeiro serviço público com o qual todos nós devemos estar francamente agradecidos. Mais ainda, fez-me lembrar um programa sobre trabalhos que ninguém gostaria de fazer, mas que tinham de ser feitos por alguém. Mergulhar nos esgotos duma cidade para reparar uma conduta, por exemplo... :-)

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  15. O comentador P. Rufino, é sem dúvida uma pessoa atenta, inteligente e muito oportuna....

    Ri-me, como já não acontecia há algum tempo....

    Obrigada

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