Daqui a umas duas horas comemora-se o Dia da Mulher. Embora reconheça a importância da data, não sou muito dada a este tipo de celebrações colectivas. Até porque afinal há um mundo em que as mulheres praticamente "não existem" e um outro que, congratulando-se dos direitos que lhes concede, escamoteia aqueles que, na realidade, lhes não faculta.
Nunca pretendi ser igual a um homem. Gosto muito de ser mulher. Mas ainda sinto necessidade de reivindicar a igualdade de oportunidades. Que está longe de poder considerar-se alcançada, apesar de se pretender, sempre, apresentar a minoria que o conseguiu, como um exemplo do que "todas" podem obter.
Sou uma privilegiada. Possuo um curso, tenho trabalho, pertenci e pertenço a um certo meio cultural e até tive um palmito de cara, que, ao fim e ao cabo, me prejudicou mais do que facilitou. Mas sei que uma parte significativa das mulheres portuguesas não dispõe disto. É certo que trabalhei muito para chegar até aqui, porque nasci numa época em que o meu género ou era propriedade do pai ou do marido. Mas, a verdade é que cheguei e há quem não consiga.
O Dia da Mulher deixará de ter importância quando for igualmente fácil ou difícil o acesso de ambos os géneros aos lugares para que se encontram devidamente preparados!
HSC
Bom, como professora não me posso queixar já que nas escolas quem dominavam eram as mulheres. Porém, talvez eles é que eventualmente se pudessem " queixar" de um certo conluio entre elas já que os ordenados eram por antiguidade, logo " no problems"!
ResponderEliminarNo primeiro ano que dei aulas, no D.João de Castro que era um liceu masculino e tendo eu então 22 anos fui tratada como uma princesa!
Na realidade nunca sofri na pele essa discriminação mas sei que ela, noutros sectores de actividade existe.
No entanto não acho que tenha que haver um dia da mulher o que aliás, deve levar a algumas hipocrisias...
Felicito-a pelo texto e por aquilo que transmite.
ResponderEliminarE o DIA MUNDIL DO HOMEM, não há ?
Um beijo, HSC, e, na medida do possível, goze à sua maneira esta sexta-feira.
Convem nunca esquecer porque se comemora este dia e de onde vem esta data. Parece-me que o que se pretende não é que sejamos iguais aos homens. Não somos e também não queremos ser :-)
ResponderEliminarNeste dia, em 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve. Elas reivindicavam melhores condições de trabalho. Trabalhavam 16 horas diárias e recebiam 1/3 do que recebiam os homens. Ocuparam então a fábrica para reivindicarem redução de horário para 10 horas diárias. Essas mulheres foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio. 130 morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". É uma data que não se deve desvalorizar.
Obrigada e feliz dia da mulher
Lurdes
Muitos parabéns pelo percurso...Que essa "Força", sempre aliada às gargalhadas, se mantenha inalterada por muitos, muitos anos...
Boa noite, com um enorme abraço
Eu gosto de ser Mulher, gosto de tudo o que ao sexo feminino diz respeito (saltos altos, vestidos, joalheria, maquilhagem,...) mas não faço disso prioridade. Acima de tudo, gosto de me sentir bem: seja com um vestido ou com um fato de treino, sapatos de salto alto ou sapatilhas é indiferente, só tento é não conjugar fatos de treino com saltos altos e vestidos com sapatilhas... tudo tem o devido lugar!
ResponderEliminarFeliz Dia da Mulher, querida Drª Helena, para si e para as restantes senhoras que frequentam o seu blogue.
Um beijinho,
Vânia
Enquanto precisarmos de um dia da mulher é sinal que ainda estamos longe de sermos cidadãs de primeira.
ResponderEliminarQuerida Helena,
ResponderEliminarSubscrevo totalmente o primeiro paragrafo e gostaria de fazer o mesmo ao segundo...
Desejo-lhe um optimo dia!
Beijinhos
Levantou-se antes das seis da manhã.
ResponderEliminarFez as marmitas para ela e para os miúdos. Quando a cozinha deveria cheirar a café com leite, já se adivinhava cebola para o frango com esparguetti. Dividiu em doses, uma delas ficou em casa para o marido desempregado que dorme até mais tarde afectado pela depressão.
Vestiu dois miúdos sonolentos. Um deles um pouco quente. É melhor nem pensar nisso. Agora miúdos, bora que se faz tarde.São mochilas e Kispos e sombrinhas. Na rua mais gente do que o costume. Não há autocarros??? E agora?
Agora dizem que há" alternativos" O mais novo agarrado à perna não diz nada mas confirma-se um pouco de febre.
A chuva entra violenta pelas frestas da paragem. Nunca percebi porque lá estão as frestas. Quem as desenhou nunca apanhou chuva e vento nesses lugares. Telemóvel. É a mãe. O teu pai piorou daquela dor. Se pudesses cá passar. Mãe, eu nem transporte tenho. Tens razão desculpa. Finalmente um autocarro. Valha-me Deus não empurrem as crianças. Vou chegar atrasada outra vez.
Enxuga a roupa com uma toalha de casa de banho.
Finalmente vai começar o trabalho.
Liga o marido. Acordei mal. Fala um pouco comigo que eu estou desesperado. Vá lá, acende e TV e distrai um pouco.Só futebol. ouviste? Outra chamada. Da escola? Sim venha buscá-lo. Arde em febre. Não posso sair daqui.Por favor ponha um Benuron.
A chefe de produção tem os olhos vermelhos. Acho que esteve lá dentro com eles. E então? Fala-se em falta de encomendas. Não tarda isto fecha...
A notícia avança em surdina.
Será que lhe deram o Benuron?
As mãos tremem. A chuva arrasta tudo. O vento derruba uma parte do telhado.
Lá fora, um homem, apenas um, debate-se com um chapéu de chuva, protegendo uma flor...
...................................
É para esta MULHER sem nome, semeada neste País que eu amo que vai hoje toda a minha ternura e admiração.
OXALÁ RESISTA!Rezo por isso.
Quero felicitar a ERA UMA VEZ pelo seu texto que no se conteúdo se assemelha ao poema de António Gedeão "Luisa sobe a calçada" !
EliminarSubscrevo totalmente!
ResponderEliminarMiminhos cruzados, desculpe intrometer-me, mas nós somos muito mais do que vestidinhos, maquilhagens e coisas do género... Isso são apenas adornos :-)
ResponderEliminarOlá.
ResponderEliminarNeste dia especial.
Estou aqui, para render os meus sentimentos de Alegria, e, Felicidades.
Abraços.
Querida Helena
ResponderEliminarPermita-me agradecer as palavras da comentadora DALMA.
Que querida, quem me dera!
Também gostei muito do seu texto. Talvez a profissão de professora tenha sido a que primeiro se afirmou na sociedade.
Noutras, era preciso muitas vezes ser excepcional para ser reconhecida.
Hoje, apesar de tudo, há muito terreno já desbravado. E já são muitos os homens que
felizmente aceitam uma chefia feminina com a mesma naturalidade com que encaram a partilha do trabalho doméstico.Sem complexos.Basta serem inteligentes. Nesse aspecto evoluiu-se muito e ainda bem.
Oxalá não haja retrocessos.
Mulher somos muitas mas ainda sem grande representação em posições de decisão ou na elaboração de legislações, a maior parte das decisões com peso para a vida da mulher são tomadas por homens... por outro lado a própria mulher abdica muitas vezes de si mesmo, continuando a prefeir sujeitar para não ter responsabilidades.
ResponderEliminarDá trabalho e é preciso arriscar na vida e isso não é gratuito e a mulher refugia-se muitas vezes no mais fácil. Sou mulher mas na vida profissional a maior parte das vezes foram as que trabalhavam ao lado que mais "guerra" faziam.
Lutemos para que a consciência se mude em muitas mulheres "responsáveis"!
Boa noite e feliz fim de semana,
lb/zia
Concordo: a Mulher numa parte do planeta é objecto por inteiro, no outro é por metade.
ResponderEliminarPor isso continuo feminista, até porque o machismo é tão perverso que acaba por vitimar os próprios homens .
Excelente domingo para si.
Olá D. Helena,
ResponderEliminarhá alguns dias que não "ouvimos" nada de si ... espero que esteja tudo bem. Um abraço estimado.
Cláudia
Olá Dra.Helena! Aconteceu-lhe alguma coisa? Há muitos dias que não publica nada...abraço Júlia