quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

As liberdades linguísticas

Francisco José Viegas aceitou integrar o actual governo. Depois, sentiu-se mal e saíu. Voltou à condição de cidadão. Mas não deixou de ser ex Secretário de Estado da Cultura.
Tem todo o direito a discordar do processo tributário introduzido e de se manifestar livremente contra ele. Contudo, os termos utilizados são expressão de uma grosseria de alcova, que se admite na escrita de romances, mas soa muito mal ao nível de uma carta aberta de um ex-representante da Cultura. 
Sempre entendi que teria sido melhor que Viegas não tivesse aceitado o cargo. Mas uma vez aceite e abandonado, o que se lhe pede é que não seja um mau exemplo para os jovens que tendem a copia-lo.
São casos como este, que acabam por, lamentavelmente, "aligeirar" outros de que tanto se fala, se é que me faço entender!

 HSC

18 comentários:

  1. Cara Dra. Helena
    Não sou comentadora habitual (embora sua leitora), mas desta vez aqui fica o registo: subscrevo.
    Rosa Maria
    (com particular destaque para "...., se é que me faço entender!")

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  2. Totalmente de acordo Helena! Uma poca vergonha lamentável! No mínimo...

    Beijinho :)
    Isabel Mouzinho

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  3. Mais um assunto que, na “ordem do dia”, vai varrer todos aqueles que são verdadeiramente importantes.... No entanto, temos que reconhecer que continuam as “facadas” na Liberdade de Expressão, entendida como, desgarrada caustica, onde prolifera a falta de decoro e de respeito pelos outros... Quando não sabem controlar-se, devem, sobretudo, manter-se no anonimato, para bem dos mesmos e, principalmente, da política e do País. Estes estadistas, antes de integrarem funções, deveriam ter um curso intensivo sobre o "Sentido de Estado" a partir do qual, lhes ficaria, algo, para a vida!...
    O direito à Liberdade continua, muito confuso...
    Um grande abraço.

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  4. Tem toda a razão, Helena. Temos de arranjar outro tema para discordarmos, não acha? Que tal o Acordo Ortográfico?

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  5. Pois eu acho que andarem pilha galinhas a espiar as pessoas que comem um bolo na esplanada para ver se pedem factura de despesa uma medida porca, feia e malvada.

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  6. O dito escriba, erro de casting na Secretaria de Estado da Cultura..., tem no jornal Correio da Manhã de hoje, uma coluna intitulada «blog» continua grosseiro, embora diferente (presumo que com o texto do seu blog pessoal, não publicavam e, portanto, não pagavam...) E diz-se «escritor» e intelectual...

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  7. O que diz o código do iva é que quem for sujeito passivo tem de pedir factura, os não sujeitos passivos, (simples contribuites que não sejam empresa ou empresários em nome individual) basta apenas a factura simplificada com ou sem número de contribuinte.

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  8. Já não há pachorra para estes "intelectualóides" de meia-tigela e, ainda, por cima brejeiros.

    Nível precisa-se!!!

    Isabel BP

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  9. E é que nem falar como deve ser ele sabe, não é...? :)

    Eu, lá no meu canto, já escalpelizei todo este episódio do fanfarrão JFV - sim, porque isto tem que se lhe diga...!

    Ele há com cada um...!

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  10. Nāo me parece que o problema esteja
    nos termos usados que possa vir a ser um
    mau exemplo para os jovens! pois os
    jovens deste país sāo muito bem educados
    e nāo precisam de copiar
    exemplos de ex-governantes!
    parece-me que os comentários
    aqui deixados é de grande indignaçāo porque
    este senhor foi um pouco rude!
    Só porque é um ex-Sercretário de Estado?
    Justamente por ser
    um cidadāo comum é
    que me parece que tem o direito
    de conforme
    muito bem entender e de
    se manifestar na mesma linha deste Governo,
    e de exercer o direito á indignaçāo
    neste processo tributário (como refere),
    processo que é completamente pidesco!
    e das ridículas multas aplicadas
    aos infractores!
    mais uma tirada deste Governo!
    O grande problema meus Senhores,
    nāo está na forma, mas no conteúdo! é
    que este Governo nāo percebeu
    que os contribuintes nāo têm que
    trabalhar para o Estado
    sem serem remunerados!
    Acho que um Governo que se preze
    nāo nāo me parece que mereça
    outra forma de protesto!
    está ao mesmo nivel!

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  11. Dra. Helena,

    Concordo plenamente consigo. Na verdade, é este o nível das nossas elites: falta de objectividade, a linguagem grosseira e populista e o culto do acessório que desvia as atenções das questões realmente importantes. O ex-secretário de estado da cultura pode discordar das medidas adoptadas pelo governo, mas não pode fazê-lo desta forma, revelando uma grande falta de ética e de sentido de estado. Na minha opinião, está a dissociar-se deste governo e a branquear decisões das quais já se arrependeu. Um mau exemplo, sem dúvida.

    Um beijinho

    Paula

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  12. Sr. Dª Helena

    Se um ex Secretario de estado da cultura usa este tipo de linguagem em publico,escrita, "preto no branco" como iremos dizer aos nossos filhos, menores ou maiores, que não é a mais apropriada ou indicada para usar, ou que não é o melhor exemplo a seguir a nivel de "cultura" ?
    Maria

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  13. Creio que aquilo que o FJV quis criticar foi a intromissão na privacidade dos cidadãos que a medida implica. Não acho que se trate de defender a fuga ao fisco. Aliás, isto é apenas aquela já conhecida táctica do governo de lançar as medidas para o espaço mediático para ver se colam...
    Teresa Gouvêa

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  14. Cão que morde a mão do dono? Comeu da malga do poder e agore cospe-lhe!
    Isto há cada criatura!
    P.Rufino

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  15. Ao contrário de um comentador anterior eu não acho que estou "a trabalhar para o Estado" ao exigir factura .
    Eu estou "a trabalhar para mim" que pago os meus impostos todos e sempre paguei e acho comentários destes típicos de quem está isento de IRS (cerca de 55% dos portugueses estão) e se puderem também estar "isentos" de IVA melhor, os outros que os paguem .

    Hoje já me dão a factura habitualmente mas , se o não fizerem , peço-a e deito-a fora em casa , a que propósito um restaurante (por exemplo) há-de meter ao bolso o IVA que me incluíu na conta ?

    Isso não quer dizer que apoie de modo algum medidas ridículas mas daí a achar normal os cumpridores andarem a "sustentar" os que o não são vai a distância que medeia entre os oportunistas e os honestos (e que é imensa).

    Quanto a JFV , que sempre li com atenção no seu blog , nas suas crónicas e de quem tenho todos os livros publicados acho parvo que para fazer o que ele terá achado um comentário "bué da fixe" tenha feito com que tanta gente nunca mais o olhe do mesmo modo.

    Sinais destes tempos ? Talvez .
    Mas patetice infantil à mesma .

    RuiMG



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  16. Como adenda a um comentário meu anterior .

    Eu sei que se as pessoas estão isentas de IRS é porque têem rendimentos relativamente baixos ou incapacidades relativamente altas .

    Que o facto de estarem nessa situação as torne tão "compreensivas" em relação a estas matérias é que já é mais difícil de compreender pois é com os impostos "dos outros" que vão continuando a ter disponíveis apoios sociais de natureza vária .

    A situação está tão errada se fôr mil ou um milhão , estamos só a discutir o "valor" (como na velha anedota) de Bernard Shaw - não o "crime" .

    RuiMG

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  17. curiosa esta saída de fjv por coisas que revela, se adivinham: as razões porque entrou no governo, aceitou o cargo, porque saiu, o que o motivará agora?
    era uma figura secundária e secundarizada, até pela própria área de competencias, mas talvez fosse a face intelectual, artistica do governo, foi talvez essa a intenção dos que o convidaram, vamos mostrar que estamos com os escritores, a cultura, a arte, será uma figura decorativa, mas estará cá para fazer de conta...
    o que se passou depois pode ter tido varias coisas, não ter nenhum poder, nem orçamento, ou sentir que afinal não pertencia ao grupo.
    claro que tudo isto é um fait divers, dura 48 h o episódio da carta aberta e é esquecido sem fazer mossa ao governo passista, mas achei curioso do ponto de vista dos mecanismos psicologico-politicos, o engodo, o convite, a curta permanencia, caida, a revolta, a carta aberta, etc.
    nunca li fjv e tambem não é por isto que o vou ler, não sei se ele tambem pensou num pouco de publicidade aos seus livros.
    e atenção, fiscais, à saida da pastelaria...

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  18. Tb não gosto deste tipo de linguagem. Péssimo exemplo, sim.

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