terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Em que iremos ficar?


Não sou uma militante defensora do Acordo Ortográfico. Também não escrevo ao abrigo das suas disposições. 
O dito entrou em vigor em Portugal que foi célere em o assinar. Mais inteligente, Dilma Roussef protelou a sua implementação para 2016, com base numa petição que continha 20.000 assinaturas.
Aqui no burgo, petição idêntica reuniu 130.000 apoiantes, mas nada aconteceu.
Em 2016, um cenário possível será o de Angola manter a ortografia anterior ao AO e o nosso país, caso não inverta a situação, praticar um Acordo que o Brasil promete que irá reavaliar e melhorarOu seja, este país,  poderá vir a escrever numa terceira ortografia. 
Pergunto: se cada um escrever à sua maneira, ou se a terceira via, brasileira vier a trazer novas alterações, qual será, afinal, o verdadeiro "Acordo Ortográfico", depois de tanto desacordo?

HSC



12 comentários:

  1. Este acordo sempre foi um desacordo, mas como somos um país bem mandado... Aí estamos na linha da frente.

    Escrevo como aprendi e hei-de continuar... Em termos oficiais, o conversor (Lince) é uma espécie de Bimby da ortografia - adiciono o documento e sai pronto a servir!

    Isabel BP

    P.S. Não tenho Bimby!!! :)))

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  2. Quando há muitas soluções para um só problema, é porque o mesmo já está solucionado.
    E permita-me confessar que essa ideia do Acordo Ortográfico deve estar ainda muito atravessada na garganta dos portugueses e eu sou uma delas.
    Camões volta, estás perdoado!!!

    Um bem haja Helena :)
    Até breve,
    Vânia Silva

    http://saladosilenciocorderosa.blogspot.pt/

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  3. Se cada um escrever à sua maneira? Mas já acontece isso...

    Eu sou do mais anti-acordo que há. é visceral, mesmo!

    Beijinhos
    Isabel Mouzinho

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  4. Talvez fosse importante pensar nas crianças que estão neste momento a aprender a escrever e que o fazem com o Novo (velho) Acordo. Sim, porque estas questões são mais complexas do que dizer quero ou não quero o acordo.

    gabriela

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  5. o acordo ortográfico seria uma bela ideia para a nossa língua materna, se...
    mas nesta terrinha ainda continuam a pensar que o que vem do estrangeiro é que é bom, houve muita pressa e agora estamos sozinhos e sem directizes para uma correcta implementação de um acordo que a final não hesiste!
    tanto o governo como o país dão sinais de estarem desgovernados e nós!...
    um abraço grande,
    lb/zia

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  6. Permita-se-me precisar e recapitular:

    1.Portugal não foi célere em assinar o Novo Acordo Ortográfico. Assinou-o em 1990, em Lisboa, com os representantes oficiais dos então sete países de língua oficial portuguesa. O S.E. da Cultura do governo de Cavaco, Santana Lopes, foi quem assinou por Portugal. Timor-Leste ratificou só depois da sua independência em 2004.

    2. O AO90 entrou em vigor no início de 2009 no Brasil e em 13 de maio de 2009 em Portugal. Em ambos os países foi estabelecido um período de transição em que tanto as normas anteriormente em vigor como a introduzida por esta nova reforma são válidas: esse período é de três anos no Brasil e de seis anos em Portugal.

    3. Tanto quanto entendo, o que o Brasil agora fez foi prorrogar por mais três anos o período de transição, que fica assim igual ao que foi estabelecido em Portugal - o que parece normal atendo à grandeza do território e da população daquele país.

    4. O AO90, como qualquer outro acordo internacional, pode ser revogado ou modificado pelas partes contratantes. Enquanto estiver em vigor, é para cumprir como qualquer outra lei, respeitando-se os períodos de transição estabelecidos e, obviamente, a liberdade pessoal dos cidadãos de um país livre que (ainda ) é o nosso.

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  7. Nós queremos ir além da Troika (perdão, além do AO).
    Está-nos no ADN o espírito de subserviência.
    Que fazer?
    Quanto ao (des)Acordo, tanto Vasco Graça Moura como António Emiliano já demonstraram à saciedade a aberração que aquilo é, tanto em artigos coo em livros que publicaram.

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  8. A história do (Des)Acordo, confesso, já me dá para rir. Acho mesmo que somos uns patetas.
    Eu recuso usá-lo e sou mesmo ferozmente fundamentalista. Na Faculdade de Letras, o antro dos gurus da língua e da escrita, o Prof. Feijó tem recusado a sua implementação. Na minha faculdade a coisa vai 50/50, uns usam, outros não, outros assim-assim. E enquanto isto, vamos assassinando uma língua que mesmo sem (Des)Acordo já andava pelas ruas da amargura. É triste!

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  9. Olá,
    esta questão do acordo também me desagrada. Não concordo nada, até porque acho que é uma aposta no empobrecimento da Língua Portuguesa e das suas variantes.
    Cumprimentos,
    Cláudia

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  10. Cara Helena:

    Não escrevo segundo, o que afinal acabei de saber (já suspeitava, pelo menos da parte dos PALOP), não é um Acordo. Escrevo como aprendi.

    A razão deste passo, perdoe-me Isabel, não foi o facto de sermos bem mandados, ele veio de dentro, bem de dentro. Partiu de alguns linguistas e de alguns políticos medrosos que pensavam que perdíamos a nossa língua se não nos adaptássemos ao português do Brasil. O português bem falado pelos habitantes dos PALOP faz inveja a muitos portugueses; querem lá eles acordos! Bem, se juntarmos a esse medo infundado, uma boa dose de possidonismo, eis o resultado: "o Acordo".

    Raúl.

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  11. Acabo de ler que a Sociedade Portuguesa de Autores "não vai adoptar o Acordo Ortográfico".
    Fico satisfeito! Este AO foi uma parvoíce e estupidez e ainda bem que há muita gente que dele discorda. Tenho esperanças que acabe por vir a ser "desactivado".
    Estimada Helena, continue a escrever (quer este seu Blogue, quer os seus excelentes livros, de acordo, ou seja, ignorando o AO).
    P.Rufino

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  12. A velha senhora, a minha amiga 'rimalhadeira', também quis entrar na dança do acordo e desacordo. Mas parece que não passou - ou fui eu que, aselha, não consegui enviar. Tentei justificar-me, mas a senhora, bem disposta, nem quis ouvir e ditou-me, horas depois, o que se segue.

    por uma ou outra razão
    não pôde a coisa passar
    que bom que assim tenho a opção
    de eufemismo-amaneirar
    'cornadura' em chifradura
    e corto 'que os f… lixar':

    lá plas duas da matina
    um anónimo - convinha -
    pedra grande atira ao charco
    e do coro desafina
    em que a amiga helena alinha
    de quem rindo me demarco

    rio eu bem com este acordo
    ninguém riu co'o anterior
    que nos foi à força imposto:
    da cor dele ou doutra cor
    quem mugiu se o ditador
    ditava tudo a seu gosto?

    ai irmãs filhas amigas
    não nos levem em cantigas
    vamos é contra o governo
    que o país nos arruina
    temos inimigo interno
    que nos humilha elimina

    que me importa ora esse acordo
    quando vejo fogo a bordo
    de maior nem me recordo
    acordemos acordai
    e lutai
    senão eu mordo

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