Continuo o meu post de ontem para vos falar - a pedido - das amizades amorosas, situação bem mais comum do que possamos pensar. Deixei-a fora da lista porque ela é um capítulo especial das emoções que se situa entre os dois estádios que são o amor e a amizade no seu estrito sentido.
Todos aprendemos a pensar as amizades como sendo um forte elo emocional que se caracteriza pela ausência de interesse sexual, pelo menos de forma explícita. Nesta perspectiva, a amizade corresponderia ao fenómeno do amor, liberto dos ingredientes eróticos que o acompanham.
Todos aprendemos a pensar as amizades como sendo um forte elo emocional que se caracteriza pela ausência de interesse sexual, pelo menos de forma explícita. Nesta perspectiva, a amizade corresponderia ao fenómeno do amor, liberto dos ingredientes eróticos que o acompanham.
O tema é discutível. Com
efeito, só por puro preconceito ou por medo é que um homem e uma mulher deixam de ser atraentes um para o outro em função da
amizade. No passado foi assim. Ser amigo excluía sexualidade.
Porém, gostar de estar
junto de alguém, de trocar ideias sobre as coisas relevantes e as que o não são,
achar graça à forma do outro ser, falar ou rir, são situações que, em
princípio, podem despertar desejo de intimidade física. Poderia até dizer-se
que seria mais razoável termos essa intimidade com uma pessoa amiga do
que com alguém desconhecido.
Todavia, na vida real as
coisas não acontecem deste modo, porque os
preconceitos determinam comportamentos. Que, por sua vez, determinam que amizade é algo que, por princípio, não inclui sexo.
Cá bem no fundo de nós o que acontece é que quando pensamos em
intimidade física entre amigos, surgem dois medos. O mais óbvio é o de se perder
o amigo, se algo não correr bem; o outro, e talvez o mais importante, é o de que
a amizade, com a introdução do elemento erótico, se possa vir a tornar numa paixão
fulminante.
E é aqui que as características de cada um são determinantes, porque são elas que vão estabelecer em que patamar nos queremos colocar...
HSC
E é aqui que as características de cada um são determinantes, porque são elas que vão estabelecer em que patamar nos queremos colocar...
HSC
Faz tanto sentido! Um beijinho!
ResponderEliminarEntendo que sim, Amizade pode incluir sexo se, incluir Lealdade, Liberdade e Respeito...não será fácil conciliar tudo...o preconceito não deixa!
ResponderEliminarAmizade Amorosa, que bem deve fazer à alma!!!
A Srº é Admirável.
Beijo
a amizade, penso que deveria incluir sexo, uma vez que somos seres sexuados, mas levantaria dois condicionalismos diferentes, um que leva a ter medo de compromissos (principalmente da parte masculina), outro que vem de cada um dos elementos ter parceiros/as fixos... por isso vai dar a que se fique ou não apenas amizade sem sexo, mais pobre a meu ver.
ResponderEliminarmuitos beijinhos,
lb/zia
Como eu a compreendo!...
ResponderEliminarCara Helena,
ResponderEliminarAmar é o melhor que pode acontecer, a qualquer ser humano, em qualquer idade. A forma como o amor é vivido, ao longo dos anos, será certamente diferente. Nos verdes anos, amar é fácil, embora a educação possa pesar nas escolhas feitas, quer sejam feitas pelo coração, quer pelo preconceito. Mas à medida que os anos vão passando e a experiência da vida nos torna mais sábias, eu diria que a linha que separa a amizade do amor ou paixão é muito ténue. O medo de perder o amigo pela troca de uma intimidade física que poderá ou não resultar, é algo que algumas pessoas não querem arriscar. O amigo é para a vida, a relação física pode ser temporária.Mas na vida tudo é um risco. Sempre com amizade.
Gosto do tema e do termo "amizades amorosas" que, ainda assim, me soa melhor em francês "amitié amoureuse" e que conheço bem...
ResponderEliminarTambém pensei durante algum tempo que a amizade era o amor deserotizado (acho que a palavra não existe...). E depois a vida ensinou-me que às vezes mistura-se tudo. E que isso pode ser maravilhoso...
Beijinho
Isabel M.
ResponderEliminarPara mim, essas amizades amorosas acabam, quase sempre, mal. No seu sentido restrito, o amor apresenta uma forte componente física e erótica enquanto a amizade, para se desenvolver, não necessita dessa situação. O amor é sempre muito mais completo, ele nasce com a paixão, alcançando, a maior parte das vezes, a amizade, que completa o verdadeiro amor. Invertendo a situação, não faz tanto sentido, e, não é apenas por preconceito, é que o sentimento da amizade surge, à priori, sem necessitar desse percurso. Ela vive por si só, e, para ser diferente, teria que nascer outra vez...
No entanto, sei de muitos casamentos que sobrevivem, à sua maneira, onde o amor acaba e se mantém apenas a amizade....
Se me apaixonasse por um amigo, esperava..., esperava muito quietinha, que passasse..., porque, no fim, acredito, que a amizade triunfaria.
Um enorme abraço
Simplesmente subscrevo na integra.
ResponderEliminarO amor e o erotismo são distintos. Isto é, pode existir erotismo sem amor. O amor tem a ver com a pessoa do outro. O erotismo não tem a ver com o outro, com a pessoa do outro, mas com a experiência do novo. O erotismo é mais 'egoísta'do que o amor.
ResponderEliminarNo amor existe tb amizade (e claro erotismo). Mas a amizade é uma outra atitude.
Se a amizade ainda é possível hoje, num mundo em que tudo é mercadoria, não compliquemos. Se tudo pode ser tudo, se vamos por aí, chegamos aos Édipos e aos Freuds. É tão bom ter amigos em que, por vários motivos, o erotismo está desactivado. São uma espécie de irmãos escolhidos por nós.
MM
Vendo a amizade como "elo emocional sem qualquer interesse sexual" apenas o gostar de estar junto, comungar ideias, partilhar ternura, estaremos a falar de amor platónico?
ResponderEliminarBom dia
ResponderEliminarColoco-me mais na linha da leitora Teresa Peralta, a amizade, quando ultrapassada a fase da simples empatia, desenvolve-se de forma natural ... podendo perdurar no tempo ou simplesmente alcançar o seu fim/propósito, mudado o cenário que a sustinha.
Amizade amorosa é isso mesmo: amorosa. Ou seja, pressupõe algo mais que “contagia” o simples estádio da amizade. Uma espécie de “desvio” …
Cpts
Cláudia
Lembremos que nos Cantares de Amigo medievais, amigo designa o amado, e que os franceses utilizam a expressão 'mon ami', 'mon petit ami', para 'namorado', porque não têm palavra equivalente para esta palavra portuguesa, nem para namorar (dizem algo tão pouco romântico como fréquenter).
ResponderEliminarLembremos tb que continua viva a seguinte discussão 'filosófica': é possível um homem e uma mulher
serem amigos?
GL
Cara amiga Helena:
ResponderEliminarSempre que na minha vida tenho que me esclarecer sobre algum assunto que para mim é importante, venho aqui ao seu blog e faz-se luz!!
simples e com tanto sentido
Ana Isabel
A Helena descreve uma situação perigosa, talvez não rara… Mas e se se tem mais do que uma "amizade amorosa"? E se entretanto se entra num relacionamento e há dificuldade em fazer o "desmame" dessa(s) amizade(s) amorosa(s)? Pois é! Nada como uma amizade ser uma amizade e um amor ser um amor...
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