A esperança é a única qualidade que, a par da fé - não apenas a religiosa -, nos mantém fortes face às agruras da vida.
Tenho muita dificuldade em viver sem esperança. Por isso, confesso, às vezes preciso de sair daqui para oxigenar os pulmões de optimismo.
Portugal tem, hoje, um discurso de desânimo, uma oratória de permanente agressão, um estado de raiva persistente que está a fazer-nos a todos bastante mal.
Para esta situação muito contribui uma certa comunicação social que, para aumentar vendas ou audiências, atiça tal estado de espírito. Por outro lado, o "discurso da transparência" dos políticos, essa nova moda em que todos temos de saber tudo, mesmo que não percebamos nada - pretendendo preparar-nos para o pior -, só estimula a angústia e mata a réstia de ânimo que ainda possa existir no fundo de nós.
O que me preocupa é que foi sempre neste pano de fundo que sugiram os salvadores da pátria, nome pelo qual são conhecidos os tiranetes da história.
O tempo não está para discursos. O tempo está para a acção. Positiva, agregadora e colectiva. A pensar no país e na urgência de lhe dar forma.
Não sendo política nem sentindo qualquer capacidade para o ser nos moldes em que ela na actualidade decorre, só tenho um meio ao meu alcance para ajudar o país onde nasci e quero morrer. É o de poder, através da palavra, chamar a atenção para certas situações e de algum modo servir de correia de transmissão daqueles que, pensando o mesmo, não conseguem fazer-se ouvir. É pouco, eu sei. Mas pode ser útil à esperança!
HSC
Não é pouco, não! É muito e é necessário...
ResponderEliminarBom fim de semana!
Beijinho
São sempre tão úteis as suas palavras, Helena!Por favor, não deixe de estar aí, e de as escrever.
ResponderEliminarÉ curioso, Drª Helena:
ResponderEliminarA uma semana do meu 28º aniversário ainda ontem pensava na minha vida e como tem ela estado ultimamente. O que tenho errado, o que tenho feito de bom, o que poderia ter feito e o que poderia ter feito melhor.
Costumo fazer meditação frequentemente mas ontem pratiquei-a de forma diferente: fiz uma retrospectiva do que tem sido a minha vida e daquilo que eu gostaria que ela fosse, projectando um futuro sereno (aceitando o bom e o mau) com a consciência de que fiz o que está ao meu alcance fazer para que o futuro seja o melhor possível. Também eu senti falta de um local onde oxigenar os pulmões, o meu lugar de paz, o cume de um monte perto de Viana do Castelo de onde se tem uma vista simplesmente maravilhosa. Acontece que há já mais de um ano que lá não vou e, às vezes, sinto-me "ao Deus dará", desenraízada.
Quanto à parte final do seu texto, onde refere que dá pouco... sabe o que diz o Evangelho da missa de hoje? (e sinto-me à vontade para escrever isto porque sei que é católica e peço desde já desculpa aos utilizadores que não partilhem a mesmo ideologia religiosa)
Pois bem, o Evangelho de hoje faz referência à pobre e velha (e nisto não tem nada a ver com a senhora) viúva que, não tendo muito para oferecer deu tudo o que tinha e, por isso, deu mais do que todos os outros (aqui sem é o seu retrato fiel).
A senhora não dá pouco, é uma bênção abrir o computador e ler um texto seu: uma forma de começar bem o dia. Isso, já é fazer muito pelos 1775 visitantes desta página.
Obrigada por ser como é,
Um beijinho
Vânia
Cara Helena,
ResponderEliminarQue bom ler estas suas palavras. Há bastante tempo que penso exactamente o mesmo. Por isso, há talvez mais de um ano, que deixei de ver telejornais: uma má notícia ouvida 10 vezes, sente-se como sendo 10 vezes mais grave, é a minha convicção. Por isso, procuro eu as notícias: quando quero, como quero, na quantidade que quero, geralmente na internet.
Sou professora contratada. Nas pouquíssimas áreas que parecem vir a ser favorecidas pelas novas orientações em termos de Educação. Agradeço todos os dias o trabalho que tenho (mesmo com todas as limadelas que tem levado - menos 4 salários por ano em 3 anos) e é claro que temo por ele, mas muitas vezes sinto vontade de dizer a quem me rodeia sempre a lembrar a situação do país: "Deixem-me gozar o meu trabalho, deixe-me trabalhar com entusiasmo." Oorque se há coisa que eu tenho a certeza de que não existe é bom trabalho feito por pessoas angustiadas...
Um abraço
Talvez por já ter passado por tantas e ter vivido sempre crise...ninguém até hoje conseguiu roubar-me a ESPERANÇA O SORRISO, OPTIMISMO, A VONTADE DE NUNCA BAIXAR OS BRAÇOS e O ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE.
ResponderEliminarNão vejo telejornais e leio as notícias online, mas até agora dei-lhes férias.
Obrigado, muito obrigado PELA SUA "CORREIA DE TRANSMISSÃO DA ESPERANÇA" que sei ser verdadeira.
Beijos
bem haja por nos ajudar a pensar melhor sobre tudo o que nestes tempos nos chega como tão bem sabe expor.
ResponderEliminara esperança é a última a morrer, por isso penso que não nos devemos dar tanto importância uma vez que somos mais uns passageiros do tempo e este está sempre a evoluir, aos solavancos mas vai passando e quando damos por nós gastamos tempo demais com preocupações por vezes sem fundamento ou apenas fruto de condicionantes momentâneas (quem muito diz muito erra assim estou hoje...). como dizia um amigo, façamos o bem, bem feito e com esperança!
um domingo feliz,
lb/zia
Estimada Helena
ResponderEliminarPermita-me que diga que quem não tem esperança não tem vida.
Cumprimentos
Sim. A comunicação social tem se colocado de forma subtil de uma forma e descarada de outra como oposição a este governo.
ResponderEliminarSim. Haja esperança porque este é o momento de partir do zero para que seja possível criar uma democracia decente. Isto se os proprietários do 25 de Abril de 74 o permitir.
Curioso... faço o mesmo com as palavras :) Talvez "muitos poucos" consigam modificar uns milímetros ao mundo... se for pela positiva, tanto melhor! Tenho por hábito dizer que "a esperança morre depois de mim" ;)
ResponderEliminarTODOS ESTAMOS NECESSITADOS DE SENTIR ALGUMA ESPERANÇA. OBRIGADA PELA BOA COMPANHIA QUE ME FAZ!
ResponderEliminarObrigado! Obrigado mesmo! É tal e qual como refere. Temos carência de referências hoje em dia!E estas suas palavras caem bem... Nós todos teremos talvez um metro quadro de influência para explorar...fazer deste País um pouco melhor para os nossos filhos! Uma reforma de mentalidades será talvez o caminho,não sei? Por isso todos nós nos blogues, nos prédios, nos empregos poderemos e deveremos fazer por tirar a mesquinhez destas cabeças de vento que sendo peritos em achologia só pensam pelas cabecinhas de alguns media...teremos mesmo de contrariar isso. Eu vou fazendo a minha parte, o ideal seria arrastar outros.
ResponderEliminarCada vez mais estamos necessitados de quem nos ponha para "cima" e a Helena tem essa capacidade.
ResponderEliminarTambém sou uma pessoa positiva e apesar da vida já me ter ferido terrivelmente, penso sempre que o amanhã irá ser melhor.
Continue e servir de correia de transmissão, pois faz sempre um excelente trabalho, todos os dias venho procurar um pouco de animo nas suas palavras.
Beijinho
Cara Helena,
ResponderEliminarComungo inteiramente com a sua opinião sobre a Esperança. Já que nos tiraram tanto, ao menos que nos reste a Esperança de que vamos no futuro, viver melhor e que os filhos dos Portugueses, possam experimentar trabalhar fora de Portugal, por escolha própria e não por falta de emprego. Esperança de um futuro melhor para todos. Será que é pedir muito?
Sempre com amizade.
ResponderEliminarA sua Fé, através da Caridade em nos transmitir a Esperança, na escrita, será sempre uma forma muito válida de contribuir para dar um sentido à nossa Vida...
A partir do momento que comecei a visitar o seu blog agradeço sempre a sua paciência e determinação.
Bem haja!!
Um enorme abraço pela "Grandeza".
"É o de poder, através da palavra, chamar a atenção para certas situações e de algum modo servir de correia de transmissão daqueles que, pensando o mesmo, não conseguem fazer-se ouvir. É pouco, eu sei. Mas pode ser útil à esperança!"HSC
ResponderEliminarÉ tanto, que mantém a esperança de tantos seguidores onde me incluo, com admiração.
Abraço