«No quarto ao lado alguém / a noite passada morreu, / provavelmente eu. / Os livros, as flores / da mesa de cabeceira / conhecerão estas últimas coisas / em algum sítio da minha alma?»
Manuel António Pina, o homem que ganhou o Prémio Camões, morreu hoje aos 68 anos. Licenciado em Direito, a via que escolheu foi a da escrita na versão múltipla do jornalismo e da autoria literária, na poesia e na prosa, ambas magníficas.
A sua obra, vasta, está traduzida em várias línguas. Tomei contacto com este homem bom, relativamente tarde e lamento profundamente a sua morte.
O ano de 2012 continua a ser marcado pelo desaparecimento de gente que nos faz muita falta. Até nisso, o país tem sido muito penalizado!
HSC
Cara Helena,
ResponderEliminarAndo muito ausente na escrita, mas presente na leitura.
Também com muita pena minha, descobri o Manuel António Pina há relativamente pouco tempo.
De facto, o ano 2012 está a ser de má memória... À crise junta-se a perda de grandes portugueses.
Com carinho,
Isabel BP
Que tristeza, não é, Helena?
ResponderEliminarFiquei tão triste quando soube. É certo que as palavras dele ficarão connosco. Mas não nascerão mais palavras das suas mãos e isso enche-me de tristeza.
Fui surpreendida por esta partida. Era uma homem doce, aberto, que parecia querer abraçar o mundo com as suas palavras. Um mau presente para o dia dos meus anos. Deixou-nos uma obra linda e essa ninguém nos pode tirá-la.
ResponderEliminarSim, grandes perdas o país tem sofrido este ano.
ResponderEliminarJá não bastava estarmos cada vez mais pobres (economicamente), qualquer dia também deixamos de ter referências culturais.
Tive o prazer de o conhecer pessoalmente numa palestra que deu na faculdade, de trabalhar sobre algumas das suas obras e de o rever na Feira do Livro do Porto.
Que descanse em paz,
Vânia Batista
Concordo consigo"até nisto o país
ResponderEliminartem sido muito penalizado.Também
inseri num dos meus blogues a
notícias.
Bom fim de semana - dentro do
possível.
Bj.
P.S.
ResponderEliminarE se me permite, partilho.
Cara Helena
ResponderEliminarAno difícil este...
Cuidado também com um filho que parece ter envelhecido dez anos...
(Um dilema do tamanho de um povo)
O abraço de sempre.
Bem verdade e mais uma "penalização bem grande".
ResponderEliminarO olhar dos poetas
ResponderEliminaré profundo
desce ao centro da terra
voa sobre as montanhas
navega o fundo do mar
Duros e cruéis
são os números destes dias
precisam~se palavras de consolo
para sonhar
Quando um poeta parte
um rasto de esperança permanece
e acontece
(tem de acontecer)
sobre este presente
um demorado olhar
Mais pobres, é isto que nos deixa muito mais pobres. Também o conheci tarde e a primeira coisa que fiz ao saber da sua morte foi envergonhar-me de não ter comprado o livro da sua poesia reunida Todas as Palavras e correr a encomendá-lo pela net. Devia tê-lo comprado mais cedo e dizer-lhe como gostava das coisas que ele escrevia. Agora já não posso.
ResponderEliminar~inês
homem grande que nos deixou uma obra também, felizmente.
ResponderEliminardrª helena sacadura cabral tem toda a razão quanto a quantos partiram neste triste ano de 2012!
um abraço forte,
lb/zia
Apenas me resta deixar o meu desejo de que descanse em Paz.
ResponderEliminarCumprimentos
Admiravel
ResponderEliminarHelena Sacadura Cabral.
Lamentamos a morte, desse intelectual Lusitano. Possuo, do autor falecido, um livro de poesias " O caminho de casa" obra lançada em 1988. Mas, que adquirir em 1992, quando estive em visita na Cidade de Faro.
Lamentamos.
Um abraço, abrasileirado, deste outro lado do Atlântico - Brazil
Mais uma perda para o nosso País, tão desalentado ultimaente. Um beijinho, Helena e quero que saiba que sempre a admirei muito.
ResponderEliminarmília
"A poesia não serve para coisa nenhuma. Às vezes serve para alimentar egos, para fazer uns engates... mas a poesia é inútil. Pelo menos como eu a entendo. É gratuita. Não se compra, não se vende - embora haja muita gente a vender-se através da poesia. De qualquer modo, por algum motivo, os homens escrevem poesia, desde sempre escreveram poesia, apesar de tudo isto. E apesar de a poesia ser uma igreja com muito poucos fiéis".
ResponderEliminar(Pina, a fechar o documentário "Um sítio onde pousar a cabeça", RTP)
ps: um senhor!!!