sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A nova moda


Por mais estranho que pareça instalou-se na política portuguesa uma nova paranóia, que é a de substituir as "conversas em família", do tempo da outra senhora, por recados no Facebook  E o vírus atacou tanto a direita como a esquerda e, pior, até os mais altos dignitários da nação.
Com efeito quer o Presidente da República quer o Primeiro Ministro falam ao país através daquela rede social, o que me causa alguma perturbação, porque não entendo a razão que está na base de tal opção.
Eu já tive uma conta no Face, onde só ia anunciar a saída de um novo livro meu. Um dia decidi passear por várias páginas e o que vi levou-me a tomar a decisão de encerrar a minha. Mas eu não sou ninguém nesta terra.
Já o mesmo se não pode dizer de pessoas que ocupam altos cargos aqui no burgo. Parece-me completamente inadequado o uso oficial que se está a fazer de uma ferramenta de cariz tipicamente privado.
Não sei se nas "estranjas" acontece o mesmo, mas duvido que Hollande, Merkel ou Monti se dediquem a tal exercício...

HSC

14 comentários:

  1. Helena, não é a única a pensar assim...
    Em tempos, cheguei a deixar uma sugestão no site da Presidência da República para que, a insistirem na utilização desse canal (que pessoalmente considero desadequado), as comunicações de Cavaco Silva enquanto Presidente da República fossem, pelo menos, publicadas no perfil da Presidência da República no Facebook em vez do perfil de Cavaco Silva no Facebook e, simultaneamente, reproduzidas no site oficial da Presidência.
    Resta-nos esperar que a moda passe depressa...


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  2. Concordo, é uma vergonha ter-mos uma classe politica para a qual a melhor maneira de comunicar com os cidadãos é atraves das redes sociais.
    Se gastassem menos tempo a "cuscar" no facebook e se dedicassem a Portugal seria bem melhor.

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  3. Não poderia estar mais de acordo. E não é só porque entrei e saí do Facebook em menos de um fósforo, é porque há dignidades de cargo que não se compaginam com as miudezas da informalidade das redes sociais.

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  4. Não há muito a fazer. Basta andar um pouco no Facebook para ver que a sociedade está a infantilizar-se, a "desmiolar-se", a perder substância e valores. A nossa, pelo menos.

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  5. Compreendo a sua perplexidade Drª HSC - apesar de pertencer a uma geração sem a experiência da sua e mais dada ao fascínio e deslumbramento das novas tecnologias - sou um fervoroso "não facebookiano".

    Contudo, parece-me que os políticos portugueses estão numa fase de "aplainamento" da comunicação, a era da política vertical (em os políticos e os jornalistas viviam num mundo quase a parte e que "descia" à população, de 4 em 4 anos, em período eleitoral) acabou, assiste-se hoje a uma maior abrangência e participação de todos, nomeadamente com o uso da internet e das redes sociais, processo que em si é mais envolvente mas que peca por ajudar a perder a dignidade que algumas funções ainda têm e que os seus titulares deveriam defender.

    Bem haja,

    Nuno 361111

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  6. Esta opcão é fruto da mediocridade do tempo corrente. São politicos dando recados, são pais e filhos trocando confidências, outros que espiam páginas alheias, enfim......

    Carmen

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  7. Até por aí se vê como esta gente está DISTANTE do país real...

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  8. Concordo com tudo e acrescentaria que nem todos "do povo" têm internet e muitos que têm não andam no Facebook!

    Enfim!

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  9. de facto o uso do facebook pelos políticos é acaz bizarro, e quanto a mim tradus uma certa incultura, ou provincianismo, tão característico de quem não se dá conta que "para além de viana ainda há casas!"
    muitos beijinhos,
    lb/zia

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  10. Concordo e subscrevo.

    Eu tenho conta no face mas uso o Facebook como o prolongamento das minhas amizades. Como agora não vou tantas vezes a Viana do Castelo, aproveito para manter o contacto com os amigos através da referida plataforma. Na mina lista de amigos só tenho familiares e AMIGOS, verdadeiros (ou que assim qualifico) mas quando me refiro a amigos verdadeiros refiro-me aos que sei que posso contar em qualquer situação.
    Claro, também curto algumas páginas mas meramente para me manter informada e por lá acabei de receber a notícia da partida de Manuel António Pina (que me apanhou totalmente de surpresa)através da página da Fundação José Saramago.
    Admito que em páginas curtidas sou mais abrangente (embora não passem de 43, duas das quais causa própria) mas "amigos" tenho 45 (destes só uma escassa minoria está autorizado a ver os meus documentos particulares (como fotografias ou notas). Curiosamente não "curti", nem "sou amiga" dos visados no seu post.

    Um abraço, Vânia Batista

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  11. Mais uma prova de que este país precisa, há muito tempo, de melhor classe política. Cada vez me irrita mais quando ouço, na comunicação social, "fulano tal" disse... Na sua página de Facebook. Será que já não sabem comunicar de outra maneira?

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  12. Estou totalmente de acordo, e não posso deixar de pensar que isto é "obra" de [maus] acessores, que tentam desta forma piscar o olho às gerações mais novas, tão repetidamente afastadas da política. Do alto dos meus 25 anos, devo dizer que esta política de recados facebooquianos me causa uma certa repugnância, e que se o seu objectivo é aproximar os jovens da política e transmitir uma imagem de progresso, então o objectivo tem sido exatamente o contrário- o tom da política é que se vai aproximando da ligeireza de uma conversa de pré-adolescentes, com toda a descredibilização que isso implica.

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  13. Luísa Barbosa disse...

    Concordo totalmente. Julgo que esse uso oficial é a prova do desprezo que os políticos nutrem por quem não tem acesso a, ou não quer usar, o facebook, de resto um local onde se ostentam feira de vaidades e pobreza intelectual, para 'amigas' e 'amigos' aduladores de pobres egos carentes. Luísa

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  14. Subscrevo o comentário de Fatyly (eu não estou inscrita no facebook) e é preciso não esquecer q/infelizmente, há muito analfabeto em Portugal. Os nossos políticos andam muito distantes da realidade ...

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