De
manhã saí, tranquila, para ir à Sic fazer o meu dueto semanal com o Mário
Zambujal. Depois fui passear à beira rio. Almocei numa esplendorosa esplanada
no Terreiro do Paço e comi um bacalhau divino.
Fiquei
ali quieta umas duas horas. A olhar. A reparar em quem passava por aquelas
arcadas onde, em criança, eu tanto corri. A inventar vidas a todos os que
estavam à minha volta.
Lisboa
e o seu rio são lindíssimos. A luz não tem comparação com a de nenhuma outra
cidade que eu conheça. E conheço muitas.
No
fim, lembrei-me que gostaria de ter tido, fisicamente, ao meu lado, o meu
filho Miguel. Porque foi com ele que almocei...
Também me acontece ter por vezes a sensação dessas companhias "não fisicas"...e é tão bom.
ResponderEliminarA parte final deste seu texto, D. Helena, comoveu-me.
ResponderEliminarNão é para menos.
O seu filho Miguel lembrou-se de si, acredito, nessa altura.
E sorriu.
Agradeço esta sua partilha.
Percebi que está a precisar de um beijo cheiinho de ternura.
ResponderEliminarAqui lho deixo...
Ele esteve, com certeza, consigo. Se me permite, aconselho-a a ler o meu texto 'Untitled' que pode encontrar aqui: http://critica-directa.blogspot.pt/2011/02/untitled.html.
ResponderEliminarÉ uma reflexão minha que gostaria muito que lesse e, mais ainda, que a fizesse sorrir, nem que seja por dentro!
Um grande beijinho e força!
pois é e vão acontecer muitos momentos em que irá sempre se lembrar de vários sítios onde esteve com o seu filho....perdi a minha filha com 26 anos à 3 anos e continuo sempre a lembrar me dos sítios onde estivemos...ainda à poucos dias consegui férias num hotel aonde ela esteve à 9 anos...coincidencias...um beijo grande de mãe para mãe na mesma situação de luto Céu
ResponderEliminarHelena, este foi um momento que me deixou
ResponderEliminaro silêncio preso na garganta.
Muito grata por estes momentos. E a minha admiração.
B. Luz
Que belo texto!
ResponderEliminarAcompanhei-a na crónica com o Mário Zambujal. E o que eu me ri! Com que então mais duas licenciaturas, hiem? ;)
Também não me importava nada de almoçar com o Tejo como pano de fundo apesar de viver no Porto para mim, a cidade maravilhosa, é efectivamente Lisboa.
Apaixonei-me pela cidade no dia 5 de Outubro do ano passado quando fui visitar a bela cidade quando fui aí bem perto, à Casa dos Bicos que estava em obras e não pude contemplar muito mais do que parte da fachada e a Oliveira plantada junto, à agora, sede da Fundação José Saramago.
Em breve aí voltarei e parafraseando o autor atrás citado,
"Sempre chegamos ao sítio onde nos esperam".
Continuação de Bom Descanso e Obrigada por o interromper para vir até aqui, retemperar as nossas energias.
Um abraço enorme.
Vânia Batista
pois foi à sic, mas hoje era a situação de uma tipica familia actualmente passando os dias sem ja não saberem se amanhã irão continuar a ter casa... e pão para comer... triste sorte a de este povo tão maltratado!
ResponderEliminare tudo se torna mais vivo como o azul do rio
todo o carinho que por este meio consiga receber, bem haja
lb
Um beijinho grande e muita força, lá onde ele está quer que esteja bem!
ResponderEliminar...
ResponderEliminarUm almoço nunca é de graça ( David Logde ) mas com uma boa companhia, uma boa conversa e um toque umbilical...
Tenho saudades de Lisboa, este ano quando fui de ferias nao tive oportunidade de visitar os cantos que tanto gosto e a Costa da Caparica. De facto é uma cidade com luz e é com toda esta luz que lhe desejo boa noite a si e não só!
Beijos
Lamento que não existam árvores no Terreiro do Paço...mas gosto das arcadas.
ResponderEliminarE o grande Miguel deve ter-lhe dito várias vezes que...no caso de... gostaria de a ver "tranquila, quieta mas vagueando em pensamento na digestão do bacalhau divino que com certeza também gostava" e andar para a frente...e quando assim é...sentimos a presença de...!
Um beijinho muito grande
:), tão bonito o que escreve, obrigada! DulceB
ResponderEliminarUm abraço apertado para si.
ResponderEliminarMarta
Desde que ouvi a sua (divertidíssima) entrevista no PRIMO (Rádio Comercial) sigo com bastante frequência o seu blog e fico, sem a menor dúvida, sempre mais enriquecido com qualquer coisa no final da minha rápida leitura. Espero que o vá fazendo pois sinto-me sempre bem após ter feito a minha leitura rotineira de blogs que sigo.
ResponderEliminarAproveito para dizer que partilho da mesma sensação que teve da beleza de Lisboa e do Tejo. Apesar de ter 21 anos, ainda hoje, à mesma hora, estive no Terreiro do Paço e no cais em frente, a apreciar o rio e tudo o resto. Cheguei, mais uma vez, à conclusão que se tivesse todos os dias a possibilidade de ver o azul do Tejo com o céu limpo, o sol e o amarelho dos edifícios à volta, conseguia esboçar mais facilmente um sorriso e maior tranquilidade na minha rotina académica. Apesar de não a ter visto, espero ter sido alguém que teve direito a ter uma vida imaginária, por um momento.
Bem-haja! :)
Otima escolha, Lisboa é uma cidade muito bela que tem uma cumplicidade única com os portugueses. Quanto ao Tejo que se une ao nosso Atlântico faz parte do nosso DNA. Viajar faz parte de nós desde sempre. Mas regressar é sempre uma emoção. Há alguns anos aprendi que nunca estamos sós, porque aqueles que nos amam estão sempre presentes. Obrigada por partilhar sentimentos.
ResponderEliminarPois é Helena... a presença física é que é algo que só podemos desejar, infelizmente... Tantas vezes que tenho a minha mãe comigo, só não está ao alcance de um toque :(
ResponderEliminarBeijinho e abraço
Beijos Helena,
ResponderEliminartenho a certeza que ele está ao pé de si. Embora não o possa ver e abraçar ele está lá.
Andreia Nobre
Já lá tinha estado e realmente fiquei encantada, até a Rua Augusta com as "estátuas" está diferente.
ResponderEliminarPoderia dar (passe a publicidade), dizer o nome do restaurante onde comeu o bacalhau ?
Mt obg
Drª. Helena,
ResponderEliminarTambém gosto de imaginar vidas observando as pessoas.
Também gosto de apreciar as coisas simples da vida, tal como o sol e o mar.
Lisboa, é de facto uma cidade linda com cantinhos e vistas maravilhosas.
Imagino que esse almoço tenha sido especial pois não podia ter tido melhor companhia!!
Um abraço
FL
Cara Helena, por vezes pequenos nadas cruzam-se e deixam-nos a refletir. O que aconteceu? À cabeceira tenho "Aquilo em que eu acredito", marcado na pág. 135. Entre um zapping, ontem, vislumbrei-a, sorridente e otimista, ao lado do Zambujal. Pensei «Ora aqui estão dois bons malandros!», a minha retina colou-se e ouvi uma interessantíssima conversa. E reforcei a admiração que nutro por si, como mulher, como cidadã, como mãe. Recordei a forma firme como se apresentou na feira do livro, em Lisboa, mesmo em circunstâncias tão difíceis! «Que alma tão grande!», pensei. Voltei atrás no tempo e revivi uma palestra do Miguel, as palavras marcantes e as ações tão vividas... revivi a forma humilde como, depois, em pequeno grupo, conversámos. Ali estava o sol, a luz, a esperança, a força, a persistência.
ResponderEliminarTambém sou mãe. No dia da fatídica notícia, fiquei atónita. Porém, senti que o fio da sua vida continua e contagia quem sabe e reconhece que «… o nosso dever é fazer as pequenas tarefas como se fossem grandes e nobres».
Congratulo-a. Claro que o Miguel está consigo, está no espírito dos que acreditam que não somos perecíveis. Somos a alma, o sopro, a inspiração que leva às boas ações. E o Miguel é esse sopro. Tantos são esse sopro... Só precisamos de estar atentos e escutar.
Com a minha admiração,
Paula Costa
Um beijinho enorme, Helena!
ResponderEliminarLisboa é, realmente, uma cidade sem igual...
ResponderEliminarTransmitir algo tão profundo com uma prosa tão simples e tão bem estruturada é apanágio
dos grandes escritores...
Parabéns e muito obrigada pela partilha!
São estas as alturas que adorava ter uma varinha
de condão...
Um grande abraço
Teresa Peralta
Um beijinho amigo,
ResponderEliminarPaulo
Helena se me permite
ResponderEliminarConcordo plenamente com a Brigida Luz mas precisamos de soltar o silêncio preso na garganta então manifestemos-nos com alegria e partilhemos a mesma emoção!
Beijos
Cara Rosa Amarela
ResponderEliminarAqui vai. É o Aura, do lado direito das arcadas quando se está virado para o Tejo!
Mil beijinhos apertadinhos**
ResponderEliminarUm abraço solidário e um beijo com muito carinho,
ResponderEliminarda espreitadora do seu blog, que adora ler os seus posts...
ves
É bom vir aqui, sente o que escreve e quem aqui vem sente o que lê e quantas vezes não se consegue falar tal é o nó que fica na garganta. Lembra-me a minha Mãe pela alegria que põe nas mais pequenas coisas da vida, por reparar e gostar tanto da luz de Lisboa, pela idade que é quase a mesma, por ter também dois filhos e nós duas filhas, por nos fazer sentir bem até nos dias mais tristes...
ResponderEliminarObrigado
Inês Galvão
Abraço.
ResponderEliminarOlá Helena,
ResponderEliminarEstou em Moçambique há 13 anos e fiz um almoço de despedida com a minha melhor amiga nas docas de Lisboa, estava um dia lindo de Setembro e ainda hoje lembro essa beleza de luz que tem a cidade virada para o rio... vou todos os anos aí a Lisboa ( e claro que é linda) mas naquele dia senti-a de uma forma diferente... o adeus e a saudade ( antecipados) teve, talvez, a ver com a minha percepção da paisagem naquele dia. Um beijinho e continue com esse seu sorriso lindo... a vida é mesmo assim...
Querida Helena
ResponderEliminarDevo confessar que a ultima frase me fez rolar uma lagrima.
Hoje também tive essa sensação que o meu avó estava ao meu lado enquanto estive a olhar para o mar durante algumas horas sem pensar em nada.
Beijinho enorme
Eu sei que muita gente lhe dirá que o seu filho estará a participar no que acontece na sua vida mas a falta do dar a mão ou um abraço, de ouvir a voz de quem partiu, dói tanto...Mas a luz de Lisboa é um óptimo lenitivo para certos estados de alma! Gosto tanto de ouvir a sua gargalhada!
ResponderEliminarQuerida Helena,
ResponderEliminarTambém costumo por vezes inventar a vida dos que se cruzam comigo. Mais uma vez como a entendo de alma e coração.
E quanto à companhia do almoço vai ser assim muitas vezes porque eu já tenho tido o mesmo sentimento; que pena não nos podermos tocar. Mas tenho muita fé que depois de tudo, um dia nos iremos encontrar de novo.
Beijinho
Teresa
Olá minha querida.
ResponderEliminarSei o que sentiu, porque quando perdi o meu pai há 18 anos, senti tantas vezes o mesmo... O seu filho Miguel é mais uma estrela no céu a velar por si e por toda a sua família... Há coisas que a nossa razão desconhece, mas que sentimos muitas vezes a presença de entes que nos são muito queridos, sentimos, sem saber como explicar... Penso que não devemos pensar muito, só aceitar e saborear esses momentos...
Um beijinho e muito "colinho" aqui dos seus "seguidores" a UM SER HUMANO MARAVILHOSO E INIMITÁVEL.
Como já lhe disse anteriormente, penso, não nos conhecemos pessoalmente, mas parece que já a conheço há muito tempo... Como eu gostava que a senhora fosse da minha família... Porque adorava estar à conversa consigo... Tipo "Alta Definição", que adorei ver. A Drª é genuína e, hoje em dia, há muito poucas pessoas assim...
Um beijo grande cheio de ternura e compreensão.
Maria
A velha senhora, que se reivindica increia irredutível, deu-lhe para o sentimentalismo (a idade não perdoa):
ResponderEliminarlindo naco de prosa c'uma figa
de ditosa mãe que tal filho tem
e eu que quase cortei consigo amiga
- disse tão mal dum bispo que diz bem -
volto aqui pra concelebrar a luz
ah de rio e filho que ambas seduz
O senhor Alcipe, que anda mais preguiçoso do que o costume, gostou muito do que a Senhora Dona Helena aqui escreveu, mas nada comentou. "Para quê, Feliciano? Entre pessoas de rara sensibilidade o silêncio diz mais do que quaisquer palavras" disse-me ele, depois de dormir mais uma sesta. Ora estas grandes demagogias da sensibilidade costumam ser as estafadas desculpas dos calaceiros de matriz literária. Qualquer dia ponho-lhe à porta um cartaz: "Vai blogar, Alcipe!".
ResponderEliminara) Feliciano da Mata, activista
Também estive há dias a almoçar
ResponderEliminarcom uma grande amiga num desses
restaurantes debaixo das arcadas
da Praça do Comércio e realmente
é maravilhoso estar descontraída,
a ver quem passa, a olhar o rio,
a saborear um copo de vinho e a
comer (no meu caso uns linguadinhos
com salada russa). Vale a pena ir
a Lisboa, ficar por ali umas horas
e admirar tudo o que nos envolve.
Quanto "à sua companhia" será
sempre a sua companhia.
Desculpe a ousadia: a D. Helena
tem também uma filha?
Um beijinho e obrigada por estar
a postar.
Bom fim de semana.
Irene Alves
Minha Velha Senhora
ResponderEliminarMeu caro Feliciano
Estimado Alcipe
Esta ovelha nem sempre anda em rebanho. E tem muitas divergências com os pastores. Mas jamais eles, pastores, a impediram de se dirigir directamente a Quem eles representam.
Já agora, aproveito para precisar que o litígio, no caso vertente, não era de conteúdo. Era de forma.
É que os meus paizinhos "enformaram-me" muito bem, e sempre me aconselharam que se quisesse ser ouvida, convinha escolher bem a forma de me expressar.
Tento fazê-lo, sem com isso me calar!
Cara Silenciosamente
ResponderEliminarA Catarina não é biologicamente minha filha. Mas é-o, felizmente, no campo afectivo!
Quando acabei de ler este seu post tive que voltar atrás para perceber a razão porque tinha ficado com um nó na garganta e muito sensibilizada.
ResponderEliminarFoi certamente um almoço divino esse em que teve por companhia o seu saudoso Filho Miguel!
Um beijinho,
Maria Eduardo
D. Helena, obrigada por ter
ResponderEliminarrespondido à m/pergunta.
Um beijinho