Mas quais são essas vantagens estratégicas?A primeira delas, e talvez a mais importante, é a possibilidade de o Brasil conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Em que sentido, indagarão os céticos? O que a unificação científica tem a ver com o CS? Ocorre que, com a unificação, os falantes de língua portuguesa serão aumentados bastante, já que se somarão os habitantes de todos os oitos países. Hoje, na hora de se produzirem documentos, há uma torre de babel entre os nossos países. São clássicas, e cómicas, as situações na ONU na hora das atas, dos documentos, das produções de acordos comerciais em que o funcionário do órgão pergunta: Escreveremos em português de Portugal ou do Brasil? Após o acordo, toda a documentação será exarada num mesmo sistema ortográfico. Isto, para efeitos práticos e legais, significará que o português unificado representará mais de 250 milhões. Como o Brasil é o país económica e populacionalmente mais poderoso do conjunto da CPLP, nossas chances de ingressar no CS aumentam exponencialmente. Se algum brasileiro supõe que ombrear com EUA, Rússia, França e Inglaterra não tem importância política, económica, social e histórica deveria fazer, urgentemente, um cursinho de Direito Internacional. Fazer parte do Conselho Permanente da ONU ajudará até ao vendedor de pipocas da esquina, ao plantador de laranjas, ao professor universitário, à empregada doméstica. Até os grevistas do Cpergs terão melhores argumentos ao defenderem melhorias salariais aos que professores que ensinam uma das mais importantes línguas do planeta.A segunda vantagem estratégica do Acordo Ortográfico é que ele torna o Brasil o maior fornecedor de bens e serviços ligados aos setores de comunicação, educação e informática dos oitos países. Dados preliminares anunciam algo em torno de 400 milhões de dólares por ano em ganhos diretos para o avançado parque editorial brasileiro, por exemplo. Dos oito países, o Brasil tem as editoras mais poderosas, as maiores e mais avançadas gráficas, o melhor e mais competente parque industrial na área dos produtos informatizados.Se eu fosse um escritor moçambicano ou português, faria passeata contra o acordo! Mas sou brasileiro e por isso não me filio ao partido dos descontentes, dos críticos e de todos que acreditam que língua e poder não são coisas que se conjugam".
Este texto de Charles Kiefer, que não carece de apresentação, foi "roubado" a um comentador de um post meu no blogue Delito de Opinião e é revelador das razões que estão na base do Acordo Ortográfico.
HSC
Nem mais, Helena!
ResponderEliminarClaro como água. E assim "comprámos" o "acordês". Lamentável. Haja esperança numa revisão. Ao menos isso.
Continuo a não concordar. Não apresenta razões suficientemente válidas, no meu ponto-de-vista.
ResponderEliminar"Na hora de se produzirem documentos, há uma torre de babel entre os nossos países" ... "Na hora das atas, dos documentos, das produções de acordos comerciais em que o funcionário do órgão pergunta: Escrevemos em português de Portugal ou do Brasil"? E o que acontece dos acordos celebrados entre países de línguas diversas: por exemplo acordos entre os EUA e Portugal, também não são escritos no mesmo idioma! Outra questão, tendo sido nós os colonizadores do Brasil, porque temos agora de nos sujeitar agora a acatar as directivas que nos impõe? Faz-me lembrar o tempo em que D. João V estava exilado na colónia e Portugal foi rebaixado à condição de colónia de colónia, mas até onde sei o senhor presidente da república está a viver em Portugal, quem se mandou para o Brasil foi outra senhora que, não se deve lá ter dado muito bem, que já voltou. Ups! Cala-te boca! ;)
"o vendedor de pipocas da esquina" terá vantagens? quais só se for a nível de sonoridade! Porque economia de grafismo não há:
Português de Portugal: VENDEM-SE PIPOCAS
Português do Brasil. VENDEM-SE PIPOCAS;
A empregada da limpeza também não me parece auferir com o AO vantagens.
"Minha senhora, os talheres estão areados, a mesa pronta e o jantar está quase pronto" isto escreve-se da mesma forma em ambos os países;
Os grevistas, NÃO TRABALHO (é igual).
Mas numa coisa subscrevo o texto: "não me filio ao partido", não adiro ao acordo e só escreverei pobremente onde tiver mesmo de o fazer.
Vânia Batista
D. João V exilado no Brasil? Qual é a sua fonte histórica Vânia Batista? :)
ResponderEliminarxg
A mim tanto me faz.
ResponderEliminarA lingua serve para comunicar e tem uma grande componente arbitraria.
De resto, sempre dependeu da politica e de interesses comerciais.A titulo de exemplo os ingleses ate conseguiram obrigar os irlandeses a falar ingles .
No fundo,ss regras ortograficas sao e sempre foram convencoes.
Kiefer mente com quantos dentes tem na boca:
ResponderEliminar1.º NENHUM funcionário da ONU JAMAIS perguntou se devia escrever (ou traduzir) em português ou em brasileiro. Simplesmente, porque, na ONU, o português (ou o brasileiro) não línguas oficiais (ou de trabalho). Kiefer sabe (ou deve saber) mas, mesmo assim, mente. Kiefer é um mentiroso cómico!
2.º A "necessidade" do AO para o Brasil entrar no Conselho de Segurança é outra falácia, aproveitada depois pelos políticos para nos vender o AO90. Kiefer sabe (ou devia saber) mas mente. Saiba porquê: http://issuu.com/roquedias/docs/jrd_aolp_onu/1
Argumentos nada mais fascistas do Charles Kiefer.
ResponderEliminarArgumentos nada mais fascistas do Charles Kiefer.
ResponderEliminarCharles Kiefer diz o que pensa e ninguém o pode levar a mal por isso.
ResponderEliminarMas o homem plagiou, foi?
Ou, pior, roubou?
Fiquei ligeiramente confuso.
Obrigado
Meu caro Observador
ResponderEliminarExpliquei-me mal.
Eu é que roubei este comentário que um meu leitor colocou no blogue Delito de Opinião - onde também escrevo -, a propósito de um post meu.
DESCULPEM O LAPSO:
ResponderEliminarQuem esteve exilado no Brasil não foi, de facto, D. João V, mas sim D. JOÃO VI. A fonte histórica estava correcta já que foi alvo de um trabalho para a faculdade, a informação que escrevi é que estava errada porque não me apercebi que o /I/ não tinha entrado. Escrevi V a pensar que tinha escrito VI. É o que dá não reler os textos.
A todos, peço desculpa pela falha.
Vânia
Compreendido.
ResponderEliminarGrato pelo esclarecimento, D. Helena.
ai que vergonha... Deus do Céu!
ResponderEliminarA sério, desculpem.
Mas continua a haver Português de Portugal e do Brasil: Facto - fato, recepção - receção, cágado - cagado, indmnização - indenização, e muito mais..logo vão ter de perguntar em que Português querem o documento. Continuo sem perceber o porquê deste acordo, mas enfim...
ResponderEliminar'cágado - cagado' ???!!!
ResponderEliminarparece que vale tudo contra o ao90, até borradas como esta. on dit n'importe quoi.
"(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)" - como ensinou o pessoa.
esdrúxulas e ridículas, mas, atualmente, SEMPRE acentuadas na antepenúltima sílaba, seja onde for que se escreva em português.
a) franquelino da motta
Este AO90 terá a ver com a ambição do Brasil em representar toda a Lusofonia no CS das NU, é claro que existirá aqui o interesse dos editores, mas eu de forma alguma aceitarei ser representado pelo Brasil.
ResponderEliminarSerá que também perguntam se escrevem em inglês de Inglaterra, da Escócia, da Irlanda, dos EUA, do Canadá, ou da Austrália???
ResponderEliminarPortuguês será sempre de Portugal e a língua-mãe deveria sempre prevalecer em actos oficiais!