sábado, 25 de fevereiro de 2012

Maria Adelaide, senhor doutor


1912-2012

"Era na Segunda Guerra, de noite, num hospital de campanha. Um jovem médico acudia aos gritos dos feridos, aos chamamentos, tratava, corria, desesperava.. Ao lado, uma enfermeira serena ajudava, assistia, multiplicava-se. Quando a hora de maior desassossego parecia estar a passar, o médico perguntou:

- Como é que se chama?

Enquanto limpava as mãos ao avental ensanguentado, respondeu:

- Maria Adelaide, senhor doutor.

- Não me chame doutor, que sou só estudante de medicina.

O jovem quase médico era Nicolau van Uden. A enfermeira era Maria Adelaide de Bragança, infanta de Portugal.

O resto da história é conhecido, ou talvez não, porque este país tem o estranho hábito de não ter memória. E ainda menos parece tê-la de quem é avesso às vaidades do mundo e faz da abnegação e da generosidade um discreto percurso de vida. .

Hoje, quis Deus chamá-la à Sua glória.

Para o Sebastião, um abraço sentido. Para a restante Família, as minhas respeitosas condolências."


(postado por Ivone Costa em Delitodeopiniao.blogs.sapo.pt)

Belo e sentido texto. Puríssimo. Se fosse alguém das telenovelas, decerto que as televisões e os jornais teriam feito grande espalhafato.
De facto, o mais difícil, neste país, não é a crise económica ou a financeira. O mais difícil é a crise de valores!

HSC

6 comentários:

  1. Infelizmente, parece haver neste país um lápis azul especial para tudo o que se relaciona com a monarquia. Será medo?

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  2. Sem dúvida!
    Se não houvesse uma crise de valores(e que não só por cá), é que existem muitas outras crises...

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  3. O meu DEUS ainda a pouco a exc. sr apareu a festejar o seu 100º aniversario, o bom é que gente como esta nunca morre.
    Ei concerteza publicar no meu blogue esta tristissima noticia.
    http://livrodaactualidade.blogspot.com/

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  4. Não sou monárquica. Simpatizo, com o cidadão Duarte Pio e família. Já deu provas de grande amor a Portugal.
    Dona Maria Adelaide de Bragança, heroína de guerra, morreu e foi esquecida na morte, como na vida.
    É este o País que temos.
    Lamento esta morte, por ela e, por aqueles que a choram. Penso que, os nobres também choram. As minhas condolências para toda a família.
    Maria

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  5. Subscrevo os dois últimos parágrafos. Compreendo que estejam em lettering mais pequeno, mas que bem que estariam bem a bold.

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  6. Concordo consigo. Não diría difícil...diría grave, muito grave, a crise de valores (ou de falta deles).

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