A agência de notação Standard & Poor’s (S&P) retirou à Grécia a classificação de CC, baixando a nota da dívida do país para o nível SD, que é considerado um “incumprimento selectivo”. Esta revisão em baixa, anunciada ontem tem a ver com as implicações do acordo negociado entre o Governo grego e os credores privados para um perdão parcial da dívida helénica.
As implicações, entende a S&P, não se limitam aos credores que aceitaram abater parte da dívida soberana grega.
Em causa estão também as chamadas Cláusulas de Acção Colectiva, cujos termos sofrerem uma alteração, com efeitos retroactivos, após o acordo firmado na semana passada pela zona euro.
Do ponto de vista da agência, este processo é visto como uma reestruturação, já que os credores aceitam perder 53,5% do valor nominal dos títulos de dívida, a trocar por outros com juros de 2% até 2014, 3% entre 2015 e 2020 e 4,3% para o prazo limite de 30 anos.
Para a agência o envolvimento do sector privado na redução da dívida grega implica não só uma quebra do montante da dívida, mas também uma extensão das maturidades dos pagamentos dos empréstimos, um cupão mais baixo ou a alteração de outras características que afectam o serviço da mesma.
O segundo empréstimo de 130 mil milhões de euros da zona euro só será libertado em tranches e desde que a Grécia cumpra as novas medidas de austeridade e as reformas económicas acordadas com Bruxelas.
Com efeito, sempre que há, na Europa, uma decisão favorável à ajuda a um país em dificuldade, aparece imediatamente uma agência norte americana ou euro americana, a enterrar qualquer medida favorável ao euro e à coesão europeia, cortando a notação dada ao país apoiado, como acontece agora com a Grécia. É de tal modo uma situação recorrente, que mais parece uma oportuna estratégia de destruição do projeto europeu, afectando o elo mais importante desse projecto, que é a confiança na moeda comum.
HSC
Cara Helena,
ResponderEliminarA minha area não é economia politica, arrisco-me pois a errar, mas lembro-me de já ter visto este filme antes, noutros países, sempre que "alguem" tentava levantar a cabeça uma mão malvada empurrava dizendo ESTÁS É MAL MORTO.
Tactica antiga de países que receiam perder o poder.
Se no seio da U.E se quisesse, honestamente, ajudar um país em dificuldades o apoio económico-financeiro a esses países deveria ser providenciado, directamente, pelo Banco Central Europeu – a juros, digamos, de cerca de 1,5%.
ResponderEliminarE o BCE e Comissão não deveriam permitir a actuação das tais Agências de “Rating” no espaço europeu (U.E).
Nada disto se passa, como sabemos.
E assim, daqui a 20 anos, a Grécia, com sorte, estará, ainda, a pagar a sua dívida, a uma percentagem elevadíssima do seu PIB.
Resumindo, a ajuda externa da U.E, FMI, “Troikas”, etc, é uma fraude, ninguém, em boa verdade, está interessado em ajudar quem quer que seja (os países em dificuldades) e a única coisa que interessa a quem empresta dinheiro é conseguir extrair o maior “rendimento/investimento” possível de quem está em dificuldades.
O que me pergunto é por quanto tempo vão os povos, alvos desta obscena austeridade (que passa sempre ao lado de certos privilegiados) aguentar esta situação.
P.Rufino
Caros comentadores
ResponderEliminarTêm toda a razão!