Pela pena do poeta José Tolentino de Mendonça - um padre que muito admiro -, o Natal de todos nós, crentes ou ateus, numa poesia enviada de longe a todos os seus amigos.
É um impulso divino que irrompe pelo interior da história
Uma expectativa de semente lançada
Um alvoroço que nos acorda
para a dicção surpreendente que Deus faz
da nossa humanidade
O Natal não é ornamento: é fermento
Dentro de nós recria, amplia, expande
O Natal não se confunde com o tráfico sonolento dos símbolos
nem se deixa aprisionar ao consumismo sonoro de ocasião
A simplicidade que nos propõe
não é o simplismo ágil das frases-feitas
Os gestos que melhor o desenham
não são os da coreografia previsível das convenções
O Natal não é ornamento: é movimento
Teremos sempre de caminhar para o encontrar!
Entre a noite e o dia
Entre a tarefa e o dom
Entre o nosso conhecimento e o nosso desejo
Entre a palavra e o silêncio que buscamos
Uma estrela nos guiará
O Natal não é ornamento"
Uma das melhores coisas que nos podem acontecer é reconhecer "o outro", a sua qualidade, mesmo quando não pensamos do mesmo modo.
Tolentino de Mendonça tem essa rara qualidade de amar os que são diferentes dele. E eu, com a idade, cada vez mais aprecio quem pensa de modo diverso do meu...
HSC
Caríssima Helena,
ResponderEliminarUma mensagem bonita muito adequada a Natais mais difíceis que se avizinham.
«E eu, com a idade, cada vez mais aprecio quem pensa de modo diverso do meu...». Eu aceito, compreendo e não ajuizo, mas apreciar cada vez mais quem pensa de forma diferente de mim...? Só se for pela diversidade de opiniões e riqueza no debate, porque apreciar mesmo, só qualidades humanas.
Oh Minha Senhora, pela sua rica saúde! O Padre Tolentino um missionário, se calhar nem poeta!Versos sobre o Natal, bem escritos e sentidos, são os escritos por David de Jesus Mourão Ferreira. Esse sim, POETA do NATAL.
ResponderEliminarGrande poema Helena...
ResponderEliminarGosto desta ideia de peregrinar para encontrar o Natal.
Obrigada Helena,maravilhoso mesmo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Caro Monchique
ResponderEliminarAqui fica uma pequena biografia do Pro. Tolentino de Mendonça:
José Tolentino Mendonça
Poeta, sacerdote e professor, José Tolentino Mendonça nasceu em 1965, na Ilha da Madeira. Doutorado em Teologia Bíblica, em Roma, volta para Lisboa e nesta cidade, torna-se capelão e docente da cadeira de Teologia Bíblica na Universidade Católica.
Padre desde os 24 anos de idade, José Tolentino Mendonça foi seleccionado para a Bienal Internacional do livro do Rio de Janeiro, ao lado de uma plêiade conceituada de escritores e poetas portugueses. Este prestígio foi legitimado através da escolha do seu nome para fazer parte de uma antologia de poetas portugueses, da responsabilidade da Lacerda Editores. Organizada por Alberto da Costa e Silva e Alexei Rueno, esta obra intitulada "Panorama da Moderna Poesia Portuguesa", reúne 72 poetas modernos consagrados, nomeadamente Jorge Sena, Nuno Júdice e Fernando Pinto do Amaral.
Em 2000, fez a apresentação da reedição do livro O Pobre Tolo de Teixeira de Pascoaes, escritor falecido em 1952 e de quem Tolentino Mendonça dizia ser "uma figura de fronteira na paisagem mental do século português ".
Editou o seu primeiro livro de poesia "Os Dias Contados" em 1990 e, desde então, tem diversificado a sua obra como poeta, ensaísta e tradutor.
Assim, em 1997 traduziu "Cântico dos Cânticos", em 1994 editou o ensaio "As Estratégias do Desejo: Um Discurso Bíblico Sobre a Sexualidade", em 1997 "Longe Não Sabia", em 1998 "A que Distância Deixaste o Coração" e, finalmente, o livro de poesia "De Igual Para Igual."
Se o caro comentador julga que este percurso nada lhe diz, então temos conceitos diferentes do valor das pessoas. Está no seu direito!
Caro Monchique
ResponderEliminarTalvez lhe interesse também saber que o Prof. Tolentino de Mendonça tem 20 livros publicados, que facilmente poderá consultar na net, através de busca em seu nome.
Caro Paulo
ResponderEliminarExplico-me. Com as pessoas que pensam diverso de mim, questiono-me a mim própria, quanto tento percebe-las.
Se conviver só com quem pensa como eu, tendo a fechar-me no meu mundozinho e a ficar muito satisfeita com ele.
Quando digo "cada vez gosto mais de quem é diferente de mim", é justamente por esta razão.
Quando se amadurece, aprende-se que o mundo não é só a branco e preto, como eu pensava quando tinha 30 anos...
Helenamiga
ResponderEliminarConheço o Tolentino e reconheço a enorme qualidade do que escreve. Em Poesia faz parte dos Autores que mais aprecio. E eu sou mais para a prosa, como sabes.
Além disso é um Homem excelente, conversador emérito, afável que tenho o maior gosto de considerar um mestre.
Ainda que costume dizer que fui católico, mas curei-me este Natal que não é ornamento, é fermento é muito belo e tem que se lhe diga.
É muito bom que o tenhas publicado; e será ainda melhor que quem não o conheça, aceite o teu conselho. Ite, missa est. Ámen - e curei-me...
Qjs
Ñão vai levar a mal, mas da leitura da biografia nada consta que o Padre Tolentino seja missionário. Quanto ao resto e, como diz o Povo, mais vale cair em graça que ser engraçado. Quando ao David de Jesus Mourão Ferreira, aconselhho os seus leitores a procurarem na net a poesia sobre o Natal deste enorme Poeta. Assim começa ele no "Voto de Natal": «Acenda-se de novo o Presépio no Mundo! / Acenda-se Jesus nos olhos dos meninos! / Como quem na corrida entrega o testemunho, / passo agora o Natal para as mãos dos meus filhos.»
ResponderEliminarJá agora parabéns pelo êxito do seu livro de culinária. Comprei dois,para dar no Natal a cada uma das minhas filhas.
Em tempo: Só agora vi que me informa ter o Padre Tolentino 20 livros publicados.Cesário Verde, por exemplo, só teve um livro publicado. Para muitos já nem na cozinha a quantidade importa, atente-se nos amantes da "nouvelle cuisine".Para estes o imporante, o que interessa é a "délicatesse".
ResponderEliminarCara Helena
ResponderEliminarPalavra que eu nem queria acreditar...
Alguém pode explicar ao comentador Monchique o que é um "poeta"
Se ser poeta é "ter asas de condor" e é "amar perdidamente" quem melhor do que um missionário para escrever esta definição de Natal?
E os poetas populares? E a sabedoria em verso de António Aleixo e de tantos outros?
O meu tio foi um dos maiores poetas do Algarve e um padre à frente do seu tempo.Nunca notei nenhuma incompatibilidade.
David Mourão Ferreira terá sido um poeta do Natal, não duvido, até porque foi igualmente alguém que soube cantar o Amor. E o Amor tem muitas formas.
Caro Monchique
A sensibilidade poética é algo transversal a todos os extractos
sociais e culturais. É uma música interior que traz consigo um bailado de palavras, é uma torrente, é às vezes até "morder como quem beija"...
E o Natal, sobretudo o deste ano vai ser, tem de ser FERMENTO para fazer crescer em cada um de nós a CERTEZA de que, quando não há dinheiro para esbanjar, podemos sempre esbanjar abraços, sorrisos,disponibilidade e já agora... amor!
Foi isso que esse MENINO que faz anos, trouxe à humanidade.Um Amor tão simples e tão incondicional
Um Santo Natal, caro Monchique!
Um homem extraordinário em saber, poder de comunicação e entrega.
ResponderEliminarTenho a felicidade de o conhecer e ouvir muitas vezes sempre que está entre nós.
Abraços
Caro Monchique
ResponderEliminarTive o privilégio de conhecer David Mourão Ferreira e a sua obra magnífica. Um poeta maior e um homem sedutor.
Tenho o privilégio de conhecer- menos bem, infelizmente-, Tolentino de Mendonça que está ligado aos Missionários Combonianos.
David de Jesus Mourão Ferreira era de facto um poeta "poeta maior". Permita-me que cite o que disse Alçada Baptista a respeito de David:«A gente, a certa altura da vida, já não vai em muitas leituras. Tem uma grande enciclopédia que folheia. Eu gosto de folhear o David.» Mas neste tempo de Advento digamos com David: «Das mãos dadas talvez o fogo nasça, / talvez seja Natal e não Dezembro, / talvez universal a consoada.» Que neste tempo de crise,Dezembro seja mesmo tempo de Natal. Bom Natal.
ResponderEliminarJTM é um dos bons poetas que temos e um dos poucos poetas católicos que hoje escrevem em portugal. Temas e figuras biblicas ou a oração são aparecem na sua poesia, com eles controi liricas e belas composições. Aliás, fora os misticos de séculos passados, 16 e 17, a poesia religiosa perdeu-se creio quase completamente entre nós. Não temos nenhum claudel, max jacob ou peguy. Lembro-me do caso de josé régio,uma poesia religiosa torturada, algum poema de pascoaes ou de josé agostinho baptista e agora de JTM, escrevendo num tom de alegria comunicativa e abertura ao mundo. E há uns sacerdotes que escrevem poesia quase unicamente religiosa como frei mario branco (franciscano).
ResponderEliminarBonito o poema sobre o natal que nos é oferecido a ler.
"Tolentino de Mendonça tem essa rara qualidade de amar os que são diferentes dele."
ResponderEliminarPois tem. Espanta-me a ligeireza com que se crítica um homem que NUNCA ouvi criticar ninguém. É muito tolerante e talvez por isso tenha a enorme graça de tanta gente gostar de o ouvir. Um grande homem da Igreja e da Cultura.
Vaticano: Padre José Tolentino Mendonça nomeado consultor do Conselho Pontifício da Cultura
ResponderEliminar"In Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura")
Parabéns Pe Tolentino!
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