quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Liquidem-nas!


"Depois da ameaça de corte maciço de rating a 15 países da zona euro e ao fundo de socorro da moeda única, a agência de notação Standard & Poor’s (S&P) veio nesta quarta-feira fazer a mesma advertência aos maiores bancos da zona euro. CGD, BCP, BES, BPI, e Santander Totta entraram também em processo de revisão".
( in jornal Público de hoje)

À semelhança do que aconteceu com o grupo de países que há dois dias mereceram da S&P implicação negativa, também as instituições financeiras passarão a estar em processo de revisão. Na prática, isto significa que a agência pode cortar os seus ratings quando tomar uma decisão sobre as dívida soberanas dos 15 países, onde estão incluídos seis de rating máximo triple A – Áustria, Bélgica, Finlândia, Alemanha, Holanda e Luxemburgo – e outros nove, incluindo Portugal.
Naquela lista poderão constar na Alemanha o Commerzbank, o Deutsche Bank e o Eurohypo; na França o BNP Paribas, a Société Générale, o Crédit Agricole, o Natixis e o Crédit du Nord; na Itália o UniCredit, o Intesa Sanpaolo e o Ulster Bank.
Numa outra nota, divulgada á noite, foram colocadas em revisão as notas da maioria dos países da área do euro. Ontem, a ameaça repetiu, desta vez ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, que garante parte dos resgantes dos países sob intervenção externa (Portugal, Grécia e Irlanda) e hoje foram visados importantes bancos das três maiores economias da europeias.
Este é o terceiro alerta à zona euro, emitido pela agência, em três dias consecutivos, numa forma de pressão sobre os responsáveis europeus para que encontrem uma solução eficaz para a crise da dívida, um dia antes da cimeira europeia que se realiza em Bruxelas, e que reúne os líderes dos 27 países da União Europeia.


Em nota separada, a agência norte-americana colocou em processo de revisão sete instituições financeiras portuguesas, na sequência da revisão em curso ao rating do Estado português.


Segundo o aviso da S&P as notações da Caixa Geral de Depósitos, do BCP, do BES, da subsidiária Banco Espírito Santo Investimento, do BPI, da subsidiária Banco Português de Investimento e do Santander Totta poderão baixar do actual nível BBB- por causa do “impacto directo e indirecto” de um “possível corte à dívida soberana”.


Embora a agência não afirme quantos níveis poderá baixar a notação dos bancos, estes têm ratings que regra geral estão avaliados no mesmo patamar da dívida soberana. O que pode significar um corte em um ou dois níveis, uma vez que foi essa a ameaça feita ao rating do Estado há dois dias.


Ou seja todas as instituições financeiras a operar em Portugal podem indirectamente vir a ser afectadas pela dívida soberana, cujo corte quando não está associado a um quadro mais fraco para os bancos, pode vir a potenciá-lo.

Mas não será possível matá-las, liquida-las, calá-las? Se o inferno existe é constituído por estas insuportáveis agências de notação, donas e senhoras do destino de todos nós...
HSC

13 comentários:

  1. A S&P podia optar por uma revisão natalícia ao seu país e deixar a UE em paz (só um bocadinho).
    Ou isso ou fazer uma lareira com as agências todas sem precisar esperar pela concretização do Inferno. Para garantir que não escapam.

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  2. Mas quando é que criam regras que regulem a actuação omnipotente das agências de rating, por forma a pôr termo a este arrogante poder supra-sumo abusivo de avaliação, que chega a pôr em causa a credibilidade dos países e dificulta os mecanismos financeiros que os mesmo dispõem para fazer face à crise??

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  3. Ainda tenho esperança que um raio divino caia sobre certas cabeças coroadas que nos levam ao desespero.

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  4. Pena é que o Socrates tenha ido embora para Paris , logo agora que nos fazia imensa falta com os seus estudos de economia para explicar a essas agências e aos credores que só as crianças quando bricam é que pensam em pagar as dividas!

    OGman

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  5. Cara Helena,

    Penso que a premissa não será esta, ie não são as agências de notação as responsáveis. Foi antes toda a Europa que se pôs a jeito...

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  6. Era bem mais fácil se não houvesse agências de rating e , como diz o putativo engenheiro, as dívidas fossem coisas de crianças... Acho mais incrível ainda sendo a Drª Helea Sacadura Cabral economista pretender liquidar as agências de rating,pois, como sabe, os ratings estão presentes na actividade comercial a toda a hora. É impensável um banco conceder crédito sem primeiro fazer uso do "scoring" , a ferramenta informática que atribui níveis de ponderação e risco e, por conseguinte, a taxa de esforço e o rating do cliente, isto é, a sua capacidade de solvência e a sua qualidade enquanto pessoa de bem para honrar os seus compromisso. Quer-me parecer que a europa, e emespecial Portugal, entrou numa espiral de demência e desesronsabilização. À semelhança das economias particulares, os estado expuseram-se excessivamente aos finaciamentos externos. É certo que os financiadores também exageraram e concederam crédito em demasia, mas que raio! Quando vou ao restaurante não me passa pela cabeça consumir os melhores produtos Gourmet e, no final, insultar o dono do restaurante por me apresentar uma conta calada...ou mais propriamente, uma conta a berrar por ser ressarcida. Na economia tem que haver um árbitro, um interventor que avalie a qualidade da economia o país. Se os países não se querem expôr aos riscos, se não querem dar o flanco e ser vítimas da especulação, é simples: Não se endividem!! O que não está certo é consumir e pedir emprestado à tripa forra e depois culpar as ag~encias de rating...Óbvio! Puseram-se a jeitos...

    Quanto a tudo o resto que diz...dado que é economista e dado que o signatário destas linhas desenvolve a actividade profissional na banca vai para mais de 20 anos...convenhamos Drª que...não o podemos dizer muito alto, mas que sabemos que os ratings estão correctos...lá isso... ou não concorda?

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  7. Boa tarde Helena, efectivamente as agências de rating assemelham-se a ervas daninhas, a visitas não solicitadas e especuladoras...
    Um beijinho,
    Sofia

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  8. Meu caro Paulo
    Claro que uma parte da Europa se pôs a jeito. Mas tem que convir que não é só isso que determina a notação das agências - duas americanas e a Fitch francesa com 60% do seu capital nas mãos de um homem de negócios - cujo core business tem muitos interesses de que pouco se fala...


    Meu caro Bento
    Pois de facto não andarão muito longe da verdade. Mas nós sabemos que uma parte dessa responsabilidade também lhes passa pelas mãos. Ou não?
    Quantas vezes se enganaram ? E porque terá sido?
    Só agora é que se arrogam de credibilidade?. Esta ganha-se e não me parece que o seu percurso - o delas, claro - seja muito isento...

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  9. Cara Helena:

    "Basta!" Dizemos todos num grito catártico e mais nada. As agências mandam e as que mandam mais são, pelos vistos, as inimigas da Europa. O assunto é mais profundo do que parece porque toca no íntimo de todos nós e não só no aspecto financeiro. A revolução que Poder anglo-saxónico de "aquém" e de além mares é a da estupidificação total das massas para melhor as manobrar ainda. Há relativamente pouco tempo, nos EUA, falava com americanos sobre a enorme expansão europeia dos Canais Mezzo, e eles, pessoas amantes de música, ficaram furiosos, "que no RU, por exemplo só havia as Radio 3 and 4" e que quem gosta de ópera que vá ao Teatro…" Veja-me a falácia, a maldade do raciocínio… o ódio à Europa de ainda alguma cultura divulgada! Creio que o "rating" quer chegar, no nível mais profundo, à destruição de tudo isto e pôr-nos a ver na Televisão fitas com diálogos assim: "Ok, you all will have a piece of pizza, but I want you all guys to have some salad". Need I say more?

    Aproveito, Helena, para lhe dar os meus Parabéns já um pouco atrasados!

    Raúl.

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  10. Helenamiga

    Entre as ratingonas e o Camarão do Reino de Sua Graciosa Majestade, venha o dianho e escolha...

    Qjs

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  11. Eu acho que quem tem a culpa disto tudo é o Bin Laden, que mandou abaixo as torres erradas.

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