"...De repente, pela primeira e espero que última vez na vida, dei por mim com pena do eng. Sócrates: o que foi aquilo, meu Deus? Uma coisa são as vastas limitações da criatura, outra é a candura com que a criatura as expõe, essa sim uma propensão infantil. Pobre homem, que não arranja uma alminha amiga para preveni-lo do ridículo que comete, que está rodeado de tontos ou sabujos prontos a alimentar os seus delírios, que vive enfim numa completa solidão. O preço do poder, ou dos privilégios amealhados no poder, não precisa de ser tão elevado. As benesses materiais e afins não podem servir unicamente para enxovalhar o usufrutuário, ainda que a falta de consciência do usufrutuário, tradicionalmente aliada aos excessos do respectivo ego, o ponham a jeito com regularidade".
"...A história da dívida "gerida" recebeu palmas porque os espectadores não percebiam português e porque o francês técnico do eng. Sócrates não chega para plateias, embora sobre para estudar numa das mais prestigiadas universidades do continente. Estudar, seja filosofia, economia, inglês ou engenharia, é a vocação dele. Aprender, inclusive a estar calado, não é. Típico de criança."
(excertos da crónica de Alberto Gonçalves publicada hoje no Diário de Notícias)
Tinha decidido não fazer qualquer comentário sobre este assunto. Sócrates não merece que se percam quaisquer minutos com ele. Já perdemos seis anos por sua causa. É mais do que suficiente.
O que ele queria dizer até pode ter laivos de verdade. Mas os portugueses agradeceriam o seu silêncio por uns meses. Cem dias é muito pouco tempo para nos esquecermos dele.
O que ele queria dizer até pode ter laivos de verdade. Mas os portugueses agradeceriam o seu silêncio por uns meses. Cem dias é muito pouco tempo para nos esquecermos dele.
E eu pergunto porque é que ninguém lhe lembra o que Juan Carlos fez com outro iluminado do poder, quando lhe perguntou "porque no te callas?"
HSC
Nota: No texto de Alberto Gonçalves, que não reproduzi, faz-se referência a uma intervenção diplomática no caso da matrícula de Socrates na Sorbonne que sei, de fonte segura, não corresponder à verdade e que foi, em tempo oportuno, desmentida. Por isso lhe não fiz aqui qualquer menção.
...foi mais "de Matosinhos, com amizade..."
ResponderEliminar;)
Que poste tão triste HSC !
ResponderEliminarNem parece saído da sua pena...
agradece se não só o silencio dele mas tambem o silencio das televisões e jornais que não deviam incluir nos noticiários o insignificante episódio.
ResponderEliminarpois geralmente os prepotentes assumem-se e dizem aos caídos na desgraça para estarem calados
ResponderEliminarum rei rebaixar-se a um taxista ou a um pedreiro sindicalizado?
jámé
é de bom tom que o pedreiro tenha avental ou avena e tal
senon que se cale
que falar depois de morto é de fraco tom
já os restantes podem assumir todas as parvalheiras que queiram debitar
os caídos não têm tempo de antena
nem são humanos
... texto onde o sr. Alberto Gonçalves não se coíbe de dar eco, uma vez, a uma insídia do pior jornalismo no mercado, que afeta a representação diplomática portuguesa em França, aliás já indiretamente desmentida por um porta-voz identificado de Sciences-Po na "Sábado". Mas, este é um caso, em que, ao que parece, vale tudo.
ResponderEliminarCuidado que ainda volta!
ResponderEliminarPelo menos esta intervenção do Sócrates serviu o propósito de nos esclarecer, sobre as possíveis razões de tão má gestão. Mas realmente mais valia ter ficado calado!
ResponderEliminarParabens ao HSG.Vê com clareza e inteligencia o que toda a gente sabe e não tem vendas nos olhos!
ResponderEliminarTal e qual. Triste para nós,termos tido tal personagem como 1ºministro! Tenho muita vergonha,acreditem. Nós que nos orgulhamos do nosso passado,de conquistadores pelo mundo fora,agora saem-nos pessoas tão estranhas!
Senhor Embaixador
ResponderEliminarPor saber, de fonte segura, que é completamente falsa a notícia de uma intervenção diplomática no caso da matrícula de Socrates na Sorbonne, é que me limitei a transcrever a parte que, na crónica corresponde ao sentimento de muitos portugueses. Mas fez bem em mo lembrar, porque irei fazer uma chamada de atenção para o facto.
Helenamiga
ResponderEliminarNão sou representante, muito menos legal, de ninguém, muito menos Sócrates me pagou para defesa dele. Nem eu aceitava. Mas, de imediato, me veio à memória o Esopo e o seu Leoni mortuo lepores insultant.
Um leão moribundo deitou-se à abertura de sua caverna, ofegante esperando o fim. Perante isso, os animais, antes seus subordinados, foram-se chegando a ele, e pensaram, já cheios da valentia que noutros tempos não tinham tido, e disserem que era chegada a hora de ele pagar pelo que tinha feito e originado: rancores e medos.
O javali e atacou-o com as suas presas; o touro deu-lhe umas marradas, e por aí fora. Uma lebre, presa potencial e preferida da fera, deu-lhe uma dentada numa orelha dele. Finalmente, o asno, sentindo-se seguro, pregou-lhe dois coices. E o último rosnido do leão foi: "Isto é morrer duplamente". Enfim, moral da estória: entre os covardes até as lebres insultam o rei agonizante…
O homem até ganhou à primeira com maioria absoluta e, vai-se a ver, agora todos lhe batem sem piedade.
Qjs
PS (aqui é Post Scriptum) - Quanto à perfídia e à baba peçonhenta bolsada sobre o embaixador Francisco Seixas da Costa - vozes de burro não chegam ao céu.
No no tempo da Velha Senhora, até se dizia que o boato é crime, e fere como uma lâmina
Eu diria antes:
ResponderEliminarDe Paris com humor...
Porque não seguimos o exemplo de outros países que responsabilizam os que prejudicam o erário público?
ResponderEliminarTemos o recente exemplo da Casa Real espanhola ao considerar que o comportamento do genro do rei Juan Carlos não parece ser exemplar e anunciou que o mesmo vai deixar de participar em actividades oficiais.
Por aqui, a culpa morre solteira e, ainda, temos que aturar as baboseiras de alguns "cromos" que mais não fizeram que prejudicar o país (e, pelos vistos, sem consciência).
Isabel BP
«Agora ele saiu e está pessoalmente bem, mas cá continuamos nós, colectivamente mal e a pagar a factura das suas leviandades. Foi este homem que nos governou durante seis anos. Dando sinais errados e perigosos para as famílias, as empresas e o país. Por isso, a poupança diminuiu, a produção não aumentou, a produtividade baixou, o défice de competitividade agravou-se e pagamos agora, com língua de palmo, as fantasias da ilusão e da facilidade. Até agora este homem tinha pensado e agido desta forma. Agora, confessou-o mesmo e ainda por cima sem mostrar ponta de arrependimento. Mais uma razão para nunca o esquecer. O homem e as consequências do seu pensamento. Especialmente quando ele quiser regressar.»
ResponderEliminarTrecho sobre o mesmo tema de Luís Marques Mendes, CM
Na verdade, ninguém está interessado em saber o que ele estudou sobre economia, até porque todo o seu percurso académico é nulo, para não dizer obscuro, e uma afronta para quem dá realmente o litro por maiores qualificações. E se são necessários desmentidos sobre falsas notícias é precisamente por esta opacidade que assombra todo o seu repertório discente. Caso contrário, nenhuma representação diplomática, ou outra, seria afectada, passando incólume a qualquer espécie de (mau) jornalismo praticado.
Cara Loira
ResponderEliminarPois claro que sim, que tem razão. Só mesmo com humor alguém poderia ter ensaiado o disparate.
Como de certo o personagem não se calará, no próximo roubo-lhe o título. Seu, claro, porque o dele não lhe custou mesmo nada...
Meu estimado Henrique
O seu comentário até seria verdadeiro, se Socrates fosse um leão moribundo na caverna. Mas não é. Nem leão, nem moribundo. E, Vivinho da Costa ainda a mexer lá onde está, muitos cordelinhos na oposição socialista para, um dia, voltar para cá.
Por mim estou à vontade. Sempre o critiquei naquilo que entendi. E, ingénua, no princípio até acreditei. Imperdoável!
Aliás, meu caro Henrique, foi com as maiorias, que ditadores tomaram o poder. Veja o Hitler, que também ganhou as eleições!
caro Patrício Branco, tem toda a razão. Aqui está uma novela que não merecia um segundo de tv!
ResponderEliminarSubscrevo inteiramente as opiniões relativas ao excesso de importância que as televisões deram ao caso. Considero que já perdemos muito com o referido ex primerio ministro.
ResponderEliminarEfectivamente quando ouvi as aludidas declarações só me lembrava do Rei Juan Carlos.
Era bem melhor para todos que se calasse!!!!
Cara Helena,
ResponderEliminarO seu único "erro" foi ter dado importância à criatura. Que merece ser esquecida, ainda que não perdoada e aqui concordaria com Isabel BP.
Seu seguidor e leitor que a estima.
Cara Helena,
ResponderEliminarConcordo plenamente que o "Engenheiro" ainda deve ter esperança de voltar um dia ao poder... Afinal não é ele um grande admirador do Hugo Chávez?
Isabel BP
Muito obrigado, Doutora Helena Sacadura Cabral.
ResponderEliminara proposito da fábula do velho leão lembrada por haf, até senti compreensão pelo asno que desferiu o ataque, era como sabia fazer, e só depois dos outros animais terem agredido o leão sem forças. Devem ter sido 2 coices dados ao mesmo tempo, imagino.
ResponderEliminarDe qualquer maneira não deve ter doido muito ao leão, refiro-me à dor fisica dos coices. Doeu-lhe sim ter sido um burro. era o que faltava, tambem o burro, murmurou ou pensou o velho leão.
bem, transpondo isto para a realidade, o leão será portanto sócrates mas quem será o burro?
ps. concordo com hsc que o leão não se sente moribundo e todo este episódio poderá não ter sido por acaso mas planeado.
Meu caro Patrício Branco o que eu me ri com a sua pergunta "quem será o burro"?
ResponderEliminarAi! o que nos salva é o humor...
... o burro foi o povo português que cometeu o erro de o meter no poder por duas vezes mas que foi o último a derrubá-lo de lá!
ResponderEliminar... quanto à publicidade, não substimem o homem: deve ser periodicamente lembrado pelas piores razões. Não vá surgir uma onda de nostalgia pelo facilitismo e pelo porreirismo recentes...
Ainda quanto à representação diplomata portuguesa em França, a carreira e o nome do seu embaixador, Doutor Francisco Seixas da Costa, respondem por si só e jamais sairia chamuscada!
ResponderEliminarA Dra. Helena Sacadura Cabral vai permitir-me que, neste espaço, agradeça a simpatia do comentário de Paulo de Abreu e Lima.
ResponderEliminarHelenamiga
ResponderEliminarCito o Scolari: e o burro sou eu...
Um abraço ao Francisco Seixas da Costa. Bem o merece - e ninguém lhe atira lama; muito menos o tal sr. Alberto Gonçalves.
Qjs
Não concordo consigo, quando diz que já perdemos seis anos. Temo que tenhamos perdido muito mais. O futuro se encarregará (ou não) de o confirmar. Valores inestimáveis, como a soberania, já lá vão.Veremos, se houver um forte agravamento da situação económica que gere conflitualidade social ao ponto de ruptura, se não perdemos também a liberdade...
ResponderEliminarO Sr engº socrates subiu a escada do partido até lá em cima!!!
ResponderEliminarMérito de quêm pergunto eu ???
E já agora, demético de quem mais ?
gostava de conhecer as vossas iluminadas respostas.
OGman
Caro Ogman
ResponderEliminarMérito e demérito dos que votaram nele.
Demérito para quem lhe não fez a devida oposição.
No princípio, até acreditei que algo poderia mudar. E mudou. Para pior. Mas não lhe dei o meu voto, porque "acreditar" é muito diferente de "lutar por".
Depois, o crédito foi à vida. E debitei. Aqui no blogue, nos sítios onde falei e nas urnas.
Que mais poderia fazer?
E o meu caro Ogman, o que fez? Conte-nos lá!