Mão amiga fez-me chegar o texto seguinte publicado e escrito por Manuel António Pina, o vencedor do Prémio Camões 2011. Não o tinha lido. Mas como aborda uma questão sobre a qual já postei e que considero grave, entendi que devia dá-lo a conhecer a quem por ventura dele não tivesse conhecimento. O seu título é o meu. Ei-lo:
"Ao contrário do que foi dito quando veio a público o escândalo do "copianço" no CEJ, o caso não é "pontual". Acompanhei de perto um curso anterior em que o "copianço" era frequente e a política seguida por certos (insisto: certos) dos então responsáveis do CEJ a de esconder esse lixo debaixo do tapete.
Alguns professores abandonavam as salas durante os testes confiando a vigilância à honestidade de cada formando. O problema era que a honestidade de alguns (hoje nos tribunais a acusar e julgar casos de fraude) nem sempre era a expectável em futuros magistrados.
Existem nos arquivos do CEJ documentos demonstrando o que aconteceu a uma formanda que quebrou a lei da "omertá" e se referiu ao assunto durante um encontro na presença do desembargador coordenador da sua formação. Na sequência disso (decerto por coincidência), passou a ser sujeita a humilhações e discriminações de toda a ordem e "avaliada", em relatórios escritos, por coisas como fumar, almoçar sozinha, ter "pré-juízos" em relação às leis de protecção animal (pois teria gatos) e a direitos de autor (pois publicara obras literárias), culminando tudo num relatório final do mesmo desembargador, feito com base em quatro (repito: quatro) trabalhos, escolhidos a dedo entre os mais de 500 que realizara, que a forçou à desistência.
Talvez a formação de futuros magistrados seja coisa séria de mais para estar entregue a certos actuais magistrados."
Dizer mais para quê?
HSC
"Ao contrário do que foi dito quando veio a público o escândalo do "copianço" no CEJ, o caso não é "pontual". Acompanhei de perto um curso anterior em que o "copianço" era frequente e a política seguida por certos (insisto: certos) dos então responsáveis do CEJ a de esconder esse lixo debaixo do tapete.
Alguns professores abandonavam as salas durante os testes confiando a vigilância à honestidade de cada formando. O problema era que a honestidade de alguns (hoje nos tribunais a acusar e julgar casos de fraude) nem sempre era a expectável em futuros magistrados.
Existem nos arquivos do CEJ documentos demonstrando o que aconteceu a uma formanda que quebrou a lei da "omertá" e se referiu ao assunto durante um encontro na presença do desembargador coordenador da sua formação. Na sequência disso (decerto por coincidência), passou a ser sujeita a humilhações e discriminações de toda a ordem e "avaliada", em relatórios escritos, por coisas como fumar, almoçar sozinha, ter "pré-juízos" em relação às leis de protecção animal (pois teria gatos) e a direitos de autor (pois publicara obras literárias), culminando tudo num relatório final do mesmo desembargador, feito com base em quatro (repito: quatro) trabalhos, escolhidos a dedo entre os mais de 500 que realizara, que a forçou à desistência.
Talvez a formação de futuros magistrados seja coisa séria de mais para estar entregue a certos actuais magistrados."
Dizer mais para quê?
HSC
Pois António Pina diz coisas que muitos não têm coragem de dizer, mas infelizmente caem sempre em "saco roto".
ResponderEliminarUm exemplo disso é o novo estatuto do Jornal expresso e que p levou a escrever este artigo no JN e do qual faço aqui um pequeno resumo:
A propósito do ponto 7 do estatudo editorial do Expresso: “(...) a verdade factual deixou de ter por si só, mesmo dentro da lei, "interesse nacional"; e mais: o jornal passará a substituir-se ao poder político e a definir o que é, ou não, de "interesse nacional", podendo decidir não dar a conhecer verdades se as achar inconvenientes ou inoportunas. A bem da Nação.” Manuel António Pina in Não é censura, é outra coisa, JN 28Jun2011.
Estou siderado .
ResponderEliminarÉ bem pior do eu poderia imaginar.
Olá Helena!
ResponderEliminarEstou chocada com o que acabo de ler.
Eu sei que nem toda a gente tem esta opinião, mas eu há muito que considero que a única profissão em que se não deve dar lugar aos novos é a de JUIZ. Defendo que por mais brilhante que tenha sido o aluno,mais eficaz o mestre, o jovem magistrado não tem, em princípio, condições para JULGAR.
Porque JULGAR é substituir o povo, mas também o Divino. E quando um homem julga outro homem o risco tem de ser mínimo. Para isso, é preciso tempo de vida e de observação da humanidade, dos seus valores, dos seus medos,dos equívocos, é preciso ter mundo, maturidade,"patine"...
Quando alguns de nós olhamos para trás, tantas vezes sorrimos da nossa ingenuidade antes dos trinta? Hoje teríamos decidido com outra ponderação.
Mas defendia esta ideia entre amigos,apesar de estar convencida que o ensino desses jovens era de facto DE EXCELÊNCIA.
Eis-me confrontada com uma enorme e repetida BALDA.
Como é que, em tão poucos anos, passámos de uma "cega e ridícula tolerância zero" para uma"ridícula e cega tolerância mil"???
Como dizia há poucos dias o meu amigo Pedro Rolo Duarte, no seu blog, TENHO MEDO.
Não dos sacrifícios, SIM...desta "JUSTIÇA"
ERA UMA VEZ disse tudo e tocou na ferida... TEMOS MEDO!
ResponderEliminareheh...
ResponderEliminarAcho piada às pessoas que ainda escrevem "estou chocado(a)" e outras expressões do género... fazem-me lembrar o N.C. naquele filme em que faz de anjo e dá o salto para passar a ser um humano... a dada altura leva um soco na cara e dói-lhe (novidade!)... estas pessoas fazem-me lembrar anjinhos!!!
Toda a Sociedade está pejada deste tipo de podridão... claro que sempre com os melhores cumprimentos do SISTEMA MONETÁRIO E DO SEU DESCENDENTE 'O CAPITALISMO'. Este belo Sistema limpou os "malditos" Valores e substituiu-os por Interesses... e por Interesses VALE TUDO...
É de bradar aos céus!!! que (não) fizemos nós para merecer este descalabro no seio da Justiça?
ResponderEliminarQue grande bandalheira, isto ee uma corporacao de nescios com poder a mais, mas tenho esperanca que o novo governo esteja atento a este descalabro de valores e moral e ponha cobro a este atentado ao povo portugues. Livra!
ResponderEliminarSó quem não é ou nunca foi "cliente/utente" assíduo da Justiça é que não sabe disso.
ResponderEliminar"Engraçado, os processos que este senhor, da empresa X, entrepõe vão sempre calhar ao mesmo juiz, independentemente da vara ou secção", terá dito um oficial de justiça sobre um novo processo cível no antigo palácio da... Justiça.
Permitam-me indignar-me, com a vossa indignação! Afinal, onde é que teem andado? aqueles que nos envergonharam, agora com os copianços nos exames de acesso às magistraturas, são os nossos filhos, aqueles a quem a maioria de nós se esqueceu de educar para os valores éticos que devem reger não só os magistrados mas todos os demais, não educamos para a cidadania, não educamos bons seres humanos, preocupamo-nos em dar-lhes um futuro onde ganhem dinheiro, tenham estatuto social, a qualquer preço. Educamo-los a serem moldaveis, sem coluna vertebral a terem bom feitio, sem carater algum, liquidos numa sociedade cada vez mais liquida pronta a moldar-se ao que for preciso para obter o que pretende...sendo que o que pretende é dinheiro e boa vida. Indigna-me ver os nossos licenciados no fim do curso a receberr o "canudo" rodeados de pais piores que eles a acharam que chegaram ao fim, que o seu esforço acabou e agora é só ganhar dinheiro e boa vida. Um curso é apenas uma ferramenta igualzinha a um martelo ou a uma fita métrica, é uma mais valia, para a construção de um mundo que se quer melhor mais justo e equilibrado, não é um passaporte para o facilitismo. Sim! eu conheço Srªs Juízas que com o seu primeirro ordenado compraram uma carteira Hermés, porque se acham com direito. Conheço pais que no final do curso presenteiam os filhos com grandes carros e viagens longinquas como prémio. Meus senhores o final de um curso é o começo de uma vida de trabalho, onde vão de mostrar a fibra de que são feitos. Tiraram boas notas? só cumpriram a sua obrigação, nada mais deram do que eram obrigados. Quem tem talento tem de se pôr ao serviço dos outros. Não é assim que os educamos? temos pena! não se queixem dos que copiam, dos que fecham os olhos, dos que não teem carácter, dos que não valem nada foi assim que os educaram, apenas estão validar a educação que receberam, e, agora são magistrados, médicos, advogados, jornalistas, economistas, são os nossos filhos, pois então! não os educamos, temos aqui os resultados. Porque é que se indignam??? ou é apenas mais uma perversidade?
ResponderEliminarCarolina, permita-me este post já chegou ao Brasil Chega-lhe para perceber, ou este filme ajuda também?
ResponderEliminarDe que lado vê a perversidade?
eheh Eu mato... a Carolina esfola... e eu sinto-me completamente livre para estorricar o morto e esfolado...
ResponderEliminarClaro está, que o que a Carolina escreve é por demais evidente e verdadeiro... E nunca é demais voltar a escrever o que já escrevi
"Este belo Sistema limpou os "malditos" Valores e substituiu-os por Interesses... e por Interesses VALE TUDO..."
Os progenitores já não transmitem os Valores às suas proles, pois Valores não financiam NADA.
Ora, o futuro será ainda mais do mesmo pois temos, no mínimo, três gerações inteiras envenenadas pelo Vírus do Capitalismo. E para esta infecção ainda não há cura... há um tratamento, mas que leva à morte... o exemplo é a Grécia... vão definhar lentamente apenas para pagar juros das "ajudas beneméritas" dos "parceiros" e "terroristas financeiros". Nós seguimos logo atrás, pois a grande maioria apenas Acredita nas Balelas vomitadas pelos Meios de Comunicação Social, e estes, são meros retransmissores de propaganda Capitalista e Especulativa...
Pode ser que os Gregos entrem em Guerra Civil e que isso chegue para abrir os olhos aos portugueses...
Este senhor escreve que se farta, bem,muito bem,é um gosto que tenho ,ler Manuel António Pina.
ResponderEliminarEscreve só verdades, só que é para um lado e para o outro. Aproveitem que vale a pena.
A progenitora do título, caso tenha alguma coisa em concreto a apontar a auditores de justiça e/ou magistrados, tinha "porventura" o dever de denunciá-la. Ou basta lançar umas citações ao ar como quem não tem nada a ver com o que quer insinuar? ;)
ResponderEliminarVoz, só twm culpa quem tem capacidade de decisão... os outros, os que nada sabem, são induzidos pelo Sistema!!!
ResponderEliminarO anónimo das 3.45 tem razão!
Fada... claro que tens razão. A no junção da tua razão com a minha nasce a beleza deste actual SISTEMA CAPITALISTA INSTITUCIONAL...
ResponderEliminarA Maioria tem o cérebro de tal forma formatado que nem sequer conseguem conceber algo de diferente... e se por ventura leem algo que aponte outras formas de viver e de Sociedades... a traumatismo cerebral é de tal ordem que fogem a correr para o Estádio de Futebol, ou Mega-Concerto, ou Centro Comercial, mais próximo... pois sentiram a Morte e querem fugir dela...