sábado, 18 de junho de 2011

Não sei o que dói mais...


Uma comentadora, a Mar (azaharealfarroba.blogspotcom), está na origem do post de hoje. Trata-se de alguém que, numa idade em que se costuma voltar ao país, decidiu sair dele. Porque tinha filhos e a terra onde nasceu lhe não permitiu viver com a dignidade que pretendia. Está sozinha no outro lado do mundo, a fazer não os trabalhos para que se encontra qualificada, mas aqueles que lhe permitem um maior bem estar aos que lhe são queridos. Define-se de uma forma admirável que me permito transcrever aqui:

"Nao sou pacifica mas sou pacificadora,nao sou quieta mas gosto da quietude do silencio da luz, das flores,dos meus dois filhos e de mim".

Depois de visitar o seu blogue fiquei a perguntar a mim própria o que é que lhe doerá mais: ter sido obrigada a sair ou viver exilada num país que não é o seu, mas lhe permite manter a família.
Ou seja, a quem doerá mais a vida: ao emigrante ou ao imigrante, já que são ambos as duas faces de uma mesma moeda?!

HSC

7 comentários:

  1. Querida drª Helena... REALMENTE é um ANJO!! Nem imagina o que senti quando li os desabafos da Mar... não lhe irei responder à pergunta porque é muito difícil... o que lhe posso dizer é que tanto a Mar como a drª Helena fazem uma pessoa pensar. A Mar é uma lutadora, mulher de garra!... mas ninguém merece ter de saír do País assim... ficaria contente se aqueles que prejudicam os outros se fossem embora, mas assim... é triste e causa um arrepio na espinha... é a prova de que em vez de evoluírmos enquanto Povo e Nação, regredimos. :((

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  2. Infelizmente são cada vez mais as pessoas, de todas as idades, a emigrar. Em família ou sozinhos... Não sei o que exige maior coragem, ir embora ou ficar a lutar por um Portugal melhor.

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  3. Cara Helena

    De tanto nao sou merecedora, sou apenas mais uma de tantas mulheres que sozinhas fizeram as malas e partiram. Por aqui ha muitas, vindas de n cantos do mundo.Como muito bem diz, emigrar resulta em imigrar,pessoalmente custou-me muito(a valer)mesmo muito abandonar o meu Pais, a minha casa e despedir-me dos meus, fi-lo com o coracao apertado de magoa,nao de medo.
    Hoje, passados tres anos e meio, estou centrada em tentar perceber o ciclo que vivo e porque.
    A partida foram muitos erros os que me trouxeram tao longe e dos quais assumo as consequencias. Nada me assusta muito....e como ee fim de semana,la vou eu reconfortar o meu doentinho.Esta ee a raivinha de dentes que ainda doi,porque nao o fazer na minha terra? O estigma da idade!.
    Grata lhe fico pela sua estimada atencao.
    Abracos

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  4. Cara Stiletto.
    Isso depende da paciencia de cada um. A minha tem limites, mas louvo os que ficam na luta.
    Eu por ca consigo arranjar (fruto do meu trabalho) dinheiro suficiente para pagar as minhas contas em Portugal.Nao fico devedora ao Estado nem a Banca, faco o que posso pelo meu Pais tambem. Abraco

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  5. Tb já vive "lá fora", só quem pasa por isso sabe, o que é sonhar com o mar e qdo acorda não há mar nenhum, FOI MT DIFICIL, mas à época viver no estrangeiro e aprender linguas era uma mais valia, qdo voltei foi fácil arranjar trabalho.

    Agora vivo com o permanente medo que a minha filha única Tb queira ir... luta todos os dias para valorizar Portugal aos olhos dos que nos visitam, mas sabe que tem valor e mereçe mt mais do que lhe dão...

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  6. Tem dado muito jeito aos governantes do país que a opinião pública não tenha conhecimento do elevado número de portugueses que partem para o estrangeiro.

    Reino Unido, Espanha, Angola, Brasil (está a surgir uma nova vaga), são alguns dos países mais procurados pelos portugueses que anseiam por um futuro mais promissor.

    No entanto, é lamentável que não haja consciência que são cada vez mais os jovens que estão a emigrar e a originar uma enorme fuga de capital humano - "fuga de cérebros" devido às suas aptidões técnicas ou de conhecimentos.

    Um país que tem uma população extremamente envelhecida como Portugal não pode continuar a cometer erros destes porque enquanto jovens válidos estão a sair inconformados pela falta de oportunidades, assiste-se à absorção pelo próprio Estado de outros jovens que não passam de trapaceiros - o caso dos admitidos pelo CEJ com a "bonita" classificação de 10 valores e à custa do copianço.

    A Mar é um dos muitíssimos casos de emigração recente motivada pela triste realidade sócio-económica a que o país chegou.

    Espero que a minha esperança num futuro melhor não esmoreça e que os novos governantes zelem pelos verdadeiros interesses do país.

    Isabel BP

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  7. Mar,

    Ontem desde casa fiz várias tentativas para responder aos seus post, hoje desde aqui que é mt mais potente vou tentar novamente.

    BOA SORTE!

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