"The meanning of life is give life a meanning"
Esta frase vem numa fotografia que ilustra, hoje, o blogue Acto Falhado, da Rita Ferro. Li-a quando havia acabado de receber uma notícia que me entristecera muito. E como acredito que nada acontece por acaso, fiquei a meditar no que verdadeiramente importa na vida, quando esta nos pode ser tirada de um momento para o outro, ou quando nos pode ocorrer algo de totalmente imprevisível, como já se passou comigo.
Talvez um dos aspectos mais graves deste tema, seja a dificuldade de definir o que realmente é importante na nossa existência. Porque para mim, por exemplo, é um conjunto de coisas que pode significar muito pouco para outras pessoas. Na verdade, tirando a saúde e o amor, objectivos pelos quais todos lutamos, o resto, aquilo por que cada um se bate, pode ser muito distinto.
Vejamos o meu caso. Dois filhos meus fizeram da política a sua vida. Eu seria incapaz disso. Com respeito, convivemos todos, em harmonia. Mas isso exige que cada um considere a união familiar como um objectivo de vida. O que não é fácil, porque no nosso caso pressupõe, para além do amor que nos une, uma enorme capacidade de tolerância.
O sentido da vida é, de facto, dar-lhe um sentido. Mas se isso à escala individual já não é fácil, que dizer das escalas familiares, nacionais e internacionais?
Há muito que considero a tolerância uma das maiores virtudes do ser humano. Que me esforço, aliás, por praticar. E, talvez por isso gosto cada vez mais de quem pensa diferente de mim. Exactamente porque a vida pode ter diversos sentidos. O problema é que, por norma, há sempre quem considere que uns têm mais sentido do que outros...
HSC
Mais uma vez, li, maravilhada aquilo que a Helena escreve. Se não for ousadia, gostava de dizer que faço minhas, as suas palavras. Também gosto de cultivar a virtude da tolerância que considero cada vez mais importante na nossa sociedade. Há que respeitar quem pense de maneira distinta da nossa. Aceitar opiniões diferentes só nos pode enriquecer...
ResponderEliminarSigo o seu blog há uns tempos, com muito prazer, por indicação de outra pessoa. Este seu texto, hoje, evocou-me uma apresentação da TED que vi há pouco tempo e que mencionava exactamente a palavra "tolerância", que nunca me agradou muito, de facto. Espero que não se importe que partilhe a apresentação consigo.
ResponderEliminarhttp://www.ted.com/talks/krista_tippett_reconnecting_with_compassion.html
S.
Cara Helena,
ResponderEliminarConcordo na íntrega com o que escreveu.
A vida é para ser vivida à nossa maneira, mas com tolerância e respeito pelos outros.
Hoje, recebi um e-mail de uma prima e o assunto era "Obituário", a comunicar a morte de duas pessoas nossas conhecidas e a fase terminal de uma outra... Pensei estamos a entrar na idade em que se começa a ver partir familiares e conhecidos.
Na minha vida, a morte esteve presente desde muito cedo. Aos 20 anos perdi o meu pai com 45 anos e até aos 22 anos mais 5 familiares chegados.
Uma das vezes, quando regressei às aulas, um dos meus professores (da cadeira de História da Idade Média) disse-me com o seu ar paternal "minha filha, tu melhor que ninguém sabes dar valor ao quotidiano das pessoas na Idade Média". Passei a ter um enorme respeito e fascínio pela época medieval.
Essa fase da minha vida, fez-me crescer e passar a não ligar a pormenores sem importância.
Na nossa sociedade e, principalmente, no mundo do trabalho dá-se importância a "coisitas" que não passam de futilidades.
Quando fiz 45 anos (a idade com que o meu pai morreu) decidi fazer um balanço da vida - o que já tinha feito e o que ainda quero fazer.
Na vida, e como filha única, apenas continuo a ter MEDO de ficar sem os poucos familiares que me restam, principalmente a minha mãe.
Só tenho uma intolerância... à inveja, infelizmente, tão enraízada na maneira de ser de muitos portugueses.
Isabel BP
Como eu a compreendo!
ResponderEliminarCostumo dizer:
Engano-me sempre
Nos caminhos
Que me levam ao céu
E assim faço a minha penitência todos os dias
Um bom dia para si
MARIA
Drª. Helena!
ResponderEliminarEscreveu uma palavra, um dom de Deus, que eu tanto gostava de poder ter: Tolerancia...!
Noite tranquila
MO
Gostei bastante de ler o comentário de Isabel BP.
ResponderEliminarE deu-me uma bela ideia: a de (eu)fazer um balanço à vida. Como já fiz 50 se calhar começa a ser tempo. E partilho dos mesmos "medos" de Isabel.
P.Rufino
O post é divinal e Madreteresanico ...
ResponderEliminarImpregnado de empatia. alude ao direito de ser e aceitar outros Ser...
Agora as histórias de vida de facto hierarquizam per si o essencial aquela que não é visível aos olhos...
Tão bom ter homónimas... Nos...Sentir dos sentidos...
cumprimento-a Isabel
e subscrevo também todos os outros comentadores através do P. rufino
abraço bom fim de Semana
Vou passar pela Margarida, só para ver se já experimentou a receita...
Isabel Seixas
Olá, Drª Helena!
ResponderEliminarRegressei aqui, a este seu tema, por me ter visto confrontado, com a minha santinha intolerância; para compor o meu ramalhete. Isto é, bem vistas as coisas, deixei de ser pobre a pedir a Deus, e Ele respondeu-me que nunca, por nunca, eu deveria ser tolerante em demasia porque assim ferir-me-ía, com a minha submissão às traquinices dos que me rodeiam... Mas Ele ainda me deu a saber que, se me tornasse intolerante, então submeteria terceiros, tornando-os infelizes, com a ditadura da minha intolerância.
- Oh meu Amo e Senhor, disse-lhe eu, então que Caminho das Pedras, me recomendas para não me tornar num infeliz, nem fazer dos outros submissos a mim.
Foi então que me foi revelado, por Ele, que deveria usar e abusar da Tolerância Inteligente, a tal Tolerância Zero...!
Francamente que, desde esse minuto, me sinto bem mais feliz, por ter encontrado, finalmente, a Dona Tolerância
Cumprimentos
MO