segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Dois homens, dois filmes


O fim de semana foi passado a ler e a ver filmes. Um sossego. Falo apenas dos últimos, realizados por dois autores de que habitualmente gosto muito. Trata-se de Woody Allen e de Clint Eastwood. Pois bem, desta vez estou mesmo baralhada.
Woody faz um filme menor, de certo modo moralista, pese embora o humor ácido com que sempre trata a velhice e a estupidez humanas, dois temas que, noutras ocasiões, lhe têm grangeado grandes sucessos.
Clint faz um filme estranho acerca da morte - ou da vida, consoante se prefira - e da comunicação entre os mundos que rodeiam aquelas duas situações. Tem um começo espantoso, mas não me convenceu, a mim, que sou fã quase incondicional deste cineasta. Todavia, não me deixou indiferente, e não posso nem consigo dizer que se trata de uma película sem interesse. É algo diferente que, admito, preocupe um homem que já ultrapassou os oitenta anos, mas cuja vitalidade intelectual ninguém põe em causa. Como sou muito pragmática, estas questões da parasensorialidade deixam-me sempre muito duvidosa. Mas quem sou eu para negar o que para outros é uma evidência?
Se Eastwood entende que o tema lhe suscita o interesse que justifica abordá-lo desta forma, é porque deve ter as suas razões, visto não se tratar de um charlatão. Daqui, a minha imensa perplexidade!

HSC

5 comentários:

  1. Olá D. Helena
    Pois, nem imagina como estou em pulgas para ver o filme do Clint, é um tema e, olhe que não estou tão perto assim dos 80, que me fascina e, porque acho mesmo que o realizador que, eu também admiro incondicionalmente, não é um charlatão, pensei, confesso, que este interesse quiça surpreendente do realizador por um tema tão perigoso pela subjectividade e charlatanice que lhe está associada, não estivesse distante da sua provecta idade,por outro lado prefiro associar este interesse à sabedoria que só a aproximidade com o infinito possa trazer, para mim, era muito consolador saber que existe vida para além da vida, uma vida que nos permita continuar e, confesso que gosto de ver pessoas como o Clint eastwood a questionar-se e a envolver-se nestes temas, nestas duvidas, gostaria muito de acreditar na vida para além da vida, era muito mais feliz

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  2. Também foram os últimos filmes que vi e partilho da sua opinião.

    O Hereafter, aparentemente, não é o estilo do Eastwood, mas demonstra mais uma vez a sua versatilidade intelectual.

    Não foi dos filmes que mais gostei, apesar do início ser prometedor, cai um pouco no exagero...

    No entanto, tal como a Helena refere, quem somos nós para pôr em causa a escolha de Eastwood que sabe bem o que faz!

    O elenco do "Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos" é fenomenal (basta ter o Anthony Hopkins), o filme é q.b.

    Apenas um conselho, caso ainda não tenha visto, não perca "O Concerto" é simplesmente LINDO!

    Isabel BP

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  3. Cara Dra Helena,

    Estava a reler este post e reparei que no meu comentário cometi, por lapso, a ousadia de a tratar por Helena. Sorry! :(

    Sou um pouquinho mais nova que o "infante" mais novo e... como dizia, constantemente, o meu pai "o respeitinho é muito bonito"!

    Isabel BP

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  4. Só vi o primeiro, mas concordo, um cineasta que já mostrou o que vale no passado, parece que optou por um estilo mais ligeiro, que deixa algo a desejar. Sai-se da sala com vontade de mais substância.

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  5. Cara Isabel BP
    No meio em que vivo - mesmo na Universidade - toda a gente me trata por Helena. E é assim que gosto de ser tratada. Os títulos - profissionais ou nobiliárquicos - só interessam a quem lhes dá grande importância. Não é o meu caso.
    Já no nome que uso tenho grande orgulho. Por isso nunca lhe acrescentei outro, pese embora no meu tempo isso ser a norma para as senhoras casadas.
    Termino com uma expressão muito minha "doutoras há muitas. Senhoras é que há poucas. E Helenas...menos ainda!"
    Por isso, cara Isabel trate-me pelo nome, simplesmente, porque é isso que nos aproxima.

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