A sala estava cheia. De jovens. Ruidosos. Com pipocas e Coca Colas. Que ocupavam filas inteiras e pouco se ralavam se incomodavam ou não os outros, menos jovens, que haviam decidido lá ir.
Ao meu lado ficou uma rapariga que andaria pelos 16 ou 17 anos. Fazia parte do grupo que ocupava o resto da fila. Uma vez sentada resolveu pôr os pés nos braços do banco da frente e com eles lá continuou mesmo depois da respectiva cadeira deixar de estar vaga . O ocupante por várias vezes limpou o braço da camisola branca que os pés da menina iam sujando. Mas esta não se mexeu. E o incomodado não teve a coragem de lhe dizer que tirasse dali os pés.
Eu, pelo meu lado, tolerei um quarto de hora de barulhos de pastilha elástica que ela ia mascando e rebentando sincopadamente. A certa altura, disse em tom audível, " por favor pare com essa barulheira porque eu paguei o bilhete e quero ver o filme em silêncio". Quando percebi que se preparava para me retorquir, disse-lhe, em tom algo ameaçador, "não ensaie nem tente responder-me. Faça o que eu lhe pedi, já". Os meus olhos devem ter chispado porque, no minuto seguinte, a pastilha foi parar ao sapato. E o silêncio reinou por instantes.
À saída, com o chão repleto de pipocas, olhei-a. E pensei que tipo de educação ela teria em casa. É que, infelizmente, é em casa que este género de comportamentos se aprende...
HSC
Espero muito sinceramente que não! Mas, se algum dia, a minha ouse fazer uma dessas, espero que haja uma Helena por perto!
ResponderEliminarLimitam-se a fazer o que vêm fazer em casa. O meu pai diz que os miúdos de agora estão a ser 'educados' pou uma geração que (não) foi educada, pois a liberdade foi mal interpretada...
ResponderEliminarUm dia destes na bomba da gasolina, onde tem um café, estava eu na fila para pagar, quando um miúde de cerca de cinco anos se mete à minha frente e diz:'É para pagar o café do meu pai'. Eu, educadamente, disse-lhe:' Desculpa, mas eu estou na fila e primeiro que tu, por isso se queres pagar o café do teu pai, vai para a fila...'
Bem, o pai da criança só não me bateu porque enfim! E que era uma criança, que eu não estava a ser tolerante... aliás, fique com a sensação que ali todos ficaram contra mim por chamar a atenção ao petiz... coitadinho!
Já senti a mesma revolta pelos mesmos motivos numa sala de cinema.
ResponderEliminarOs jovens, e não só acham que só têm direitos e não têm deveres.E ai de quem lhes chame à atenção...
Com as leis absolutamente estúpidas que cada vez mais o ME deita cá para fora , a escola que ainda poderia tentar fazer o que não é feito em casa,não pode fazer nada. Está de pés e mãos atadas.E estes jovens "índios" que povoam todos os lugares onde andamos,são o nosso futuro.
Isabel
Eheheh... para isso é preciso que:
ResponderEliminareles parem em casa; os progenitores sejam pessoas educadas, os progenitores saibam transmitir os valores, se é que têm, que lhes foram ensinados... Ora nada disto se passará na maioria das casas portuguesas... pois a Sociedade Moderna de Escravatura Liberal a isto levou e levará... Deixo-lhe uma sugestão: vá ao cinema aos dias de semana e a horas em que os bandos estão nos centros de detenção, ah desculpe, educação!!!
Pois é Helena, é em casa. Mas hoje em dia muitas casas já não são o que eram e, pelos vistos, nem que seja pelo público, temos de escolher filmes melhores...
ResponderEliminarSó à chapada!
ResponderEliminarP.Rufino
Muito pertinente o post.
ResponderEliminarSe somarmos aos factos que relata o dedilhar dos telemóveis, as "bocas" cretinas, os cochichos e os palavrões tem as razões pelas quais já desisti de ir ao cinema.
Quanto às repreensões já nem digo nada: só se arranjam problemas.
Helena como a comprendo.
ResponderEliminarHoje, também fui ao cinema, o filme que vi foi, Adoro-te à Distância.
Aconselho, pois é leve, comédia, não tem muito ou nada para pensar. Saímos com uma sensação de alegria e boa disposição.
Mas, atenção, precisamente para fugir , desses "bandos de pipocas, pastilhas elásticas", hoje como era domingo, fui à sessão das 13h 20m. Na sala apenas tinha umas 10 pessoas e garanto-lhe , nada de pastilhas nem pipocas.
Ali, quem estava, pretendia ver um filme e sabia estar numa sala de cinema.
Sugire-lhe, sessões das 18h , mais ou menos, depende do fime ou do cinema.
Quanto a esses jovens, infelizmente, parecem uns selvagens, o não "SABER ESTAR" muitas vezes já é um reflexo do "NÃO SABER SER". O pior é que os pais também já não sabem.
Sabe, Helena, penso que fez muito bem, em ter advertido a jovem para o seu comportamento. È a falta de quem lhes chame atenção ou lhes ensine que assistimos a jovens selvagens.
Bem haja!
Boa!!! Até parece que a estou a ouvir :)
ResponderEliminarA semana passada também não resisti dizer que estava sujando o assento do comboio, a uma rapariga de 17 ou 18 anos bem alimentados, que dedilhando, a alta velocidade, no telemovel, "descansava" uns enormes ténis no banco da frente, Olhou-me e retirou-os.
E então se pensarmos que gente desta, possivelmente já votou ou vai votar em breve, nos destinos duma nação, é que dá cá um calafrio.....
Helena (Lisboa)
Pena que hpje se fale tanto em valores, que se culpe a sociedade pela falta de tempo que os pais disponibilizam aos filhos, que os pais afirmem que são os melhores que tem tantos cuidados com a alimentação, com a escola, com o que vestem...mas vamos a ver e os comportamentos dos adolescentes de hoje são o espelho de uma grande falta de orgulho, orgulho nos pais que têm, orgulho do que lhes foi transmitido, orgulho em saberem se comportar. Enfim Helena esperemos nós que os tempos caminhem para uma melhor educação dos nossos futuros cidadãos, espero eu que a Constança nunca ouse sequer pensar em ter esse tipo de comportamento e se o tiver que alguém de imediato a deixe tão envergonhada que pense na próxima vez nas suas atitudes
ResponderEliminarCara HSC,
ResponderEliminarCompreendo-a perfeitamente!No seu lugar, teria procedido da mesma forma!E a avaliar pelos comentários aqui postados, apercebemo-nos que situações como estas são recorrentes,o que é lamentável.Devido a semelhantes faltas de respeito e à má formação de alguns jovens ,uma amiga professora disse-me um dia que certos encarregados de educação deveriam ser escolarizados de novo para reaprenderem as regras de bem viver e, assim, exercerem a função da qual não se podem demitir nem delegar em terceiros. Como lhe dou razão!