A crise - sempre esta -, veio precipitar os acontecimentos e tornou mais urgente identificar os erros e apresentar soluções para a retoma do progresso económico e social. Os seus promotores declararam, desde o início, que as soluções que apresentassem seriam independentes de ideologias ou partidos. Mas adiantaram que as sugestões "se desenvolveriam num quadro de competitividade saudável, afirmada e consolidada numa malha empresarial inserida na economia global, com a construção de políticas e práticas que contribuissem para a acumulação de capital pela via da poupança individual e das empresas, essencial ao financiamento económico".
Ao Estado, por seu lado, conviria "ser menos interventor e mais regulador da economia e dos serviços de interesse público, dedicando-se particularmente às funções de soberania, em particular na Justiça".
Pois é este relatório que vai, amanhã, ser apresentado ao Presidente. Para além de tudo o que possam ser as suas conclusões, tal tipo de receituário esquece, por norma, que não existe um só Portugal. Existem vários. O do Norte , o do Cento, o do Sul, o do interior e o rural, o da esquerda e o da direita, o do PR e o do PM, enfim, até existe o meu, que é diferente, por exemplo do de muitos.
Assim, o perigo deste tipo de exercício é sempre o mesmo. O Portugal que lá não estiver contemplado começa, de imediato, a estrebuchar e a deitar abaixo quaisquer conselhos, por mais válidos que sejam, pela mera necessidade de afirmar o país como partido, região, grupo económico, ou qualquer outra visão divisionista que se considere ser politicamente oportuna.
O nosso drama é sermos, de facto, tantos, tão diferentes, num só!
HSC
Cara Helena,
ResponderEliminarO contributo desses promotores é, como o seria de outros, muito bem vindo. O que não podem dizer, em circunstância alguma, é que é “independente de ideologias e Partidos”. Que seja de Partidos, ainda vá. Agora de ideologias, já é outra coisa. Não estou aqui a defender esta, ou aquela, ideologia, só não aceito é a pretensão de quererem fazer-nos passar por tolos. É evidente que o que quer que seja que venha a ser apresentado assenta, ou assentou, indiscutivelmente, num determinado modelo económico. Basta aliás ver o que os ditos economistas defenderam, de acordo com o que sublinhou no seu Post, para perceber o tipo de ideologia que, efectivamente, defenderam. Isto não me impede de concordar com os seus dois últimos parágrafos: “...”Assim, o perigo deste tipo de exercícios, etc, etc, até...tão diferentes, num só!”
A meu ver, tais economistas e outros que entretanto apareçam deveriam ter em linha de conta as várias "e diferentes" propostas para combater a crise e, com boa fé, procurarem um consenso”, o que não me parece venha a suceder. Pena, perde o País, que não está em condições de esperar muito mais.
P.Rufino
Subscrevo...
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Isabel Seixas