Claro que o país se pôs mais do que a jeito para que tal acontecesse e o autismo do Primeiro Ministro relativamente a projectos megalómanos só nos tem prejudicado. Dentro e fora de Portugal. Porque parece que o governo não entende qual é a leitura externa dessa persistência insensata e surrealista.
Se o regime não arrepiar caminho não haverá consensos. Pela primeira vez estou de acordo com Louçã. É indispensável dar um aperto - qualquer que ele seja -, a estas agências que, antes, só ajudaram - com as suas notações falaciosas - a precipitar a crise e agora se servem dela em seu próprio proveito.
Urge, mas urge mesmo, que a nível da UE - que raio anda lá a fazer o Dr Durão Barroso? - se constitua um "orgão de notação" credível que evite deixar-nos nas mãos daqueles que, neste momento, apenas se estão a aproveitar de uma situação que, a muitos títulos, fomentaram.
O país não pode acordar todos os dias com ameaças deste tipo. E o Primeiro Ministro não deve continuar a tentar enganar-nos sobre o futuro que nos espera. Se isto é o "normal funcionamento da democracia" então começo a pensar que fechar as portas aos partidos talvez seja a única solução deste país andar para a frente.
Por outras palavras quando é que isto acaba? É que a maioria de nós já acabou e ainda não sabe. Deplorável estado o nosso!
HSC
Essa foto do Post mais parece a do Arnold Schwarzenegger - em novo. Como exclamava um cómico brasileiro, outro dia, num programa qualquer: “mi esclareçam, siôres, pûrre fávôrre!”: afinal, estando a Oposição dividida quanto aos grandes projectos de obras públicas, PSD e CDS de um lado, BE e PCP do outro e com o Governo decidido a avançar, que pensar? Quem tem e não tem razão? Vejamos, numa perspectiva de ignorante:
ResponderEliminar1. O investimento público vai “mexer” com a economia, vai ter reflexos e impacto directo e indirecto na economia - ou não?
2. O investimento público vai criar emprego, visto esses projectos necessitarem de engenheiros, técnicos, operários, enfim, um sem número de indivíduos e trabalhadores, de todo o tipo para realizarem essas obras - ou não?
3. O investimento público vai ter reflexos, “por contágio”, junto de inúmeras outras indústrias e empresas que irão fornecer material, equipamento, etc, etc e tal e nesse sentido, vai implicar uma certa dinamização dessas empresas - ou não?
4. Agora: quanto vai custar? Será que é sobre o Estado que recai todo o peso das responsabilidades financeiras? Ou não?
5. Será que o Estado ficará, de facto, tão endividado como se diz, tendo em conta o ponto 4? Ou não?
6. As grandes empresas de construção civil vão beneficiar. E então? Só a tão falada Mota-Engil emprega mais de 18.000 pessoas, vamos fechá-las? Acabar com elas como se fez após o 25 de Abril com a Sete Nave, Lisnave e tantas outras, destruindo o tecido industrial da época? Ou não?
7. Colocando na balança os custos e benefícios, custos financeiros e utilização de material, equipamento e mão-de-obra portuguesa, em que ficamos?
Tenho sido um (forte) céptico relativamente aos tais grandes projectos. Mas será que me estão a fazer a cabeça? Em que ficamos? É que tenho, ou começo a ter, legítimas, dúvidas. Já estou como o tal brasileiro!
Se calhar, há algum extremismo, ou mesmo alguma “esquizofrenia política” em tudo isto. O que é mau. Retira-nos a capacidade de analisar com distância e imparcialidade. Há muito berro, de lado a lado e até ao centro (governo) em tudo isto. Acalmemo-nos! E vamos olhar, caso a caso, com serenidade. E depois decidir. Sem cor partidária. Eu, como contribuinte, gostaria de saber se vou, ou não, pagar directamente as tais obras. E se sim, quanto? Se calhar não, se calhar sim. Mas quero saber. Tenho esse direito, aliás, temos. Detesto é demagogia barata: “há que poupar”- diz quem nunca antes poupou, ou, “há que gastar”- diz quem nunca se preocupou em poupar.
Contribuinte nº 999 999 999 999
P.Rufino
Meu caro P. Rufino
ResponderEliminarO país tem três problemas maiores: o desemprego, o endividamento e o investimento.
Quanto ao emprego estas obras não serão a solução mais adequada porque são mais de capital/equipamento e menos à mão de obra.
Logo a solução inteligente poderia passar por ocupar mão de obra na requaligicação de escolas, hospitais e habitações degradadas. No imediato davamos trabalho e gastavamos menos. Com a vantagem de que o país precisa disso. Basta olhar o parque escolar, os pavimentos urbanos e as casas a cairem aqui e ali.
Depois as grandes obras só agravam o endividamento que já ultrapassa qualquer nível aceitável. E só irá beneficiar realmente os grandes consórcios,sendo as pequenas e médias empresas apenas uma parte menor dos benefícios.
Finalmente o investimento será sobretudo público porque o capital vai para onde é melhor tratado. E Portugal não está nesse grupo.
Quanto a mim o que me preocupa são as pequenas e médias empresas e estas ficarão asfixiadas com a falta de crédito que tal tipo de obras vão absorver.
As novas gerações já irão viver pior do que a dos seus pais. É altura de dizer basta e viver como país pobre que somos. Não como ricos que não somos.
Acredita mesmo que precisamos de uma terceira ponte? Ou de um novo aeroporto quando o transporte aéreo sofreu uma quebra de cerca de 30%? Ou de um TGV que não leva mercadorias?
..'de acordo com Louçã' é que...
ResponderEliminarai...
Sinceramente, Estimada Helena, concordando consigo, não acredito lá muito na necessidade de uma 3ª ponte sobre o Tejo – agora – talvez mais tarde, um dia, pois acabará, talvez, como digo, por vir a ser necessária, se Lisboa continuar a absorver, estupidamente, uma oa parte dos empregados deste pobre país. Também julgo que podemos, perfeitamente, continuar com este aeroporto, por muitos e bons anos! E quanto ao TGV, não me repugna o seu adiamento “sine die”. Até ver se realmente fará, com a crise mais calma, sentido. Se calhar acabará por não ser necessário, quem sabe?
ResponderEliminarAgora, o que eu penso é que o Estado tem de fazer algum investimento público, de interesse público naturalmente, com impacto directo nas populações, como diz, nas tais escolas degradadas (uma vergonha!), hospitais (equipamento, camas, reparação, etc), acrescentaria tribunais (outra vergonha, em muitos casos), em esquadras de Polícia e equipamento dos polícias, em casas degradadas e outros projectos, tendo em vista estimular de algum modo a economia – e melhorar, reparar, equipar, o que tem de ser. O que eu não vi nem no Dr. Constâncio de Partida, nem em certos Partidos, nem nos tais economistas “preocupados” connosco foi uma palavrinha que fosse sobre quem mais está a sentir, bem fundo, esta crise. Fala-se, em termos genéricos – o que me repugna profundamente, porque se percebe bem a quem essas criaturas se dirigem – de “sacrifícios a fazer”, “de apertar o cinto”, etc e tal. Nunca se fala, por exemplo, em aumentar certos IRS, ou, sobretudo o IRC da tal Banca que deu origem a este imbróglio. E que continua a usufruir de lucros chocantes e a exigir ainda mais de quem precisa de empréstimos, como pão para a boca: as tais médias e pequenas (e agora, como também é costume dizer – micro) empresas, designadamente. É que quem grita contra - e bem (os tais grandes projectos), também não se diz solidário com os mais desgraçados perante a crise. Nem mesmo com a classe média, que sempre arcou com o peso dos impostos, directos e indirectos! Compreende-se...
P.Rufino
Maggie
ResponderEliminarLouçã ou BE, tanto faz foram os únicos a pugnar pela criação duma entidade de notação credenciada, internacional, e que liquidasse de vez, as americanas corruptas que nos lançaram nesta aventura e agora aparecem a "classificar-nos".
P.Rufino
De acordo. Investimento público para relançar a economia e dar emprego. Para tudo o que referiu. jamais, por agora, para projectos megalómanos que nos comprometem e endividam o nosso presente e o futuro dos nossos filhos e netos. É puro autismo e ninguém se indigna o suficiente.
Por isso desprezo cada vez mais os partidos. E se estes são a democracia...então, então, é melhor ir à vida!Porque assim não teremos salvação.
Subscrevo as suas sábias palavras Helena!
ResponderEliminarE hoje fiquei sem respiração, quando ouvi que se vão fiscalizar os pensionistas, que auferem pensões mínimas, para averiguar se estes têm outros rendimentos, sendo as suas contas bancárias alvo de análise!
Como é possível que os mais pobres fiquem sem as suas pensões mínimas, por terem poupado uns tostões, e outros existem que ganham milhões e vivem a esbanjar dinheiros públicos?
Como é possível que milhares de portugueses de idade avançada, carenciados de um plano digno de saúde e cuidados continuados e outros...sejam penalizados pela sua seriedade, pelo seu parco aforro...tantas vezes tirado às "suas bocas"?
Como é possível que famílias inteiras, em idades de 20, 30, 40 anos beneficiem de RMI (rendimento mínimo), de apoios sociais de natalidade, de subsídios para rendas, de casas pagas pelas Câmaras e outros subsídios, sem serem fiscalizados a todo o nível, sem nunca terem sido chamados para um emprego, e se passeiam pela rua de BMW e outros luxos?
Como é que eu posso aceitar que se tire a parca reforma de 100 euros a um idoso no meu País?
Como é que eu posso aceitar que um português com um curriculum invejável, esteja no desemprego, sem qualquer apoio social, só porque é um cidadão comum, sem os chamados "conhecimentos"?
Não foram estes os valores que me ensinaram, nem em casa, nem na escola! Sim porque eu fui à escola, estudei e efectuei os meus exames na escola, com árduo trabalho e honesto estudo!
Portugal vive hoje a antítese se valores seculares que ergueram a sua História, acompanhados de comportamentos institucionais daqueles que gerem os destinos desta nação, que envergonham e atropelam os mais elementares princípios de dignidade humana!
QUANDO É QUE ISTO ACABA!????
Fernandapintomachadootmail.com