Volta não volta, sinto que estão a bater-me à porta. O cheiro a lavanda de meu Pai e o de flores da minha Mãe, jamais me faltaram e nunca me enganaram!
Quando os meus filhos eram pequenos, agarravam na minha almofada e diziam igualmente, aos pulos, "cheila a mã". E eu ria-me de gosto, com eles a saltar na cama.
Hoje fui sair com um amigo. Metemo-nos no carro, sem destino. Uma hora de caminho feito, parámos frente ao mar. De repente, senti cheiro a flores. Olhei o céu azul onde só havia uma pequeníssima nuvem e disse ao meu amigo que ela era a minha mãe. Sorriu e abraçou-me.
HSC
É assim, sim...; e mesmo não tendo oportunidade (ou lembrança) de prometer semelhante, todos os que nos amaram e partiram indevidamente (sempre antes de nós), regressam sob essa flutuante forma...
ResponderEliminarNão posso deixar de a "invejar"...a última vez que vi o meu Pai, tinha 7 anos...suicidou-se, tinha eu 15 anos...
ResponderEliminarComo eu dava tudo, para sentir o cheiro do meu Pai!
D.Helena,
ResponderEliminarum texto que me sensibilizou.
Há dias assim, em que os ausentes nos fazem falta, e tanto os procuramos, que acabamos sempre por os encontrar, nem que seja dentro de nós.
Um beijinho
Helena Figueiredo
Comovente de ternura...
ResponderEliminarAurélia
Por vezes tenho a sensação de os ouvir chamar por mim .
ResponderEliminarA saudade que sinto é tão grande que doi e muito .
Obrigada pelo seu texto .
Carlota Joaquina
Sra. Helena,
ResponderEliminarMuito obrigada pelo post. Fiquei muito sensiblizada. E é verdade, os cheiros são a coisa que mais aviva a nossa memória.
Sou sua seguidora há pouco, mas sua fã há muito.
Costumo dizer que quando crescer quero ser como a senhora (estou lá quase, já tenho 36).
Com um grande beijinho.
Carla Conceição
Cara Helena:
ResponderEliminarUm texto muito comovente e muito bem escrito, nem outra coisa seria de esperar! Vieram-me as lágrimas aos olhos.
Obrigado!
Raúl.
Lindo texto, comovedor e cheio de ternura, enfim, puramente poético.
ResponderEliminarUm beijinho.
Elizabete
Que bonito
ResponderEliminarQue mensagem de esperança.
Que aconchego
Aprimorar esse um quinto de sentidos, para sentir o odor do amor das recordações das pessoas inesquecíveis...
Hum... Que cheirinho, a espiritualidade.
Isabel Seixas
Lindo texto! :D
ResponderEliminarHelena, li há bem pouco tempo uma entrevista do Jeff Bridges em que ele falava num episódio em tudo parecido com o seu,
""When we scattered my father"—veteran actor Lloyd Bridges, who died in 1998—"it was like that scene from [The Big] Lebowski, " where Bridges and John Goodman get a face full of Steve Buscemi's cremains. "But then," Bridges says, "my mother said 'Look' and pointed up in the sky, and there in the clouds—and it's funny, when you tell this, it sounds kind of unbelievable, silly, almost—but we looked up there in the clouds, and there, in the clouds, was my father's face."
A entrevista completa está aqui: http://www.gq.com/entertainment/celebrities/201003/jeff-bridges-dude-abides
:)
ResponderEliminaros odores também têm esse poder sobre mim! na praia para onde vou desde o ano em que nasci, religiosamente todos os verões, nunca fico indiferente ao cheiro de pinhal e maresia. vêm 19 anos arrastados. todos os que tenho, com as experiências que vivi, os medos que tive, as coisas boas que descobri até agora. aquilo que cresci na minha adolescência complicada e, quem sabe, sem um fim certo. ou como me senti sempre dentro da mesma cabeça adulta. se calhar, desde sempre.
o cheiro do que vivemos, o cheiro dos que são nossos. se sente o odor da sua mãe, não se preocupe, é porque lhe pertence, é porque está consigo. basta-lhe olhar para Cima (sempre) e respirar.
foi muito bom ler o seu texto! Mariana
(sou a menina do texto do tempo :) já com tempo para criar o meu blog também! obrigada pela sua assiduidade na escrita do blog)
Cara Helena,
ResponderEliminarObrigada por mais uma vez partilhar connosco um sentimento tão ternurento.
Um beijinho
Olinda