segunda-feira, 1 de março de 2010

Buracos

Não, não é do Orçamento nem do PEC que falo hoje. É de buracos. Dos reais. Dos fundos e propícios a uma condução automobilística do mais elevado risco.
Não é possível continuar a ignorar o estado lamentável em que se encontram a maior parte das ruas de Lisboa. Ou o Dr António Costa não anda na capital, ou os seus vereadores não moram cá, ou então, pura e simplesmente, não foram eleitos para tratar de nós.
A chuva e esse tormento para os pés femininos, a que se chama de "típica calçada portuguesa", estão a transformar certas zonas, nomeadamente as mais antigas, num caso de verdadeira calamidade pública.
Julgo que existe um pelouro na CML que tem por obrigação dedicar-se a esta área. Por favor, se existem, se cobram taxas municipais, se a vossa função é cuidar do estado da edilidade, acordem antes que seja tarde e haja um desastre, daqueles que se dão em cadeia, e em que só depois de morrerem alguns portugueses é que se faz alguma coisa...

HSC

11 comentários:

  1. [Há por aí um programa na televisão que trata destes casos num instante... como português tipicamente resignado, até acho piada!]

    um imenso abraço

    L.B.

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  2. Leonardo, era melhor mostrar as ruas que estejam em condições. Como são poucas dava menos trabalho...

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  3. "Hear, hear", Helena! Mesmo os pés masculinos partem-se. Há um ano e meio parti, na típica, bela, calçada lisboeta, o pé esquerdo (agora cheio de parafusos), facto que me perturbou até há três meses. Só agora possso, finalmente, andar em Lisboa sem sofrer. Gosto de andar a pé e acho que é um direito de um cidadão (leia-se, literalmente, "alguém da cidade"). Mas há mais! Um passeio fechado há cinco anos (com grades CML) que obriga o cidadão a andar na Fontes Pereira de Melo na rua (perigo real) ou a ter de subir escadas íngremes e a ver as medonhas montras do "Saldanha Residence". Já escrevi para a CML, A/C do Presidente e alguém, em seu nome, respondeu-me que a culpa é dos condóminos do prédio - cinco anos! - acha possível? Pelos vistos é.

    Saudades,

    Raúl.

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  4. Cara Helena,

    Até que enfim que alguém fala nisto. Ainda há dois ou três dias, comentava eu com dois amigos meus, o estado em que se encontram os passeios e os pavimentos das ruas de Lisboa. Dizia-lhes eu, que tendo vivido em África e viajado por uma série de países paupérrimos, nunca na minha vida vi uma capital tão esburacada como Lisboa. E a chuva não é desculpa para nada, já que basta ter vivido em climas tropicais para perceber o que é chuva torrencial a sério, com a agravante de ocorrer em dias de muito calor, com os consequentes choques térmicos nos pavimentos.

    O que se passa em Lisboa, já não é apenas incúria. É mesmo falta de vergonha na cara.

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  5. Helena, permita-me que responda ao Leonardo que, provavelmente, está a ser irónico, não sei, não o conheço. Já contactei o tal programa de Televisão, em situações diferentes, e... nada! Estes buracos não lhes interessam... Mas resignado, não sou, desculpe se sou atípico!

    Raúl.

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  6. Cara Helena,

    No que toca ao estado da via pública, a gestão de António Costa na CML tem sido desastrosa. os passeios e as estradas estão intransitáveis. Para dar um exemplo, as ruas da Campo de Ourique têm buracos de 30 cm de profundidade, que quando calha são tapados com areia. Se António Costa é incapaz de resolver estas pequenas coisas (a recolha dos recicláveis é outra) como pode ser presidente da câmara da capital?

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  7. Caro DL
    Campo de Ourique é o bairro onde faço tudo. E é exemplar da incapacidade -indiferença?- da edilidade em resolver problemas e assobiar para o lado.
    Só quando houver um movimento poderoso de cidadãos que os meta na ordem é que reagem...se reagirem! Lamentável, o estado a que chegámos.

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  8. O “buraco” é uma característica nossa, mas igualmente de muito país africano e alguns latino-americanos. No nosso caso, que é o que interessa, terá, julgo eu, duas causas: na estrada, a má pavimentação das mesmas, pois não se compreende que após umas chuvas (concedo que estas foram excepcionais, refiro-me ao normal) se desfaça e obrigue a “remendos”. Raramente se arranja a estrada, opta-se pelo remendo. As estradas são um pouco como se encontra este país, (mal) remendado; nos passeios, a ausência de tratamento regular daqueles, ou por falta de calceteiros, ou porque “sim” (desleixo). E, na verdade, é frequente caminharmos por passeios lastimáveis, a tal calçada portuguesa mal tratada (tal como o país, maltratado). E se um tipo não se põe a pau, fica com uma perna de pau, por ter partido a de carne, parte um salto (uma senhora), cai ou tropeça, etc. E ainda, convém recordar, há um outro perigo: o das “minas” de cão (atenção, eu gosto de cães). Vadios alguns (outra característica deste patusquíssimo país), com dono a maioria. Daí que (outra coisa que nos distingue de muito estrangeiro lá por fora) tenhamos sempre uma postura, se repararem, algo curiosa, que é a de andar de cabeça (e olhitos!) apontada para o chão. Não vá o diabo tece-las e um sujeito tropeçar numa encantadora pedra da calçada, ou pisar uma “mina” de cão (além de outras porcarias “típicas” que o portuga “expulsa” de dentro de si para fora de si, neste caso, para o tal passeio). Mas um amigo meu, com uma boa dose de humor e poucos centímetros de altura, descobriu uma vantagem nos ditos passeios: o declive. Na verdade, não há um passeio, ou calçada, a direito. São todas inclinadas. Mais altas junto ás paredes e a descer até à berma. Será que somos assim tão pesados, como os camiões e autocarros nas estradas que fazem desníveis nas mesmas? Mas é assim. Andamos quasi sempre em plano inclinado, o que com a chuva por vezes tem consequências nefastas (indo parar ao “reino do automóvel”, a estrada, ou rua). Voltando a esse meu amigo, ele, como me refere (e já constatei), caminha sempre pelo lado interior do passeio, junto à parede. É uma preocupação que leva muito a sério, “para compensar uma ausência de 10 a 15 cm que Deus se esqueceu de lhe dar, à medida que foi crescendo”, como “explica” divertidamente (“assim não se nota tanto a minha pequenez”). Pois é Helena isto de passeios, calçadas e estradas já não vai lá! E como os presidentes de câmara, na maioria, assim como os governantes, andam de carro, que ainda por cima não é deles, não se apercebem destes problemas que nos causam, por vezes, muitas mazelas.
    P.Rufino
    PS: já agora deixo aqui um pequeno “apelo” - que é o da Câmara de Lisboa se “interessar” pelo túnel de Alcântara, logo à saída dos comboios. Está um nojo. E cheira a condizer! O que pensarão os turistas que ali passam, sobretudo no Verão?

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  9. ahahahahhahahah Querida Helena!!
    A sua resposta ao Leonardo, foi a coisa mais realista e bem apanhada, que eu tenho visto na blogosfera!
    ahahahahhahhaha.
    Isto deve ser uma característica das Helenas... TRAAAAPTA!! ahahhahhah. Bem haja pela sua boa disposição e lucidez! :))) o que eu me ri! :))

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  10. Helena, gostava com sinceridade de conhecer uma autarquia que se preocupasse com as pessoas, com as suas necessidades, com as suas preocupações, com o seu bem-estar. Nada disso existe, tudo é política, tudo é campo de batalha para se vencerem as eleições seguintes. Porque acha que existe a taxa de abstenção que se conhece? Porque acha que essa mesma taxa tende a crescer desregradamente? Não é só na capital, é por todo o país, infelizmente.
    Cumprimentos

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  11. Cara Helena

    Deixe-me "roubar-lhe" esta imagem para que "envergonhemos" Costa (será que ainda há vergonha?) até que os blogs lhe doam? O problema é que alguma classe política considera hoje os blogs, lixo!

    Eu também considerava se quisesse raptar a vida e o espaço público egoisticamente só para mim!

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